domingo, 28 de outubro de 2012

PAULO E BARNABÉ, ALIADOS NA OBRA DO SENHOR


LIÇÃO 05 – 04 de Novembro de 2012

PAULO E BARNABÉ, ALIADOS NA OBRA DO SENHOR

TEXTO AUREO

“Portanto, meus amados irmãos, sede firmes e constantes, sempre abundantes na obra do Senhor, sabendo que o vosso trabalho não é vão no Senhor”. ICo 15.58

VERDADE APLICADA

O grande segredo para o crescimento espiritual e ministerial na obra do Senhor reside na perseverança e aprendizado constante.

TEXTOS DE REFERÊNCIA

At 11.25 - E partiu Barnabé para Tarso, a buscar Saulo; e, achando-o, o conduziu para Antioquia.
At 11.26 - E sucedeu que todo um ano se reuniram naquela igreja, e ensinaram muita gente; e em Antioquia foram os discípulos, pela primeira vez, chamados cristãos.
At 11.27 - E naqueles dias desceram profetas de Jerusalém para Antioquia.
At 11.28 - E, levantando-se um deles, por nome Ágabo, dava a entender pelo Espírito, que haveria uma grande fome em todo o mundo, e isso aconteceu no tempo de Cláudio César.
At 11.29 - E os discípulos determinaram mandar, cada um conforme o que pudesse, socorro aos irmãos que habitavam na Judéia.
At 11.30 - O que eles com efeito fizeram, enviando-o aos anciãos por mão de Barnabé e de Saulo.

INTRODUÇÃO
Quando Paulo retomou à sua cidade natal (Tarso) pareceu um desfecho um tanto melancólico dado por Lucas. Mas ai ele passa a narrar vividamente os atos de Pedro, para depois retornar a trajetória de Paulo como um assistente de talento. Aqui estudaremos um pouco do perfil de Paulo que atendendo um convite para auxiliar Barnabé, teve um contínuo progresso espiritual e ministerial em Antioquia.

  • Atos conta a histórias de vários apóstolos, Pedro é um dos mais citados, observe que o comentador diz que Lucas se atem a Pedro antes de narrar a trajetória de Paulo;
  • Pedro em At 10 prega com veemência aos gentios, semelhantemente o que fez em At 2 quando pregou aos judeus.


1. PAULO, UM COMPANHEIRO EM POTENCIAL
Aquele era um momento surpreendente de crescimento e multiplicação de conversões nas regiões da Judéia, Galileia e Samaria, e os irmãos que saíram dispersos por causa da perseguição iam anunciando a Palavra por onde passavam, de maneira que muitos judeus se convertiam cada vez mais ao Senhor.

  • Que perseguição é esta? Qual a sua finalidade? Porque Deus permitiu tal sofrimento?
  • Estas perguntas geralmente são feitas pelos leitores da Bíblia. A resposta é simples, em tudo Deus tem um propósito. A perseguição começou com o próprio Paulo no episódio da morte de Estevão, mas serviu para espalhar o evangelho que antes estava sendo pregado apenas aos judeus.


1.1. ANTIOQUIA, UMA IGREJA CRESCENTE (At 11.20,21)
Grande número de pessoas se converteu ao Senhor em Antioquia, mas o fato de ser uma igreja fora dos termos de Israel e mista, ainda era algo complicado para os apóstolos em Jerusalém. O motivo era preconceito. Por esse motivo, Pedro, o primeiro a entrar na casa de um centurião romano e pregar a salvação em Cristo teve que se explicar por entrar na residência de um pagão incircunciso, ainda que piedoso e dirigido por revelação divina (At 11.4-18). É claro que essa notícia se espalhou na comunidade dos fiéis a Cristo, estimulando muitos a falarem de Jesus aos não judeus também. A igreja de Antioquia cresceu de tal maneira que alcançou mais expressão do que Jerusalém com o passar do tempo.

  • Igreja mista, esta era a vontade de Deus, que a salvação chegasse a todos;
  • Os judeus achavam que a salvação era para eles como povo escolhido e não aceitavam a mistura com os pagãos.
  • Teriam que deixar o preconceito de lado e entender que a salvação é para todos.
  • Observe que Pedro teve que se explicar por entrar na casa de um centurião romano; será que ainda hoje não estamos agindo com preconceito?
  • A visão de Pedro em At 10. 11,12 esclarece a vontade de Deus.


1.2. BARNABÉ O ENVIADO (At 11.22-24)
Quando aquele fenômeno de crescimento da igreja em Antioquia chegou ao conhecimento da liderança de Jerusalém, a igreja enviou Barnabé com a finalidade de legitimar Antioquia. Barnabé era homem generoso, benquisto entre os apóstolos, e de grande reputação na igreja. A pessoa perfeita para aquele momento. Eusébio de Cesaréia afirma que Barnabé foi um dos setenta discípulos do Senhor Jesus (H. Eclesiástica, L.l Cap.12,1). Em virtude do seu perfil tolerante e empreendedor, Barnabé trabalhou de modo tão excelente que a comunidade dos crentes cresceu com muita qualidade (At 11.24). Porém ele observou que Paulo era um companheiro perfeito para aquele trabalho.

  • Como assim legitimar? Legitimar no sentido de reconhecer a obra como de Deus e dar apoio para que ela cresça ainda mais. Este apoio foi dado com o envio de Barnabé.
  • Se não houvesse reconhecimento, poderia surgir uma igreja paralela.
  • Observe que Barnabé é citado como um dos setenta que Cristo enviou e ainda como um homem tolerante e empreendedor, características fundamentais de um líder comprometido com resultados.


1.3. PAULO É CONVIDADO PARA TRABALHAR (At 11.25)
Barnabé tinha uma convicção de que Paulo, ao ouvir o relato das grandezas de Deus em Antioquia, e a sua responsabilidade pastoral ali naquela cidade, interessar-se-ia em acompanhá-lo. Barnabé partiu em busca de Paulo, até que, finalmente, o achou. Diante do relato de Barnabé, Paulo aceitou prontamente ir com ele para Antioquia a fim de auxiliá-lo. Aí vemos o verdadeiro coração de um servo de Deus. Paulo aceitou ficar em Tarso da Cilicia trabalhando com tendas, ofício que aprendera quando mais novo, mas diante da necessidade, dispôs-se a trabalhar em Antioquia. Parece incrível, mas todas as grandes personalidades de destaque nas páginas sagradas estavam ocupadas quando foram chamadas. Um chamado divino deve sempre ter prioridade na vida de quem serve a Deus.

  • Barnabé, orientado por Deus, aceitou prontamente a trabalhar na obra de Deus.
  • Pergunto: Será que temos agido assim, quando recebemos um convite do pastor, superintendente da EBD, ciclo de oração, aceitamos de bom grado? Quando aceitamos nos preocupamos com o compromisso firmado?
  • Importante observar que todos os que foram chamados para trabalhar na obra do Senhor estavam ocupados em seus afazeres domésticos e profissionais.


2. O TRABALHO DE BARNABÉ E PAULO
A igreja em Antioquia principiou com elementos judeus, depois helénicos, e por fim gentios. Essa massa de pessoas vindas de diferentes lugares com culturas diferentes, no entanto, tinham uma coisa em comum, o fato de crerem em Jesus Cristo. A fé em Jesus foi o agente agregador que os reuniu eliminando vantajosamente todas as diferenças e possibilitando a realização posterior da obra missionária no Império Romano.

  • A igreja se iniciou no meio dos judeus, por isto a influência inicial foi de elementos judeus como por exemplo das sinagogas que deram origem as igrejas cristãs;
  • Posteriormente havia uma grande influência do mundo grego e a cultura helênica influenciou a igreja dos primeiros séculos;
  • Posteriormente, as mais variadas culturas dos gentios influenciaram a igreja que, mesmo em sua multiplicidade, possuíam em comum a crença em Jesus.


2.1. A PRIORIDADE NO ENSINO (At 11.26)
Quando pensamos na integração de Paulo junto aos irmãos de Antioquia, lembra que tudo foi diferente de Damasco e Jerusalém por causa da aceitação de seu trabalho junto a Barnabé. A princípio, ambos laboraram firmemente no ensino durante um ano inteiro; eles foram sábios o suficiente para realizarem um trabalho pastoral e missionário sem negligenciar a instrução. Esse cuidado foi tão decisivo e salutar para aquela igreja que os fiéis se esforçaram para se parecer cada vez mais com Jesus, o Cristo. Note que por causa do ensino acompanhado de bom testemunho, pela primeira vez, os crentes em Jesus foram chamados cristãos (At 11.26; Mt 22.29; Pv 18.15).

  • Pastoreio, obra missionária e instrução, esta era a preocupação dos pais da igreja;
  • Instrução voltada a Jesus, Cristo Centrica, com firme relato de sua obra, morte e ressurreição.
  • Infelizmente hoje existem mensagens que sequer citam o sacrifício de Jesus na cruz do calvário.
  • O ensino foi tão eficaz e bem recebido que os crentes daquela época buscavam se parecer com Cristo a ponto de serem apelidados de Cristãos.


2.2. PROVERAM SOCORRO AOS NECESSITADOS (At 11.28-29)
Como o cenário político era muito inconstante, as crises assolavam facilmente, somado às catástrofes naturais como em nossos dias, isso por si só gerava muitos necessitados de pão no mundo afora. Todavia, nesses dias, em que Barnabé e Paulo estavam em Antioquia, desceu de Jerusalém uma comitiva de profetas, não se sabe o propósito exato deles nessa visita, mas a fama do crescimento da igreja em Antioquia contribuiu decisivamente para isso (At 11.26). O exercício ministerial de profeta era um ofício comum naqueles dias que contribuía uniformemente para o crescimento da igreja, junto com os apóstolos. E um daqueles profetas vindo com a comitiva de Jerusalém, por nome Ágabo, anunciou uma fome que se abateria por sobre todo o mundo (At 11.27), “e isso aconteceu no tempo de Cláudio César”.

  • É importante ressaltar que a profecia acompanha a igreja desde a sua fundação, e que se deve dar crédito a voz profética;
  • Todavia, temos visto uma banalização do termo “profetiza” como se fosse algo extremamente normal como dizer um aleluia da boca pra fora;
  • A fome assolava aquela região bem como as inconstâncias políticas, nesta hora vemos que a igreja surgiu em um misto de evangelização, ensino e assistência.
  • Infelizmente temos visto que a assistência tem sido deixada de lado pois não dá retorno financeiro e dá muito trabalho, algumas igreja tem se dedicado apenas ao templo e aos que ali chegam, recebendo deles a oferta, o dízimo e devolvendo pregações e louvores apenas.


2.3. REPRESENTANTES DE ANTIOQUIA (At 11.30)
É muito interessante que os discípulos resolveram enviar suprimentos aos irmãos que habitavam na Judéia através de seus representantes legítimos, a saber, Barnabé e Paulo. Eles receberam a palavra profética, mas deliberaram entre si cooperar, a fim de mitigar a fome dos irmãos na Judéia. Para ambos os líderes restou a alternativa feliz de representá-los conduzindo o donativo que demonstrava carinho e gratidão aos irmãos de lá. Através desse fato, aprende-se que nem toda a iniciativa deve começar exclusivamente com a liderança, mas esta pode ser conduzida a organizar, enviar ou mesmo representar a assembleia local dos crentes numa obra social.

  • Observe o plano de Deus: A princípio os judeus não concordavam em se “misturarem” com os gentios, nem tão pouco que o evangelho fosse pregado aos não judeus.
  • Agora, com a fome na Judéia, os gentios proveram sustento que foi enviado aos judeus legítimos por mão de Saulo e Barnabé. Rompiam-se barreiras de preconceito para a disseminação do evangelho.
  • É importante ressaltar que, as atitudes que envolvem a igreja, devem começar pelo líder e depois ser divida em forma de responsabilidades.


3. O RETORNO DA MISSÃO REPRESENTATIVA
Barnabé e Paulo provaram mutuamente ser bons parceiros na seara do Senhor. Barnabé estava satisfeito por ter buscado Paulo como companheiro na missão pastoral em Antioquia. E Paulo, por sua vez, estava demonstrando ser um assistente de talento ao lado de Barnabé, sempre dentro de suas expectativas.

3.1. A PALAVRA CRESCIA E MULTIPLICAVA-SE (At 12.24)
O escritor de Atos nos dá uma nota do grande crescimento da obra do Senhor não apenas em Antioquia da Síria, mas também nas regiões da Judéia. Antioquia alcançou um momento de crescimento e de multiplicação por todo seu termo. Na verdade, a perseguição contra os cristãos os forçou a se espalharem, aumentou o seu fervor e a disposição em anunciar as boas novas, o que, finalmente, contribuiu para aumentá-la. Embora pareça um assunto solto do autor, Lucas, ao dar uma visão rápida do que estava acontecendo, estava preparando o leitor para saber do movimento missionário que já estava por florescer envolvendo os dois campeões, Barnabé e Paulo. Parece que, às vezes, toma-se necessário um pouco de perseguição para que se chegue ao ponto certo em que Deus possa usar o homem. José entendeu isso perfeitamente depois de trabalhado por Deus (Gn 45.7,8).

  • O povo estava aflito, as condições da época eram desesperançosas e o evangelho crescia como uma forte esperança de paz para as almas angustiadas;
  • Observe que a perseguição não só espalhou o evangelho como também fortaleceu o coração dos novos crentes na fé ao ponto de falarem avidamente do amor de Cristo para os outros;
  • Vivemos em tempo de bonança em todos os sentidos, será que continuamos com a fé inabalável em nosso Salvador ou estamos acomodados em nossa zona de conforto?
  • Se estivermos acomodados, pode ser que venha uma perseguição para nos despertar para a vontade do Pai.


3.2. RETORNARAM ACOMPANHADOS (At 12.25)
Mesmo com o enorme crescimento e multiplicação da Igreja, a situação não era tranquila em Jerusalém e nos arredores para os fiéis, pois Herodes Agripa I, neto de Herodes, o Grande, reinava e procurava agradar aos judeus observando os seus costumes e perseguindo os cristãos. Tiago, filho de Zebedeu, foi executado sob suas ordens e Pedro escapou da prisão sobrenaturalmente por intercessão da Igreja. Na fuga, Pedro se dirigiu à casa de Maria, mãe de João Marcos, onde muitos irmãos estavam orando. Ao que tudo indica, ao levar os donativos Paulo e Barnabé aproveitaram para agregar João Marcos entre eles (At 12.25; 13.5). João Marcos trouxe uma vitalidade a mais e pôde estar entre os notáveis pioneiros do Evangelho, tais como Pedro, Barnabé e Paulo.

  • Em meio a perseguição e perigo iminente de morte, mais obreiros surgiam na igreja primitiva;
  • Herodes Agripa I, que posteriormente foi comido por bicho, mandara matar Tiago e o governo perseguiu Pedro que conseguiu fugir da prisão milagrosamente;
  • Em meio a tanta turbulência, João Marcos, sobrinho de Barnabé, também conhecido como Marcos, o escritor do evangelho que leva seu nome, se uniu à dupla para fazer a obra de Deus. Não há luta que impeça o crescimento da obra de Deus.


3.3.  RETORNO COM UM DEVOCIONAL INTENSIFICADO
Quando Barnabé e Paulo chegaram de viagem, evidentemente eles apresentaram o novo companheiro à Igreja de Antioquia, João Marcos (At 13.5). Após o retomo de Barnabé e Paulo, verifica-se uma intensificação na busca a Deus com orações e jejuns da liderança da Igreja. O Espírito Santo é o principal responsável por essa fome de Deus e pela sede do estabelecimento de sua vontade na terra gerado nos crentes. É claro que a viagem cooperou para isso, mas Deus sempre esteve por trás de tudo o que acontecia naquele momento. Devemos entender que, quando o próprio Deus quer estabelecer mudanças, elevar a Igreja local a patamares espirituais mais profundos, ele vai usar aqueles que estão disponíveis, mais acessíveis ao seu agir (Jr 1.5-9).
  •  
  • Vemos muitas igrejas buscando o avivamento, mas não estão dispostas a trabalhar na obra enquanto não forem avivadas;
  • Vemos no exemplo de Paulo, Barnabé e Marcos que, quanto mais trabalhavam na obra, mais o Espírito Santo visitava a igreja e aviva o Seu povo;
  • É importante ressaltar que o avivamento era seguido de jejum, oração e palavra, há uma falsa doutrina que avivamento é barulho, cânticos e saltos, não que isto seja errado, mas o verdadeiro avivamento deixa o coração contrito e sensível a voz de Deus.


CONCLUSÃO
Percebe-se, ao longo desta lição, que a figura de Paulo, quando veio de Tarso para Antioquia, não apareceu muito. Senão ensinando a Igreja junto com Barnabé e, evidentemente, com outros mestres locais. Paulo era um assistente de valor, mas que reconhecia a sua posição na Igreja e honrava seu colega que lhe dera tamanho privilégio ao convidá-lo como assistente direto. Paulo soube aproveitar as oportunidades que lhe davam.

  • Que exemplo nos deu Paulo, ele que foi chamado pessoalmente por Jesus, não quis pular etapas e, após orar e se preparar, serviu primeiramente como assistente com uma dedicação e alegria exemplares;
  • Temos hoje novos convertidos que se ofendem se não forem imediatamente consagrados ou assumirem cargos de destaque na igreja, não querem começar como assistente, querem aparecer de imediato.

sábado, 20 de outubro de 2012

O discipulado do Apóstolo Paulo - Lição 3 - 21 de outubro de 2012


Caros professores, a paz do Senhor Jesus!
Esta semana não tive como preparar a lição, desta forma estou colocando nos subsídios os excelentes comentários do Prof. Marcos André do site http://marcosandreclubdateologia.blogspot.com.br/
Bons estudos


O discipulado do Apóstolo Paulo - Lição 3 - 21 de outubro de 2012

TEXTO ÁUREO

“Vindo ter comigo, e apresentando-se, disse-me: Saulo, irmão, recobra a vista. E naquela mesma hora o vi”. At 22.13

VERDADE APLICADA

Todos os grandes homens de Deus, em algum momento da sua vida, precisaram do cuidado de outros irmãos na fé, até mesmo, com menos potencial do que eles.

TEXTOS DE REFERÊNCIA

At 9.13 - E respondeu Ananias: Senhor, a muitos ouvi acerca deste homem, quantos males tem feito aos teus santos em Jerusalém;
At 9.14 - E aqui tem poder dos principais dos sacerdotes para prender a todos os que invocam o teu nome.
At 9.15 - Disse-lhe, porém, o Senhor: Vai, porque este é para mim um vaso escolhido, para levar o meu nome diante dos gentios, e dos reis e dos filhos de Israel.
At 9.16 - E eu lhe mostrarei quanto deve padecer pelo meu nome.
At 9.17 - E Ananias foi, e entrou na casa e, impondo-lhe as mãos, disse: Irmão Saulo, o Senhor Jesus, que te apareceu no caminho por onde vinhas, me enviou, para que tomes a ver e sejas cheio do Espírito Santo.
At 9.18 - E logo lhe caíram dos olhos como que umas escamas, e recuperou a vista; e, levantando-se, foi batizado.

Introdução
Paulo era um homem de grande valor para o judaísmo, uma pessoa preparada desde o seu nascimento, na convivência, na escola da sinagoga e, até, finalmente, tornar-se um pupilo do famoso Gamaliel. Tudo isso para lutar apologética e juridicamente pela causa do judaísmo do mundo pagão de sua época. Mas bastou uma aparição do Filho de Deus em sua glória para abater todo o seu orgulho genealógico, toda a soberba intelectual e ignorância espiritual.

  • Professor(a), com esta lição aproveite para ensinar o que é ser discipulado, pois muitos querem pular esta importante fase. Querem sair pregando sem conhecerem quase nada de teologia.
  • “Gamaliel”, era um sábio erudito da Lei, aparece uma vez no Novo Testamento acalmando o ânimo dos judeus para deixarem de perseguir os apóstolos At 5.34-40.
  • “orgulho genealógico”, genealogia é a linhagem familiar, esse orgulho genealógico era pelo fato de ele pertencer a tribo de Benjamim.


1. A necessidade de cuidado
Após o encontro de Paulo com Jesus, no caminho de Damasco, ele fora curado e imediatamente começou a pregar. Isso aconteceu, mas não tão imediatamente, pois levou alguns dias. Veremos que foi necessário pelo menos três dias aguardando outra resposta de Jesus.

  • “aguardando a resposta de Deus”, alguns estudos afirmam que mesmo depois de receber a sua cura Paulo não saiu pregando, mas ele teria se retirado para a Arábia a fim de meditar e retornou depois de três anos.
  • O fato é que ele não saiu sem uma direção como alguns fazem hoje em dia, não sabem nem qual é o seu chamado e saem pregando por ai sem nenhuma visão do seu chamado.


1.1. Paulo não podia ver (At 9.8a)
A Bíblia omite que tipo de transporte Saulo estava usando para chegar a Damasco, afirmar conclusivamente que Saulo caiu do cavalo é dizer uma coisa que a Bíblia não diz. Cavalos e mulas eram animais muito caros e a maioria das pessoas costumavam viajar muito a pé. Enquanto Paulo estava a caminho, acompanhado de alguns que formavam a sua comitiva, por volta de meio-dia, repentinamente brilhou uma forte luz do céu ao redor de Paulo, e tal luz falava com ele referindo-se ao seu nome hebraico, “Saulo, Saulo, porque me persegues?”. Depois de palestrar com a luz, levantou-se do chão, mas a ninguém via (At 22.6). Precisou terminar a viagem conforme as instruções do Senhor Jesus, mas agora amparado.

“A Bíblia omite”, algumas pessoas afirma algo que a Bíblia não, como o aquela velha afirmação de que “Paulo caiu do cavalo”, é necessário entender que a Bíblia só trata do que é necessário para a salvação. Muita gente fica ponderando  sobre detalhes.
“mas agora amparado”, há um primeiro momento na nossa caminhada que precisamos ser conduzidos, pois nossos olhos não estão completamente abertos, é o momento em estamos aprendendo as doutrinas, depois que passamos a conhecer, podemos então pregar.

1.2. Limitado para andar (At 9.8b)
Paulo, agora cego, foi conduzido pelas mãos de outros ao seu destino. Dessa maneira, o Senhor Jesus o estava humilhando, abatendo-o para que Paulo aprendesse mais sobre Ele. O andar de Paulo por melhor que fosse não estava agradando a Deus, e essa sua arrogância natural precisava ser abatida até o chão a fim de aprender um novo andar, que repetidamente Paulo ensina e relembra às igrejas que fundou. Deus resiste ao soberbo e pessoas normais evitam o soberbo. Mas, no caso de Paulo, era um agir divino na experiência dele para que ficasse marcado para sempre. Depois, quando necessário, ele testemunhava dessa sua queda visando a que alguém se convertesse.

  • “precisava ser abatida”, algumas pessoas para serem usadas pelo Senhor precisam primeiro serem libertadas da arrogância pessoal e esse foi o caso de Paulo. Outro casa conhecido foi o de Moisés que precisou passar quarenta anos no deserto, antes de ser enviado pelo Senhor par libertar o seu povo. 


1.3. Sem comer e beber (At 9.9)
Onde estava hospedado, Paulo permaneceu sem comer e beber, entendendo a grandeza de seu pecado. Dá para imaginar a agonia em sua alma e as lembranças de determinados momentos em que havia perseguido os discípulos do Senhor Jesus. Mesmo depois de muito tempo, ele demonstra esse sentimento nas suas cartas (Fp 3.6; lTm 1.13). Mas por outro lado o que lhe confortava, era o fato de Jesus lhe ter aparecido e falado, impedindo a sua completa perdição. O jejum é uma forma de demonstrar fraqueza, auto humilhação diante de Deus, visando buscar e praticar a vontade de Deus. É também uma maneira de romper com as ataduras firmes da ignorância espiritual, injustiças cometidas, e falta de fé. Não se jejua para conseguir o perdão de Deus, o preço já foi pago, antes, jejua-se para que a vontade divina seja exercida e fortalecida em nós.

  • O jejum também demonstra prioridade ao Senhor, por isso foi instituído para adoração ao Senhor. Quando alguém se dedica a fazer algo pra Deus e o faz em jejum, essa pessoa tem mais chance de ser aceita por Deus.
  • Não é correto um jejum para troca, pois o Senhor quer um coração contrito e não um coração ganancioso.
  • Não existe uma doutrina bem definida sobre jejum, o que muitas igrejas fazem é seguir as tradições.


2. A visão de cuidado
O Senhor Jesus havia começado uma obra de conversão ao aparecer repentinamente para Paulo. Mas continuou operando no sentido de aperfeiçoar a fé que começara a despontar. Deus não começa nada que não possa terminar e tudo faz com perfeição. Todavia essa segunda parte ficaria por conta de Ananias, um legítimo representante do Senhor Jesus pertencente à igreja de Damasco.

2.1. Levanta-te e vai à... (At 9.11)
Paulo estava hospedado em residência de um certo Judas, ali em Damasco, e repousava aguardando uma resposta do Senhor Jesus. E ela veio, pois Paulo tivera uma visão espiritual disso, ao ver entrar um homem chamado Ananias e impondo as mãos sobre ele para que fosse curado. Simultaneamente, Ananias recebeu em visão a orientação para ir num lugar exato, pois ele estava orando e aguardando resposta. Pensemos uma coisa, o Senhor Jesus não poderia curar Paulo diretamente? É claro que sim. Ou então, se Judas, o anfitrião de Paulo fosse um discípulo, e tudo indica que ele o era, não poderia curá-lo através dele? Perfeitamente. Mas por que Cristo não fez assim? Para que a experiência de Paulo tivesse testemunhas e ele mesmo sempre tivesse aceso em sua lembrança. Outra coisa é que Cristo deseja usar os vários membros do seu corpo para edificação espiritual mútua.

  • “Por que Cristo não fez assim?”, essa é a pergunta chave, recomendo que você deixe os alunos responde-la e veja se tem coerência com as respostas apresentadas nesse tópico.
  • Eis as respostas: 
  1. “para que as experiência...tivesse testemunha”, mostrando para todos que o Senhor é quem estava levantando aquele vaso, se Cristo mesmo curasse Paulo, poucos acreditariam nele e o inicio da obra estaria prejudicado.
  2. “ele mesmo...acesso em sua lembrança”, Deus nos permite passar por situações mais adversas para que tenhamos experiências de vida, pois poderemos e seremos usados para fortalecer pessoas que estarão passando pelas mesmas provações.
  3. “usar os vários membros”, o Senhor deseja que vivamos em união, por isso Ele se agrada em que trabalhemos unidos, ele sempre envia de dois em dois, às vezes, com tantos irmãos perto de nós, mas o Senhor trás um servo de longe para falar algo. Assim o Senhor faz a integração do seu povo.


2.2. Punha sobre ele a mão... (At 9.12)
É importante também notar que, nessa passagem, o Senhor Jesus demonstra que Paulo estava avisado, em visão, de que o próprio Ananias iria ao seu encontro para curá-lo. E essa cura sucederia mediante a imposição de mãos de Ananias. O ato de impor às mãos é abençoador, capaz de transferir virtudes que vão além do calor humano. Na verdade, o poder de Deus é completo em si mesmo e não se faz necessário impor as mãos. Todavia se torna muito importante e marcante para quem recebe tal imposição. O Senhor Jesus fez isso incontáveis vezes, e as Escrituras determinam que se imponham as mãos sobre os enfermos e eles serão curados (Mc 16.18; At 4.30).

  • O Senhor sabe que o ser humano é psicologicamente frágil, nem todos os irmãos aceitam quando dizemos: “Quando eu chegar em casa eu oro por você.” ou se dizemos: “Nós já oramos por você na igreja.”, muitos não aceitam isso, pois eles querem que vamos até suas casas, e lá estendamos as mãos sobre seus filhos seus móveis, suas camas, etc.


2.3. Senhor, de muitos ouvi... (At 9.13)
Quando Ananias entendeu que se tratava de Saulo, o perseguidor, arguiu o Senhor acerca de seu procedimento. Os males que tinha causado aos santos através da perseguição em Jerusalém, eram bem nítidos para ele. Reconhecemos que era uma missão difícil a ser realizada, mas o Senhor disse a Ananias que Paulo já o aguardava, pois já o tinha visto numa visão, entrando onde estava, e impondo-lhes as mãos, e curando-o de sua cegueira. Foi importante Ananias ter esse relevante detalhe para que executasse essa missão sem temor, visto que a fama de Paulo como perseguidor oficial do judaísmo corria entre as colônias judaicas para onde os cristãos fugiram. Quanto à visão simultânea de Ananias e Paulo, o sentido disso era para que não houvesse dúvida alguma de que o Senhor estava orquestrando a situação mostrando que era seguro para ambos.

  • Às vezes ocorre conosco como com Ananias, demonstramos uma falta de fé em relação a algum ímpio, mas o Senhor pode tudo.
  • Temos que acreditar que o Senhor pode fazer uma grande obra na vida do pior bandido.
  • Cristo estava também discipulando a Ananias para que ele aprendesse que Deus pode levantar pessoas de onde menos esperamos. Alguns agem como Ananias e colocam empecilho para tudo que lês são ordenado a fazerem, esses precisam aprender que se eles não quiserem trabalhar, o Senhor pode salvar um traficante e levantá-lo com o servo fiel e corajoso.


3. A missão cumprida
É interessantíssimo que o Senhor se permite arguir por Ananias e com ele palestra, ainda que brevemente. Depois de Ananias falar o que pensava demonstrando a necessidade de prudência, as providências para que tudo saísse perfeitamente em ordem e segurança estavam sendo tomadas naquele momento, em que Paulo como já foi dito, simultaneamente tinha uma visão acerca do próprio Ananias (At 9.15,16).

  • Deus permite que alguns irmãos ponderem com Ele, porém somente os servos, como foi com Moisés que intercedia pelo povo e com muitos outros servos.


3.1. Ananias foi ao encontro de Paulo (At 9.17)
Uma vez que tudo se tornara claro para Ananias, ele entendeu que se deveria apressar. Pois Paulo de Tarso não poderia ficar esperando indefinidamente em casa de Judas. Assim, pôs-se a caminho para achar o endereço que o Senhor lhe havia mostrado. A narrativa que se segue demonstra diligência, fé e muita alegria de Ananias ao encontrar a Paulo. Suas palavras são auspiciosas e demonstram conhecimento de tudo o que estava se passando, pois ele disse, “Irmão Saulo, o Senhor Jesus, que te apareceu no caminho por onde vinhas, me enviou, para que tornes a ver e sejas cheio do Espírito Santo”.

  • O Evangelho precisa de servos como Ananias, que tem uma palavra de esperança o abatido, encontramos irmãos que ao verem alguém na dificuldade ainda aponta dizendo que está em pecado ou que não tem fé.
  • No tempo em que vivemos em que não há aquela perseguição como no tempo de Ananias e Paulo, deveria existir mais irmãos do tipo de Ananias, Barnabé, Silas, Tito, Apolo, Áquila e outros, que mesmo não sendo muito famosos, mas são verdadeiros exemplos de simplicidade e disposição, e alegria de coração.


3.2. Paulo foi batizado (At 9.18)
O certo é que Paulo estava deitado ou sentado, de qualquer maneira sua posição indicava estar esperando, ou pelo menos se recuperando do tratamento de choque recebido da parte do Senhor. O texto não afirma claramente quem batizou Paulo, mas diz que ele “foi batizado”. É bem provável que tenha sido o próprio Ananias quem realizou o seu batismo ou outra pessoa próxima. No caso dos judeus, o batismo ocorria imediatamente, pois eles apenas aceitavam as promessas de Deus reveladas no Antigo Testamento, uma vez identificando que o homem Jesus era mesmo o Messias, tudo acontecia automaticamente.

  • “deitado ou sentado”, não convém debater se o batismo de Paulo foi por imersão o ou aspersão, é interessante não deixar a aula entrar nesse problema que nunca foi resolvido.


3.3.  Paulo com outros discípulos (At 9.19)
Após o batismo, Paulo se alimenta, pois ele estava afligindo seu corpo físico com o jejum até aquele momento. Mas também a sua alma sofria por lembrar-se de que, como oficial do Sinédrio, perseguira implacavelmente inofensivos cristãos tratando-os como bandidos. A comida lhe confortou, Deus lhe perdoou, mas, a partir dali, usou a sua vida para Deus. Ao que tudo indica, Ananias era um líder local, e ali em Damasco, Paulo pôde permanecer alguns dias, até que foi à Arábia, ficando por três anos conforme seu pequeno relato autobiográfico (G11.17).

  • Paulo não se achava digno de ser um servo do Senhor, pois ele havia perseguido o povo de Deus.
  • Paulo também não conseguiu ter um relacionamento muito próximo dos doze apóstolos, devido a sua obra e o seu temperamento.


Conclusão
Os cuidados básicos desfrutados por Paulo de ser assistido, batizado, usufruindo da convivência com outros discípulos mais experientes são os mesmos direitos de todo o cristão neófito que entra nas milícias do Senhor Jesus Cristo. Se isso for ignorado, estar-se-á gerando um cristianismo normal.

  • Para encerrar, comente que aqui tem um esboço do discipulado de um servo que foi um grande vaso nas mãos do Senhor.
  • Faça um resumo e apresente aos alunos.
  • O discipulado é uma obra tão importante quanto evangelismo, pois se o evangelismo a alma pra Cristo, é o discipulado que ajudará essa alma a permanecer firme.


Original de Marcos André - professor