quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

LIDERANÇA EM TEMPO DE REFORMAS


LIÇÃO 5 – 03 de Fevereiro de 2013

TEXTO AUREO

“Então, lhes respondi e disse: O Deus dos céus é o que nos fará prosperar; e nós, seus servos, nos levantaremos e edificaremos; mas vós não tendes parte, nem justiça, nem memória em Jerusalém”. Ne 2.20

VERDADE APLICADA

A obra de Deus precisa de líderes capazes, que tenham coragem e que não se acomodem ao caos, mas empreendam reformas para um novo recomeço.

OBJETIVOS DA LIÇÃO

Refletir sobre a importância de se fazer reformas sempre que necessário;
Entender que num ambiente de reformas sempre haverá ideias contrárias e/ou antagônicas;
Mostrar que Deus sempre precisa de líderes que possam efetuar reformas.

TEXTOS DE REFERÊNCIA

Ne 2.16 - E não souberam os magistrados aonde eu fui nem o que eu fazia; porque ainda até então nem aos judeus, nem aos nobres, nem aos magistrados, nem aos mais que faziam a obra tinha declarado coisa alguma.
Ne 2.17 - Então, lhes disse: Bem vedes vós a miséria em que estamos que Jerusalém está assolada e que as suas portas têm sido queimadas; vinde, pois, e reedifiquemos o muro de Jerusalém e não estejamos mais em opróbrio.
Ne 6.3 - E enviei-lhes mensageiros a dizer: Estou fazendo uma grande obra, de modo que não poderei descer; por que cessaria esta obra, enquanto eu a deixasse e fosse ter convosco?

INTRODUÇÃO
A situação social e religiosa, que precedeu à reconstrução de Jerusalém, sob a liderança de Esdras, Zorobabel e Neemias, foi a de completo abandono. Com a expatriação das classes sociais mais influentes para a Babilônia em três etapas, a condição das terras de Judá e principalmente de Jerusalém foi à de desamparo e de extrema pobreza. Os que retornaram agora juntos com os nativos precisavam de uma liderança reformadora, o que coube a Zorobabel, Esdras e Neemias.

  • Caros professores e alunos da EBD, é importante fazer uma revisão sobre o retorno do provo de Israel, veja o texto retirado da internet (link abaixo):
  • O retorno a terra prometida ocorreu em três fases, compreendendo os judeus de Judá, as dez tribos do norte se dispersaram, sendo mais tarde conhecidos como os judeus, da diáspora ou dispersão. O primeiro retorno deu-se em 536 a.C., dois anos depois da ascensão de Ciro. Sob a liderança de Zorobabel, 42.360 judeus voltaram para a sua terra. A tarefa de Zorobabel era conduzir os exilados a lançar os fundamentos do novo templo, que levou vinte anos para ser concluído. A demora pode ser atribuída aos samaritanos, que tiverem recusado o pedido de ajudar na construção do templo, tecendo assim toda sorte de intrigas e dificuldades para que a construção não tivesse êxito. Passados oitenta anos desde a subida de Zorobabel, Esdras que era sacerdote e hábil escriba da lei, faz a Segunda incursão, levando consigo a tarefa de estabelecer as novas bases do judaísmo, reforçando o princípio de obediência a Lei de Deus, haja vista que a situação dos irmãos de Jerusalém não era nada boa. O terceiro e último regresso deu-se com Neemias, que, desfrutando de prestígio na corte de Artaxerxes, conseguiu permissão e ajuda para subir a Jerusalém, construir os seus muros e tomar outras providências que a situação requeria, no intuito de assegurar a independencia, no presente e futuro da Cidade Santa.
  • Leia mais: http://igrejabatistapedraviva.webnode.com.br/news/o-retorno-do-cativeiro/


1. A RECONSTRUÇÃO DO TEMPLO
Com tantos inimigos que habitavam na terra de Judá e especificamente em Jerusalém, a primeira vista parece estranho que a prioridade dos judeus fosse à reconstrução do templo e não o sistema de defesa. Porém, para que um povo seja forte, precisa, sobretudo ser unido, e um dos elementos mais agregadores de indivíduos é a religião. Por isso a primeira coisa que fizeram sob a liderança de Zorobabel e demais levitas foi à restauração do culto a Jeová. Não há dúvida que foram muito sábios, agora vejamos como procederam:

  • Prioridade dos judeus fosse à reconstrução do templo e não o sistema de defesa: Os judeus reconheceram que a precisavam mais de Deus do que de segurança. Eles reconheceram o motivo do cativeiro, a desobediência a Deus, por isto decidiram logo após o livramento, se dedicar em construir o templo.


1.1. A CONSTRUÇÃO DE UM ALTAR (Ed 3.1-3)
A pressão dos inimigos era muito grande, pois não queriam que os judeus fossem restaurados como nação, visto que, dessa forma, eles assumiriam a influência e o controle sobre a região, que por herança pertencia a eles. Para reunir o povo e consolidá-los futuramente como nação, Zorobabel e demais levitas trataram de construir um altar. O altar é o centro do culto judaico, o canal de adoração e comunhão, um ponto indispensável de convergência e fortalecimento do povo de Deus. Devemos aprender quão poderosa é a adoração! A comunhão com Deus nos propicia, em seu exercício diário, vitória sobre os nossos inimigos residentes em nós mesmos e externos: a carne, o mundo que nos assedia e o maligno que o controla. Nossa vitória consiste em ter um altar de pé.

  • Não queriam que os judeus fossem restaurados como nação: isto não mudou até hoje, muitas nações não reconhecem Israel como nação. Naquela época, as nações dominantes sabiam da influência que o povo de Israel tinha quando mantinham-se unidos;
  • A igreja é forte quando se mantém unida!
  • O altar é o centro do culto judaico: Altar é o local onde Deus é adorado, era comum aos patriarcas construir altares a Deus (Veja exemplo de Abraão, Jacó e muitos outros) mesmo antes de existir tabernáculo, templo e sinagogas. Podemos dizer que antes da existência dos templos, já existia adoração a Deus no altar (coração do homem);
  • Como esta nosso altar? Adoramos a Deus no templo (igreja) todos os domingos, e no altar dos nossos corações?


1.2. OS ALICERCES DO TEMPLO E A OPOSIÇÃO
No ano seguinte após erigir o altar, Zorobabel, outros sacerdotes e os levitas lançaram os alicerces do novo templo, no mesmo lugar em que Salomão construíra o primeiro. Essa foi uma ocasião festiva, com danças e com os sacerdotes paramentados com instrumentos musicais, eles tornaram aquele momento inesquecível. Os mais velhos, que chegaram a ver a primeira casa choraram de emoção e os mais jovens gritaram de alegria de maneira que se confundiam os júbilos com os choros. Mas, quando os inimigos souberam do que aconteceu, falsamente se ofereceram para ajudar a construir o templo, mas Zorobabel e demais líderes rejeitaram a ajuda. Em seguida, escreveram uma maldosa carta ao rei Artaxerxes, acusando-os falsamente de insubordinação e má intenção na construção. O soberano ordenou à força que se parasse a obra e ela ficou parada durante 16 anos, até a sua retomada A oposição satânica ao verdadeiro culto acontecerá sempre, a fim de impedi-lo ou pelo menos atrapalhá-lo, mas o segredo da vitória está em resisti-lo firme e constantemente.

  • Lançaram os alicerces do novo templo: Começava a realização de um sonho para todos aqueles que eram cativos e retornavam a sua terra;
  • Confundiam os júbilos com os choros: Era um misto de emoções geradas por motivações distintas, este relato pode ser lido em Ed. 3. 8-13;
  • Maldosa carta ao rei Artaxerxes: Esta carta esta discriminada em Ed 4. 11-22, seria importante ler; Uma falsa acusação foi feita ao rei Artaxerxes, homem poderoso da época que governava sobre todo império. Foi dito ao rei que os muros da cidade estavam sendo restaurados e que isto levaria a cidade a não mais pagar impostos ao rei. Foi dito também que a cidade historicamente se rebelava contra os reis e que não podia se fortificar;
  • Devido a isto, o rei ordenou que a obra não continuasse e assim ficou por 16 anos.


1.3. A CONCLUSÃO DO TEMPLO
Todos nós gostaríamos que a obra de Deus se efetuasse sem oposições, mas aprendemos que devemos ser firmes, pacientes e constantes enquanto aqui estivermos. Com a oposição samaritana, passou-se o entusiasmo pueril dos judeus na construção do templo. As pessoas se voltaram para edificação de suas confortáveis casas, deixando o templo do Senhor para depois (Ag 1.2-6). Se bem que inicialmente, não havia muito que fazer. Depois de algum tempo levantou-se um movimento profético de reencorajamento à construção do novo templo, encabeçado por Ageu e Zacarias (Ed 5.1); e também dos anciãos do povo (Ed 5.5-8) E assim, reiniciaram a obra e conseguiram autorização oficial para sua conclusão, em que Tatenai, um governador dalém do rio, foi proibido de continuar a fazer qualquer tipo de oposição. Dessa forma a construção foi concluída em 516 A.C., ou seja, 21 anos depois do lançamento de seus alicerces (Ed 6.15).

  • Gostaríamos que a obra de Deus se efetuasse sem oposições: Sabemos que não é assim que ocorre. Jesus mesmo disse que no mundo teríamos aflição. Não há vitória sem luta;
  • Com a oposição samaritana, passou-se o entusiasmo pueril dos judeus na construção do templo: Pueril vem de infância, refere-se ao entusiasmo inicial em construir o templo. Após a oposição dos samaritanos e de outras dificuldades, os judeus passaram a construir suas casas e deixaram o fervor de construir a casa de Deus se esfriar;
  • Não passamos por isto em nossa vida de fé? Quantas vezes ficamos animados em empolgados em fazer a obra de Deus e na primeira luta, desanimamos e abandonamos a obra pela qual fomos chamados;
  • Um movimento profético de reencorajamento: Agora se levantou um rei que simpatizava com a causa dos judeus, mas mesmo assim ninguém se preocupou em pedir ao rei autorização para que a construção continuasse. Estavam acomodados mesmo quando a situação era favorável a eles. Deus levantou em voz profética Zacarias, Ageu e anciãos para estimular o povo a pedir autorização para começar a construção, o que foi permitido.



2. A RECONSTRUÇÃO DOS MUROS
Neemias era copeiro do rei Artaxerxes quando recebeu o relatório da situação de Jerusalém, interiormente se sentiu em pedaços, movendo-se de íntima compaixão pelos judeus que estavam na terra de Judá e por Jerusalém. Neemias intercede pelo povo, consegue autorização e dirige-se para Jerusalém, a fim de iniciar o seu trabalho de reformas. Ao chegar lá, prudentemente faz um levantamento pessoal da situação para poder dar início. O interesse e a generosidade de Neemias mostram que não devemos ser apáticos a obra de Deus e ao sofrimento alheio, precisamos nos arriscar, envolver-nos e assemelharmo-nos com o Filho Deus.

  • Neemias era copeiro do rei Artaxerxes: Copeiro era um cargo de confiança do rei. Era Neemias que servia o vinho, somente uma pessoa de confiança poderia exercer tal cargo visto que muitos inimigos queriam envenenar o rei.
  • Observe que, para ser copeiro do rei, Neemias vivia no palácio e tinha uma situação muito tranquila, ainda assim ele quis atender o chamado de Deus;
  • Neemias intercede pelo povo, consegue autorização e dirige-se para Jerusalém, a fim de iniciar o seu trabalho de reformas: A sua posição diante do rei permite que ele interceda pelo povo e tenha o aval do rei para ir a Jerusalém atender o clamor do seu povo.


2.1. NEEMIAS MOTIVA (2.11-20)
Quando Neemias lá chegou, Esdras já estava. Sendo que Esdras se preocupa mais com a construção do templo e na organização de todos os registros sagrados. A Esdras se atribui a organização do cânon do Antigo Testamento. Já Neemias se preocupa inicialmente com a reconstrução do muro, que era a ativação do sistema de defesa da cidade. Para isso, como excelente líder, reúne as autoridades de Jerusalém e traz uma palavra persuasiva de motivação a fim de que reconstruíssem os muros. Os magistrados aceitam prontamente o desafio e iniciam a obra. Agora cabe observarmos quão importante é uma palavra motivadora na obra de Deus, não basta ter planos é necessário encorajamento para reformar.

  • A Esdras se atribui a organização do cânon do Antigo Testamento: O Canon era a Bíblia da época e Esdras era escriba (escritor), desta forma ele organiza os textos sagrados;
  • Neemias se preocupa inicialmente com a reconstrução do muro: Não seria uma tarefa fácil, Neemias entendeu que era preciso proteger a cidade antes de outras edificações, mas sozinho ele não conseguiria;
  • Como excelente líder, reúne as autoridades de Jerusalém e traz uma palavra persuasiva de motivação a fim de que reconstruíssem os muros: Vemos aqui a importância do líder na motivação dos irmãos para a obra de Deus. Não falamos de autoajuda ou de frases de efeitos tão comuns em animadores de auditório e sim de palavras motivadoras retiradas da própria Bíblia sagrada. É dever do líder motivar seus liderados seja em que departamento for.


2.2. NEEMIAS ZELA PELA CONSECUÇÃO (Ne 4)
Quantas vezes o trabalho do Senhor é negligenciado por falta de iniciativa ou de zelo pela sua consecução. A oposição é natural que aconteça, mas é necessário suportar as contradições. A falta de reformas em Judá havia-se tornado um caso inescrupuloso de falta de iniciativa. Mas quando os magistrados são exortados a reconhecerem a miséria em que estavam eles foram humildes em reconhecer isso (Ne 2.17). Logo, prontamente se puseram a trabalhar com entusiasmo, porém os samaritanos que habitavam a terra começaram o seu antagonismo com deboches e ameaças (Ne 2.19; 4.1-2). Os trabalhadores, porém, armaram-se para continuar a obra, providenciaram trombetas para o toque de alerta caso a situação necessitasse, e, com esses cuidados, permaneceram até a conclusão do muro.

  • Falta de iniciativa ou de zelo pela sua consecução: Consecução é o mesmo de conseguir, de chegar até o fim do que se propôs, de concluir a obra. O zelo pela consecução nada mais é do que se manter firme até o fim. Quantos param no meio do caminho quando a luta aperta?
  • Os trabalhadores, porém, armaram-se para continuar a obra: A obra não podia parar, nem sob ataque dos samaritanos que os zombavam constantemente. Os judeus se armaram com espadas e trombetas, enquanto trabalhavam na reconstrução do muro. Enquanto um trabalhava, outro fica de prontidão como uma sentinela a vigiar.
  • Hoje não é diferente, na obra de Deus enquanto uns trabalham, outros dão cobertura de oração e outros vigiam contra as investidas do inimigo.


2.3. CELEBRANDO A RECONSTRUÇÃO (Ne 12.27-43)
A conclusão do muro com seus respectivos umbrais levaram 52 dias, assim estava acabada aquela obra que impôs respeito aos vizinhos antagônicos, pois reconheceram que Deus os ajudara naquela realização. A dedicação dos muros foi feita em celebração, todos os músicos levitas foram convocados especialmente e o evento foi de alegria geral. Apenas quando não nos acomodamos ao caos é que podemos transformar uma situação, depois da situação transformada a vergonha desaparece, o inimigo nos respeita e podemos celebrar definitivamente em Deus a nossa vitória.

  • Que impôs respeito aos vizinhos antagônicos, pois reconheceram que Deus os ajudara naquela realização: O mais importante na vida do cristão é permitir que as obras que ele realiza glorifiquem o nome de Deus. Em tudo dai graças (1Ts 5.18);
  • Depois da situação transformada a vergonha desaparece, o inimigo nos respeita e podemos celebrar definitivamente em Deus a nossa vitória: As situações difíceis em nossas vidas servem para nos provar e para nos mostrar que somente Deus tem a capacidade de abençoar e livrar seu povo. Passado a prova algumas coisas importantes acontecem: 1) O nome de Deus é glorificado em nossas vidas; 2) O inimigo reconhece a derrota; 3) O inimigo nos respeita; 4) A vergonha desaparece; 5) Celebramos com gratidão, louvor e adoração a Deus por tão grande salvação.


3. AS REFORMAS ÉTICO MORAIS
Embora as reformas de natureza religiosa e de estruturação da defesa tivessem sido levadas a efeito, ainda precisavam continuar na sua diversificação para o bem estar daquela sociedade. Isto é, eles precisavam vivenciar o conjunto de regras e deveres para com o seus semelhantes que já estavam prescritas na Lei de Moisés. Logo os reformadores perceberam que precisavam combater duas frentes destrutivas, os inimigos externos que eram os samaritanos com os demais povos misturados, e os internos, que eram os próprios judeus que começaram a explorar a seus irmãos.

  • As reformas ético morais: Vivemos dias de grande individualismo e satisfação pessoal e consequentemente falta de ética e moralidade, inclusive dentro de muitas igrejas ditas cristãs.


3.1 O BOM EXEMPLO DE NEEMIAS (Ne 5.13-21)
Neemias procurou mostrar o seu temor a Deus e respeito para com o próximo, em que jamais buscou tirar proveito para si mesmo de suas funções. Ainda que outros tirassem pão, vinho e prata para si aproveitando da própria função, jamais Neemias e nem os que com ele estavam na administração se aproveitaram nos doze anos em que ali permaneceram. O temor de Deus impede o crente de utilizar-se de embustes que venham defraudar o semelhante, mesmo que sejam legais, mas perante a própria consciência e diante de Deus são reprováveis, imorais e antiéticos.

  • Jamais buscou tirar proveito para si: Que belo exemplo de altruísmo do nosso irmão Neemias e que contraste com muitos pregadores da atualidade. Enquanto Neemias queria agradar a Deus e servir seus irmãos, muitos pastores hoje assumem cargos e trabalhos baseados no quanto receberão de volta.
  • O temor de Deus impede o crente de utilizar-se de embustes que venham defraudar o semelhante, mesmo que sejam legais: Embuste fala de enganos, tramoias. O temor a Deus nada mais é do que o respeito ao nosso salvador. Devido a isto, não usamos de artimanhas mesmo que sejam legais perante a legislação vigente mas imorais perante a ética cristã.


3.2. MEDIDAS CONTRA A EXPLORAÇÃO DO PRÓXIMO (Ne 5.1-12)
Os judeus estavam lutando para reestruturar-se como nação, mas, em época de carestia, logo começaram a oprimir os próprios compatriotas, obrigando-os a penhorar os seus bens em troca de dinheiro para a alimentação, inclusive os tributos. Houve absurdos até do ponto de vista deles mesmos, em que os filhos foram entregues como servos para que eles não morressem de fome. O povo, não tendo mais o que fazer, foi clamar a Neemias, que reuniu a todos e exigiu o perdão das dívidas e a restituição das terras, vinhas, olivais, os dízimos (ágio), trigo, etc. Neemias nem o que havia emprestado quis de volta, como medida exemplar. Que isso nos sirva de lição, pois há sempre quem procure tirar proveito das calamidades e tragédias alheias dando vazão a sua própria cobiça, esquecendo-se de que Deus julgará tais injustiças.

  • Oprimir os próprios compatriotas: Os judeus estavam explorando uns aos outros, retirando dos mais fracos até filhos e cobrando ágio no pagamento das dívidas. Quando irmãos se levantam um contra os outros é porque o amor de Deus não esta mais operando na igreja. Infelizmente temos vivido tempos em que irmãos, por motivos fúteis, processam a outros na justiça;
  • Neemias, que reuniu a todos e exigiu o perdão das dívidas e a restituição das terras, vinhas, olivais, os dízimos (ágio), trigo, etc.: Neemias clamou pelo perdão de todos para todos, um belo exemplo para os nossos dias.


3.3. MEDIDAS CONTRA O CASAMENTO MISTO (Ne 13.23-29)
O casamento misto não era uma situação isolada, mas tomou-se um grande mal, pois tal prática estava generalizada. É muito provável que as mulheres judias estivessem sendo negligenciadas pela escolha das mulheres estrangeiras, o perigo disso era que, em médio prazo, perderiam a identidade judaica e se enfraqueceriam, como os das tribos do norte que, agora eram os samaritanos. Ali estava um remanescente que deveria se preparar para vinda do Messias, não se tratava de etnocentrismo, mas da promessa que fora direcionada a Judá e implicava que eles zelassem por isso também. Os maridos judeus, na ocasião, tiveram com lágrimas de dispensar suas esposas e filhos, foi algo bem doloroso. Hoje um crente não dispensa o seu cônjuge descrente, pois o crente santifica o outro (ICo 7.14; Ef 3.1).

  • Mulheres judias estivessem sendo negligenciadas pela escolha das mulheres estrangeiras: O que estas mulheres tinham de mais? Provavelmente uma vida liberal, sem compromisso, regada de sensualidade. Homens que se envolvem com sensualidade excessiva começam a perder o interesse pelas mulheres de Deus, escolhidas para formar um lar sadio e próspero. Infelizmente na maioria da vezes, quando acordam já perderam o seu bem mais precioso na terra, as sua família;
  • Paulo é muito claro quando diz: “Não vos prendais a um jugo desigual com os infiéis; porque, que sociedade tem a justiça com a injustiça? E que comunhão tem a luz com as trevas?” II Co. 6.14.


CONCLUSÃO
Apesar dos grandes desafios, esse foi um tempo de prosperidade e de alegria para os judeus. Retornaram para as suas terras, reconstruíram o templo, os muros, a cidade, retomaram o comércio, etc. Todavia, não teriam conseguido sem líderes capazes como Esdras, Zorobabel, Neemias e vários outros reformadores. Realizar a obra de Deus é se mover empreender reformas, é ter coragem para um recomeço na vontade d’Ele. Se assim é, mexa-se e faça a sua parte!

quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

JOÃO BATISTA, UM HOMEM RESIGNADO


LIÇÃO 4 – 27 de Janeiro de 2013

TEXTO AUREO

“Em verdade vos digo que, entre os que de mulher têm nascido, não apareceu alguém maior do que João Batista; mas aquele que é o menor no Reino dos céus é maior do que ele”. Mt 11.11

VERDADE APLICADA

João Batista é um gigante da fé que se resignou para preparar o caminho daquele que viria depois dele.

OBJETIVOS DA LIÇÃO

Mostrar o ambiente familiar em que João se desenvolveu, e a importância de reproduzirmos tal ambiente;
Revelar que Deus, antes de escolher João, escolheu e preparou uma família piedosa para o seu pleno desenvolvimento;
Relembrar que não há evangelho e desempenho ministerial verdadeiro sem resignação.

TEXTOS DE REFERÊNCIA

Mt 11.10 - porque é este de quem está escrito: Eis que diante da tua face envio o meu anjo, que preparará diante de ti o teu caminho.
Mt 11.11 - Em verdade vos digo que, entre os que de mulher têm nascido, não apareceu alguém maior do que João Batista; mas aquele que é o menor no Reino dos céus é maior do que ele.
Mt 11.12 - E, desde os dias de João Batista até agora, se faz violência ao Reino dos céus, e pela força se apoderam dele.
Mt 11.13 - Porque todos os profetas e a lei profetizaram até João.

INTRODUÇÃO
João era de origem simples, como veremos a seguir, porém, de uma grandeza admirável. Apesar de ter hábito alimentar e vestuário heterodoxos dos seus contemporâneos, ele conseguia ser uma poderosa fonte de influência para eles, no que tangia a esperança do reino messiânico. É tanto, que as suas raízes, sua missão e sua autoresignação fizeram dele uma estrela de primeira grandeza no cenário bíblico de sua época.

  • Importante definir resignação: Submissão à vontade de alguém; A palavra autoresignação tem significado estranho, uma vez que seria submissão a sua própria vontade, incompatível com o que esta sendo ensinado pela lição.
  • Apesar de ter hábito alimentar e vestuário heterodoxos dos seus contemporâneos: Heterodoxo: diferente ou oposto, no caso, refere-se aos costumes dos seus contemporâneos. Leia Mc 1.6: “E João andava vestido de pêlos de camelo, e com um cinto de couro em redor de seus lombos, e comia gafanhotos e mel silvestre;
  • Poderosa fonte de influência: Devido a sua atitude (exemplo) e sua constante pregação sobre a esperança da vinda do Messias.


1. AS RAÍZES DE JOÃO
João, o batizador, ocupa nas páginas do Novo Testamento um papel muito relevante, o de iniciar a transição de uma aliança antiga para outra nova proposta por Deus em Jesus Cristo. João veio trabalhar em favor do cumprimento cabal das profecias soteriológicas, anunciando o mistério de Deus oculto de todos os séculos, de maneira que teve a honra de ser o pioneiro da própria pregação do arrependimento. Entretanto, para que pudesse por mãos à obra teve de esperar quase trinta anos, vejamos como isso começou.

  • João, o batizador: Batizou Jesus e muitos antes no rio jordão;
  • Iniciar a transição de uma aliança antiga para outra nova proposta por Deus em Jesus Cristo: Passou o tempo da lei e inicia-se o tempo da graça; Explique que a velha aliança é a da lei e foi feita com Moises e consistia em cumprir a lei bem como os sacrifícios, restrição de alguns alimentos, circuncisão... Agora o tempo é da graça, com a ação (morada) do Espírito Santo no próprio homem e salvação exclusiva em Jesus Cristo;
  • Soteriológica: Sotero (grego): salvação, profecia soteriológica é aquela relacionada à salvação em Jesus.


1.1. NASCIDO EM UM LAR PIEDOSO (LC 1.5-7).
Os pais de João eram Zacarias e Isabel, ambos são descritos como pessoas de elevado padrão espiritual, de profundo comprometimento com Deus e vida exemplar diante de seus contemporâneos. Entretanto Isabel era estéril, o que lhe dava um a condição extremamente humilhante em sua cultura (Lc 1.25). Zacarias foi sacerdote, da ordem de Abias, e é descrito por Lucas oferecendo incenso a Deus no templo, quando lhe apareceu o anjo e anunciou-lhe a resposta de suas orações, isto é, que sua esposa daria a luz um filho a quem deveria chamá-lo de João, que significa, “Jeová é um doador precioso”.

  • Isabel era estéril: Observe que mesmo o crente que tem profundo comprometimento com Deus e vida exemplar não fica livre de passar por lutas e sofrimentos;
  • Condição extremamente humilhante: Esterilidade nos dias de hoje tem tratamento (em parte) e não é visto como algo humilhante. Naquela época, a mulher que não podia dar herdeiros ao marido era desprezada e humilhada como alguém que não podia cumprir o seu papel na sociedade;
  • A resposta de suas orações: Interessante notar nas escrituras que Zacarias, de tanto orar e sendo sacerdote, não creu de imediato na promessa dada pelo anjo a ponto de pagar por sua dúvida ficando mudo.


1.2. NASCIDO COM PROPÓSITO (LC 1.17)
Sempre se pensa em João Batista como alguém escolhido por Deus antes de seu nascimento para uma missão, e isso é verdade explícita nas Escrituras. O que, às vezes, não se dá conta é que seus pais é que foram escolhidos para prover-lhes uma educação piedosa primeiramente.
O primeiro ambiente, que oferece impressões indeléveis para um ser humano por toda a sua vida, é a família, daí a responsabilidade que os pais têm desde a formação da criança. O casal cristão, desde o início, deve se preparar para viver em plena dedicação ao ensino de seus filhos, mesmo antes do nascimento deles, afinal eles são herança do Todo Poderoso. Caso contrário, estaremos contra os propósitos eternos de Deus em permitir a ignorância, a pecaminosidade e a perdição eterna em nossa família e sociedade.

  • Prover-lhes uma educação piedosa: João foi escolhido do ventre, mas seus pais se empenharam em ensiná-lo no caminho de Deus. Quantos pais tem promessa que seus filhos serão usados no futuro mas não se dedicam a eles no caminho do evangelho;
  • Formação da criança: A dedicação dos filhos à Deus começa quando se planeja um dia tê-los, ainda que você seja solteiro; O comentador usa o termo “ensino”, dai a escolha de escolas boas para os filhos, participação efetiva da E.B.D e culto doméstico;
  • Importante ler Pv 22.6 e Dt 6.6-8




1.3. A MÃO DO SENHOR ESTAVA COM ELE (LC 1.66)
A declaração acima, acerca de João, é um a reflexão de Lucas, aquele que pesquisou mais e dedicou-se em trazer detalhes que são omitidos nos outros evangelhos. O sentido de “a mão do Senhor” revela a orientação especial de Deus, e a presença do Espírito Santo conduzindo todo o processo que veio a culminar na vida adulta de João, tornando-se quem ele foi. Evidentemente, a chamada de João foi muito especial, mas o privilégio de ter a mão do Senhor sobre si é para todos. Um casal, mais especificamente a mulher gestante cheia do Espírito Santo fará com que o bebê, em seu ventre, já seja influenciado por essa virtude. Isso não eliminará os problemas próprios da infância, mas propiciará mais satisfação interior para pais e filhos.

  • Aquele que pesquisou: Lucas foi o escritor que mais pesquisou acerca de Jesus, por isto seu livro é o mais extenso do novo testamento e consequentemente dos 4 evangelhos (Lc. 1. 1-4);
  • Omitidos nos outros evangelhos: Por exemplo a parábola do filho pródigo e do bom Samaritano;
  • “A mão do Senhor”: Observe que o comentador afirma que a mão do Senhor esta sobre todos que assim desejarem. O Espírito Santo de Deus e seu agir em nós é abundante após a morte de Cristo e o envio do consolador;
  • Novamente o comentador afirma que o chamado é importante, mas a educação nos caminhos de Deus é responsabilidade de pais cheios do Espírito Santo.


2. JOÃO, UMA VOZ PROFÉTICA
Assim como Jesus, João, o Batista teve a sua vida oculta, a partir do seu nascimento. Na época em que foi escrito os evangelhos, as pessoas não se preocupavam em dar certos detalhes, como fazem os escritores modernos. Por isso, praticamente, quase nada temos desses momentos que antecederam o ministério profético de João. Entretanto, sabemos que ele depois de certo tempo se isolou por deliberação própria nos desertos, tudo indica que se acolheu entre os essênios e daí procede a prática do batismo empregada por ele. Isso sucedeu até que se manifestou publicamente como um a voz profética em meio a sua geração.

  • João, o Batista: Porque o Batista? Muitos pensam ser um sobrenome, porém Batista vem do Grego e significa batizador ou aquele que batiza;
  • Vida oculta: A Bíblia trata do que é importante para o homem reconhecer a Jesus como Salvador, imagine se todos os detalhes fossem registrados quantas páginas teriam a Bíblia;
  • Essênios: Os Essênios eram um povo que vivia isolado no deserto às margens do mar morto e dedicavam-se ao estudo da palavra. Na época existiam 3 seitas os Saduceus, Fariseus e Essênios.
  • Sobre João e Jesus pertencerem a esta seita, aconselho que cliquem no link a seguir e tirem suas dúvidas:
  • http://rogsilva.wordpress.com/2008/11/10/jesus-nao-era-essenio/


2.1. NO ESPÍRITO DE ELIAS
Em geral os judeus aguardavam a manifestação literal de Elias como um precursor do Rei ungido, que reinaria sobre Israel (Ml 4.5). Ele viria em um tempo em que o amor paterno esfriaria trazendo um reavivamento do amor no seio familiar. O Senhor Jesus corrigiu essa concepção, mostrando o cumprimento total em João (Mt 11.7-17). O próprio anjo anunciou, “ele irá adiante do Senhor, no espírito e poder de Elias” (Lc 1.17). Isso quer dizer que João desenvolveria um ministério nos antigos moldes de autoridade de seu antecessor. Tal espírito e poder traria um impacto na nação inteira, o que de fato aconteceu, pois a sua fama e ministério profético se tomaram conhecidos em todos os termos de Israel.

  • Aguardavam a manifestação literal de Elias: Os judeus aguardavam uma confirmação literal de Ml 4.5 de que Elias voltaria à terra para converter o coração dos pais aos filhos e vice e versa. Quando João apareceu, começaram a afirmar que João era Elias, mas com outro nome;
  • O Senhor Jesus corrigiu essa concepção: Jesus deixou claro que João veio com o espírito (ânimo, unção) do seu antecessor Elias.


2.2. PREPARANDO O CAMINHO
A missão de João consistia em ser o mensageiro por Deus antecipadamente preparado, a fim de preparar o caminho do Rei ungido que haveria de se manifestar. Ele foi, portanto, um reparador de veredas conforme Isaías 40.3. Essa função existia no Antigo Testamento em que um supervisor ia diante do seu rei reparando as estradas: aterrando, aplainando e nivelando os caminhos antes que ele passasse com a sua comitiva. Israel daqueles dias entendia isso perfeitamente e de certa forma aguardava o seu cumprimento, eles sabiam que haveria alguém que os prepararia para receber o Messias, até que finalmente todos vissem a salvação procedente de Deus (Lc 3.5,6). Enfim, João preparou o caminho para aquele que viria depois; tal princípio deve ser observado pelos líderes de hoje.

  • Reparador de veredas: Excelente explicação do comentador. Era função de quem ia adiante do rei anunciar que o rei estava vindo e reparar as estradas e tudo que estava fora de lugar, da mesma forma anunciava aos moradores da chegada do rei e este arrumavam suas próprias casas e a frente de sua rua;
  • Tal princípio deve ser observado pelos líderes de hoje: Há um obreiro em minha igreja (Pr. Galeno) que certa vez contou que quando criança, seu pai trabalhava em fazendas como agregado e aonde chegava, imediatamente plantava mudas de árvores frutíferas de toda espécie. Alguém perguntou a ele um dia porque fazia aquilo, pois por ser agregado, às vezes ficava pouco tempo em um local e não daria tempo das plantas crescerem e ele aproveitar os frutos. A resposta foi que, os que viriam depois dele aproveitariam aquela semeadura e que se outros fizerem isto ele pode aproveitar a semeadura de outro quando se mudasse. Uma bela lição.


2.3. PREGANDO O REINO DE DEUS E BATIZANDO
João tinha plena consciência de sua missão e, de acordo com ela, pregava para que as pessoas se arrependessem de seus pecados, abandonassem os seus caminhos sinuosos e voltassem-se completamente para Deus. Esse era o requisito necessário para a manifestação do Messias: um povo preparado, aguardando-o. Sua mensagem tinha um forte apelo moral: ele repreendia severamente e instruía a ser solidário com os necessitados: honestos em seus trabalhos, e a contentar-se exclusivamente com seus respectivos salários. A mensagem é atual, e como hoje se necessita, em nossa sociedade, de homens assim. Apesar da dureza de sua mensagem, do rigor com que repreendia e a austeridade de suas instruções, admiravelmente as multidões concorriam para por ele serem batizadas.

  • Pregava para que as pessoas se arrependessem de seus pecados, abandonassem os seus caminhos sinuosos e voltassem-se completamente para Deus: Esta é a verdadeira pregação do evangelho... Infelizmente este tipo de pregador esta em falta, vemos crescer o número de pregadores “animadores de auditório” e profetas de bênção sem se importar em pregar a cruz, a renúncia e a vida eterna;
  • Sua mensagem tinha um forte apelo moral: Conforme disse o comentador, as mensagens eram “duras” e verdadeiras. Será que podemos falar assim à igreja nos dias de hoje? E com autoridades corruptas e pessoas desonestas mas de influência na sociedade?


3. JOÃO, UM HOMEM RESIGNADO
O ministério profético envolve aspectos de anunciar uma diferente percepção daquilo que Deus quer para aquele determinado momento, envolve denúncia de atitudes que não se conformam com a vontade de Deus, e também instrução pormenorizada e clara dessa mesma vontade d’Ele. Basta olharmos para a vida de João, conforme exposto nos evangelhos, e tudo isso constataremos que ele realizou completamente. O que envolveu um elevado grau de resignação, isto é, de renúncia pessoal e morte para si mesmo.

  • Denúncia de atitudes que não se conformam com a vontade de Deus: Denunciar o pecado e não se conformar com ele, esta é a verdadeira tarefa do profeta (E não sede conformados com este mundo, mas sede transformados pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis qual seja a boa, agradável, e perfeita vontade de Deus. Rm 12.2); Denunciar atitudes significa não permitir que o membro que dá um bom dízimo ou generosas ofertas tenha seu pecado acobertado, ou ainda não denunciar atitudes de políticos ou empresários corruptos com medo de perder prestígio ou mesmo apoio financeiro.
  • Instrução pormenorizada e clara dessa mesma vontade d’Ele: Pormenorizada quer dizer “nos mínimos detalhes” isto é, o obreiro tem a obrigação de ensinar o povo como ir para o céu e no caminho apontar os desvios para que sejam evitados, isto se consegue com ensino sistemático da palavra de Deus.


3.1 RESIGNADO EM SEU ESTILO DE VIDA
João Batista desenvolveu uma certa capacidade de imunidade às críticas e atirou-se numa direção oposta à tradicional de sua época, quer dizer, não teve medo de escapar do tradicional, nem temeu se passar por ridículo ou louco e grosseiro. Assim ele vivia como nazireu, entregou-se deliberadamente a viver nos desertos da Judéia, sem qualquer ostentação, alimentando-se de mel silvestre e gafanhotos. Ele viveu fora dos padrões convencionais de sua época, experimentou o contrário da liderança religiosa que era controlada por Roma, e por seus próprios apetites, indiferentes às necessidades do povo. João tinha um estilo de vida totalmente resignado, porque tinha em mente o cumprimento do seu ministério e foi orientado por Deus a ser assim (Lc 1.15).

  • Nem temeu se passar por ridículo ou louco e grosseiro: Porque a palavra da cruz é loucura para os que perecem; mas para nós, que somos salvos, é o poder de Deus (1Co 1.18);
  • Nazireu: Este termo significa separado, consagrado. No caso de João, era separado para aquela obre e tinha que se privar de bebidas fortes, alguns alimentos e de companhias também;
  • Contrário da liderança religiosa que era controlada por Roma: A religiosidade estava corrompida, todo sacerdote (religião) e todo governante (política) era ordenado pelo império romano. João Batista não se calou perante tanta corrupção, seja com os sacerdotes, seja com Herodes.


3.2. A FÉ DE JOÃO BATISTA
Em nenhum lugar do Novo Testamento, lê-se sobre a grandeza da fé de João, mas, em seus registros encontramos evidências indiscutíveis da enorme dimensão dela. Vejamos algumas: Primeira, ele tinha fé para viver nos desertos e adotar um estilo de vida diferente do usual; segunda, teve fé para ali iniciar o seu ministério longe de toda comodidade que a cidade oferecia; terceira, anunciou a vinda do reino de Deus e ordenava que os homens se arrependessem; quarta, declarou a messianidade do jovem galileu mediante revelação sobrenatural; quinta, teve fé suficiente para sofrer todas as angústias e consequências oriundas de seu ministério, que inclusive o levou à morte. João possuía o tipo de fé inspiradora que impacta gerações sucessivas à sua, inclusive à nossa.

  • Das cinco características elencadas pelo comentador, considero 3 mais importante:
  • Primeira, ele tinha fé para viver nos desertos: Viver no deserto com privação de quase tudo permite um aprendizado e uma dependência de Deus que em locais de fartura não se consegue. Deus nos leva ao deserto para dependermos mais dele;
  • Segunda, teve fé para ali iniciar o seu ministério longe de toda comodidade que a cidade oferecia: O que dizer dos pregadores de hoje? Uma vez convidei um pregador renomado para vir aqui em minha cidade e além de cobrar um valor alto, exigiu a companhia aérea, a cadeira e o horário do voo.
  • Quinta, teve fé suficiente para sofrer todas as angústias e consequências oriundas de seu ministério, que inclusive o levou à morte: Como disse Paulo, “Porque para mim o viver é Cristo, e o morrer é ganho” (Fp 1,21). Vivemos dias em que os cristãos estão querendo receber seu galardão aqui mesmo.


3.3. O SOFRIMENTO DE JOÃO BATISTA
A beleza do ministério profético é a capacidade de Deus falar aos corações e mover as atitudes em direção a vontade d’Ele. As pessoas em numerosas multidões afluíam a João Batista com sede de Deus, elas sabiam que ele era portador da Sua voz e muitas sinceramente queriam endireitar as suas veredas. Quando João censurou Herodes (Antipas), o tetrarca que governava a Galileia e Peréia, o fez muitas vezes por causa de seu comportamento escandaloso que era inaceitável aos judeus e proibido por lei (Lv 18.16). Embora João o denunciasse, buscando arrependimento de Herodes, este, no entanto tinha desconfiança política quanto a João e aproveitou para prendê-lo, tendo em vista a sua enorme popularidade. João teve uma morte trágica, mas teve de Jesus o máximo de louvor (Mt 11.11a).

  • Mover as atitudes em direção a vontade d’Ele: Deus quando fala, Sua palavra tem propósito e não volta vazia (Is 55.11); As vezes a voz profética é dura, amarga, mas ela sempre aponta para o arrependimento, para o perdão e para a salvação;
  • João censurou Herodes: Herodes estava dando um péssimo exemplo ao povo, pois estava casado com a mulher de seu irmão e isto era adultério. Pode ser que aquilo virasse moda e era função do obreiro João pregar contra aquilo;
  • João teve uma morte trágica: Herodias influenciou sua filha, conhecida como Salomé a dançar para Herodes e depois convencê-lo a entregar-lhe a cabeça de João Batista em uma bandeja; João sofreu e morreu por amor a Cristo como tantos outros discípulos e apóstolos, quanta diferença de muitos pregadores atuais...


CONCLUSÃO
Assumir uma posição profética em toda sua dimensão bíblica exige um elevado grau de maturidade, de fé e de muita resignação. Se nos poupamos do sofrimento, se agimos sempre “dando um jeitinho” e somos infantis assumindo uma posição dúbia (em cima do muro), Deus não pode contar conosco para o exercício profético. Apenas há vida multiplicada quando a semente morre (Jo 12.24).

terça-feira, 15 de janeiro de 2013

A IGNORÂNCIA DE UMA GERAÇÃO


A IGNORÂNCIA DE UMA GERAÇÃO

LIÇÃO 3 – 20 DE JANEIRO DE 2013

TEXTO ÁUREO

“E foi também congregada toda aquela geração a seus pais, e outra geração após ela se levantou, que não conhecia o Senhor, nem tampouco a obra que fizera a Israel”.  Jz 2.10

VERDADE APLICADA

Toda a geração que desprezar o ensino da vontade do Senhor estará escravizada por uma sutil vã maneira de viver, ficando a mercê do servilismo alheio como aconteceu aos filhos de Israel.

OBJETIVOS DA LIÇÃO

Apontar que coisas trouxeram a vaidade pessoal e escravidão;
Mostrar as terríveis consequências de se desprezar o ensino;
Aplicar a necessidade de nos preocuparmos em ensinar a vontade de Deus.

TEXTOS DE REFERÊNCIA

Jz 2.8 – Faleceu, porém, Josué, filho de Num, servo do Senhor, da idade de cento e dez anos.
Jz 2.9 – E sepultaram-no no termo da sua herdade, em Timnate-Heres, no monte de Efraim, para o norte do monte Gaás.
Jz 2.10 – E foi também congregada toda aquela geração a seus pais, e outra geração após eles se levantou, que não conhecia o Senhor, nem tampouco a obra que fizera a Israel.
Jz 2.11 – Então, fizeram os filhos de Israel o que parecia mal aos olhos do Senhor; e serviram aos baalins.

INTRODUÇÃO

Hoje estudaremos sobre os grandiosos feitos de Deus na geração de Josué. Como o povo de Israel desfrutou com intensidade, da prosperidade divina enquanto estiveram no caminho da obediência com Ele, usufruindo de uma vida de qualidade, muita chuva, terras férteis e abundantes colheitas. No entanto foram contaminados com os costumes dos pagãos e apostataram da fé. Mas vamos ver que a importância de um legado espiritual pode fazer toda a diferença para as gerações futuras.


  • Josué (significa: o salvador é Deus), foi o sucessor de Moisés e o responsável por conquistar a terra prometida;
  • Observe que, após tantas maravilhas e bênçãos de Deus livrando seu povo do Egito e os introduzindo na terra prometida, veio uma geração que não conhecia o Senhor e fez abominações aos olhos de Deus.
  • Pergunte aos seus alunos: Como que após tantas maravilhas surgiu uma geração que não conhecia a Deus? A resposta é por falta de ensino e por falta de interesse em aprender de Deus. Outra resposta é que, em tempos de bonanças, quando recebemos as bênçãos desejadas, esquecemos do nosso Senhor (Lembre dos leprosos que Jesus curou, apenas um voltou par agradecer);
  • Cabe aqui um importante versículo: Mas aquele que perseverar até ao fim será salvo. Mt. 24:13. É importante conquistar a terra (a salvação) mas é necessário permanecer firme em Deus até o fim.

1. A GERAÇÃO DE JOSUÉ

O Deuteronômio é um resumo da Lei de Deus para os filhos de Israel que estavam prestes a entrar na terra prometida. Josué recebeu a incumbência de liderar as tribos na conquista da terra, substituindo Moisés, sem jamais deixar o livro da Lei. Evidente que coube a ele também se prover de mestres que ensinassem ao povo das tribos, esse foi um legado glorioso. Seu zelo está exemplificado quando circuncidou todos os homens e celebrou a páscoa, (Js 5.4-12).


  • Deuteronômio significa segunda lei ou cópia da lei e é na verdade um “manual de instrução” para os hebreus que entrariam na terra prometida;
  • Josué como líder, fez o que um bom líder deve fazer, dividiu responsabilidades e delegou funções a outros principalmente quanto ao ensino da lei de Deus recebida por Moisés;
  • Josué seguiu o exemplo de Moisés que também dividiu sua tarefa. Fica o exemplo aos líderes eclesiásticos, dividir poder é algo natural do verdadeiro líder, aquele que não divide provavelmente tem medo de perder o posto para outro que pode se despontar;
  • Ao circundar os homens e celebrar a páscoa, Josué estava demonstrando a todos que obedecia a lei de Deus e fazia questão que todos a aprendessem e a colocassem em prática.

1.1. OS GRANDIOSOS FEITOS DE DEUS, (JZ 2.7)

Josué e os demais líderes (anciãos) de Israel, viveram muito tempo e desfrutaram muito da presença de Deus e dos grandiosos feitos divinos. Quer dizer, eles vivenciaram o poder de Deus que os ajudou a conquistar Canaã. Assim puderam testemunhar à ajuda divina a nova geração que ia surgindo logo após, essa geração também continuou dependendo de Deus para continuar as suas conquistas (Jz 1.2-4). Até aí tudo bem, mas algo imperceptível ia acontecendo, um arrependimento do zelo em ensinar e um esfriamento espiritual que ia se propagando.


  • Algo grave aconteceu e o povo de Deus se esqueceu dEle e de todos os Seus feitos;
  • Enquanto estava sob a responsabilidade de Josué e depois dos anciãos após ele, o povo permaneceu dependendo de Deus.
  • Provavelmente não surgiram pessoas dispostas a ensinar a lei de Deus (missão difícil e muito importante), veja aqui a importância de ensinar a palavra de Deus, oremos para que surjam mais professores da EBD, pois pregadores já temos demais.

1.2. A VONTADE DE DEUS PARA O POVO

Para Josué foi importante transferir o seu legado espiritual, social e econômico a sua família. Ele, diante do povo, disse: “Eu e a minha casa serviremos ao Senhor” (Js 24.15). No fundo, a fé que Josué tinha em relação à vontade de Deus era uma resposta a Ele. Foi uma disposição para um compromisso integral com Sua vontade. Josué desejou a vontade de Deus, escolheu ser obediente a Deus que é o elemento essencial à fé cristã.


  • Esta frase ficaria facilmente no rol das 10 frases bíblicas mais “escritas em quadros”.
  • Quem nunca viu esta frase estampada em uma casa? Mas será que realmente os chefes de família têm feito o necessário para que esta afirmação se cumpra?
  • Josué serviu de exemplo para seus familiares, observe que antes do versículo 15, Josué relata da parte de Deus as vitórias conquistadas até então;
  • Provavelmente Josué, além de servir de exemplo vivo, ensinou os seus sobre as grandes obras do Senhor.

1.3. AS CONQUISTAS DAS TERRAS

As terras de Canaã estavam distribuídas entre muitos reinos pequenos, mas bem resguardados. Deus havia prometido a Abraão dar aquela terra a sua descendência, assim, nos dias de Josué, o povo havia amadurecido o suficiente para herdar a promessa. O povo que habitava nela usufruía de uma vida com qualidade, muita chuva, terras férteis, abundantes colheitas, todavia viviam no mais completo paganismo antagônico à vontade de Deus. As maldades daqueles povos cheiravam mal às narinas de Deus, o que foi completando, à medida da paciência divina. Enquanto isso, no deserto, os filhos de Israel iam sendo provados e treinados à obediência. Daí, quando chegou o tempo certo, eles finalmente puderam conquistar tudo aquilo que Deus havia prometido (Ec 3.1-8).


  • A forma como a terra foi conquistada ensina algo importante sobre como Deus age com o seu povo;
  • Alguém pode perguntar, mas a terra não foi prometida? Então não era apenas entrar e possuir sem mais dificuldades?
  • Não é assim que Deus age. No caso da terra prometida, os hebreus tiveram que conquistar a terra progressivamente.
  • Na nossa vida atual não é diferente, Deus nos promete bênçãos, mas temos que conquista-las, devemos agir, lutar, fazer nossa parte, sempre confiando que o Senhor é o nosso general que nos dará a vitória;
  • Há quem considere Deus como um mágico que tem uma varinha mágica e faz as coisas simplesmente acontecer. Deus tem poder de fazer existir algo do nada, mas se assim fizer o homem não aprende, não valoriza.

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2. A IMPORTÂNCIA DE UM LEGADO

As tribos de Israel se encaminhavam para ser uma grande nação, já era um grande povo, mas precisava continuar as suas conquistas. Entretanto, com o passar do tempo, à medida que foram avançando, começaram a interessar-se pelo paganismo cananeu, deixaram-se seduzir pelos encantos dos seus rituais de fertilidade, que eram acompanhados com danças sensuais, prostituição e, depois, o aniquilamento de muitos bebês, que desse relacionamento impudico, nasciam. A morte desses inocentes trazia muito desgosto a Deus e, por tudo isso, Ele resolveu dar a terra um povo que fizesse a sua vontade, mas não foi isso que aconteceu, os filhos de Israel acabaram por anexar a sua vida tais práticas. Vejamos como isso foi possível.


  • Grande nação: Aproximadamente 3 milhões de pessoas saíram do Egito em direção a Canaã. É verdade que poucos dos que saíram entraram na terra prometida (somente os que tinham menos de 20 anos - Nm 32.10-11 - com exceção de Josué e Calebe -  Nm 32. 12-13), porém os filhos e netos desta geração herdou esta terra. Provavelmente mais de 3 milhões entraram sob a liderança de Josué.
  • A terra de Canaã estava contaminada pelo pecado, toda sorte de imundícia ocorria ali, inclusive o sacrifício de crianças comuns em culturas da época (Jr. 19-5);
  • Deus resolveu dar esta terra ao povo que Ele escolheu para que fizessem obras melhores dos que a dos habitantes locais, infelizmente não foi isto que aconteceu.
  • Na nossa vida presente não é diferente, quantas vezes pedimos algo a Deus e quando recebemos, não damos a ela um tratamento digno e grato, antes chegamos a desprezar as bênção depois de recebidas.
Sacrifício de crianças

2.1. IGNORÂNCIA DE UMA GERAÇÃO (JZ 2.10)

A medida que os filhos de Israel foram tomando e conhecendo a terra, a geração de Josué e de seus filhos passaram, e a terceira geração tomou posse dos lugares em que habitavam. No entanto conquistavam e cresciam fragilizados pela sedução dos cultos a Baal e Astarote. E passaram a rejeitar os valores de seus antepassados. Consequentemente não tinham o zelo de ensinar os caminhos do Senhor aos seus filhos, e assim se levantou uma geração que não conhecia o Senhor, uma geração que não tinha a experiência de seus avós e bisavós com Deus, com a Sua vontade e Seus milagres.


  • Como foi dito, a geração que saiu do Egito praticamente não viu a terra prometida, mas seus descendentes sim;
  • Baal: Significa senhor, dono ou marido, era um nome comumente usado para definir o deus pagão dos Cananeus. Era considerado o deus do vento e da tempestade, sendo o principal deus entre vários outros;
  • Astarote era considerada esposa de Baal, e seus rituais estavam atrelados a fertilidade com práticas de orgias coletivas;
  • Começaram a rejeitar os valores de seus antepassados: As tradições cristãs devem sempre ser lembradas para evitar que o povo peque contra Deus, um exemplo desta lembrança é a instituição da Santa Ceia pelo próprio Jesus (em memória de mim);
  • Não tinham o zelo de ensinar os caminhos do Senhor aos seus filhos: Isto já foi dito na lição passada, mas vale a pena ressaltar que é função dos pais ensinar aos filhos no caminho em que devem andar.

2.2. ABANDONO DAS RAÍZES (JZ 2.11)

Os dilemas são diferentes em cada geração. Os valores são substituídos, à medida que o tempo passa. No entanto, para o cristão, ainda que os costumes e tradições passem, os princípios fundamentais da Palavra de Deus devem continuar a nortear as suas vidas. A Bíblia diz que: “Então, fizeram os filhos de Israel o que parecia mal aos olhos do Senhor; e serviram aos baalins. E deixaram o Senhor, Deus de seus pais, que os tirara da terra do Egito, e foram-se após outros deuses, dentre os deuses das gentes que havia ao redor deles, e encurvaram-se a eles, e provocaram o Senhor à ira” (Jz 2.11-12). Foi preocupado com o desvio da sã doutrina, que, antes de eles entrarem na terra prometida, o Senhor disse a eles: “Não mudes o marco do teu próximo, que colocaram os antigos na tua herança, que possuíres na terra, que te dá o Senhor, teu Deus, para a possuíres” (Dt 19.14).


  • Diferencie doutrina de costume e valores. Doutrina é única, a doutrina bíblica que deve ser seguida por todas as igrejas cristãs;
  • Costumes são aplicados a regiões, a origem e tipos de igreja. As igrejas não são iguais e nunca serão, isto não significa que uma é melhor do que outro (pregar isto é julgar e dar motivos para ser julgado);
  • Portanto há quem use brinco, há quem não use (costume), há quem determine uma restrição alimentar, de vestimentas... Outros permitem dança, palmas, outros não e assim por diante;
  • O pecado de Israel foi aceitar o mundanismo que os rodeava e depois de acomodados e acostumados com a forma de agir dos vizinhos, começaram a se interessar pelos seus costumes religiosos e passaram a servir seus deuses;
  • Hoje não é diferente, somos salvos mas como igreja estamos no mundo, rodeado de maus costumes e adoração a falsos deuses. Cabe aos santos manter sua postura firme e íntegra contra as influências mundanas e ventos de doutrina.
  • Comente o que Jesus disse em Jo 17.15: Não peço que os tire do mundo, mas que os livre do mal.

2.3. A APOSTASIA (JZ 2.12)

Por que será que eles abandonaram a instrução, os mandamentos e o próprio Deus? Há várias respostas para essas questões, além da crise da terceira geração. As artes, os costumes, e os rituais que contrariavam os ensinos das Escrituras, constituíram-se lhes uma isca irresistível, que os encaminhou a apostasia. Do ponto de vista humano, havia muitos valores, muitas riquezas e coisas que não deveriam ser desprezadas naquela terra. A cultura de uma nação não cristã, não está toda demonizada. No entanto é preciso ter discernimento. Os encantos deste tempo presente, o “deus” deste século, a tecnologia e outros mais arrastam muitos incautos para a apostasia e escravidão.


  • Apostasia pode ser definida como uma negação consciente da fé, não é o mesmo que desviar, é conhecer a verdade e voluntariamente virar as costas para ela e ainda pregar contra a sua religião;
  • Imagine Israel no Egito: Eles viviam em comunidade praticamente sem contato direto com a cultura egípcia. Quando se tornaram escravos, se uniram ainda mais em seus costumes e tradições;
  • Agora, uma nova geração que não conheceu o Egito está em uma terra nova, cheia de curiosidades, novidades e prazeres. Caso não tenham sido bem educados nas tradições e valores do seu povo, seriam facilmente seduzidos pelas ofertas dos vizinhos e assim aconteceu;
  • Algo semelhante a um grupo que estava protegido em seu mundo e que de repente se vê imerso em meio a uma cultura diferente, onde tudo é bonito, colorido, chama a atenção e parece prazeroso, mas o fim é amargo.

3. SOFRIMENTOS DE UMA NAÇÃO APÓSTATA

À medida que os filhos de Israel avançavam em seu relacionamento com o paganismo cananeu, iam dando as costas para Deus. Um comportamento tresloucado, que traria amargo sofrimento e que deixaria profundas marcas na história dos hebreus.


  • Tresloucado: louco, desvairado.

3.1. O ARDOR DA IRA DIVINA (JZ 2.14 )

Todas as bênçãos de Israel era fruto de sua obediência a Deus. Porém ao se envolverem com os pecados da terra de Canaã, suas vidas se tornaram alvo da ira divina. No entanto a ira divina é de categoria totalmente diferente da ira humana, pois a humana envolve paixão e perda de calma, tais emoções não se devem levar em conta ao considerarmos a ira de Deus, por isso a diferença não seria apenas na sua intensidade, mas está ligada à necessidade de redenção da humanidade. Além do mais, se não houvesse a ira de Deus, não haveria salvação. Em síntese, a ira de Deus seria parte necessária do caráter moral dEle, que aborrece o mal e ama o bem.


  • Fruto da obediência a Deus: Vemos aqui uma condicional, somos abençoados se obedecermos a Deus. Há uma onda nova de que o crente determina sua vitória, que Deus ;é obrigado a abençoa-lo, que tem que prosperar sempre. Além destes absurdos, pouco se fala da renúncia, do carregar a cruz e da obediência;
  • Se vós estiverdes em mim, e as minhas palavras estiverem em vós, pedireis tudo o que quiserdes, e vos será feito. Jo 15:7;
  • O crente que esta em Cristo, sabe o que pedir pois estão em comunhão com Ele.
  • Comente que a ira humana pensa no mau do próximo, em o subjugar e ferir, já a ira de Deus aponta para a salvação do homem, com a intenção de tirar o homem do mau caminho e levá-lo ao caminho da redenção e do arrependimento.

3.2. O CRESCIMENTO IMPEDIDO (JZ 2.15)

O escritor sacro mostra como o ardor da ira divina foi revelado às tribos hebreias. Como aquela sociedade entrou na contramão da vontade de Deus e “a mão do Senhor era contra eles para seu mal”. Não demorou muito, eles se encontraram “em grande aperto”. Quer dizer, estavam numa situação angustiante, sem saídas, pois simplesmente tudo o que faziam dava errado: não conseguindo o crescimento financeiro que até então vinham tendo. Logicamente, que, quando os filhos de Israel se apostataram do Deus vivo, ele se incumbiu de fechar as torneiras da prosperidade. Permitiu as tribos hebraicas o sofrimento para que não lhes fizesse como fizera aos cananeus, até que finalmente eles viessem a clamar pelo livramento de Deus (Jz 2.18).


  • A história se repete, o povo de Deus no Egito se acomodou em viver ali e não quiseram sair de perto de tanta comodidade, foram portanto feitos escravos e ai sim lembraram-se do seu Senhor;
  • Agora, novamente se esqueceram de Deus e deram as costas para Ele, consequentemente Deus não tinha mais compromisso com aquele povo e logo eles entraram em uma situação deprimente, a prosperidade se findou, o domínio sobre os estrangeiros também.
  • O sofrimento (ira de Deus) os fizeram lembrar do seu Senhor e voltaram a clamar pelo livramento de Deus - Pelo amor ou pela dor!
  • Aprendemos que com Deus (obedecendo e permanecendo Nele) tudo é possível, caso contrário...

3.3. NAS MÃOS DOS INIMIGOS (JZ 14,16)

Após o assentamento das tribos nas terras de Canaã, como não conseguiram expelir todos os nativos de lá, a sua situação espiritual, social e financeira começou a degradar-se. As tribos dos filhos de Israel eram vítimas de inimigos os quais nem sequer conseguiam resistir. Esses inimigos espoliavam e saqueavam os seus bens de maneira que tudo quanto produziam eram-lhes tomado. É claro que isso chegava a tal ponto de empobrecimento que as famílias chegavam ao desespero. Muitos passaram a viver em cavernas, deixaram de plantar e perderam a expectativa de dias melhores.


  • Como é triste cair na mão do inimigo! Simplesmente porque não deram ouvidos a Deus que os livrou do Egito;
  • Algo semelhante ao cristão que não entrega seus dízimos e ofertas, sua situação financeira fica complicada, as contas não fecham, a prosperidade se finda e muitos ainda pedem oração na igreja dizendo que não sabem o que esta acontecendo em suas vidas;
  • Quanto desespero, detentores da terra prometida, agora desfalecidos e morando em cavernas por não ter a garantia que suas colheitas ficarão para eles.

CONCLUSÃO

Embora o cristão como qualquer outra pessoa aprenda com seus próprios erros e sofrimentos, a maioria deles são desnecessários, uma vez que tudo quanto foi registrado nas Escrituras é destinado para o nosso ensino, consolação e esperança (Rm 15.4). Não é necessário, por exemplo, que Deus cerre as janelas e as portas do céu contra o nosso crescimento financeiro, mas, às vezes, fá-lo para nos conduzir de volta a sua presença, caso contrário, o prosperar, sem Ele, poder-nos-ia levar a uma derrota total e eterna.