sexta-feira, 27 de setembro de 2013

Culto doméstico: como realizar com sucesso

LIÇÃO 13 – 29 de setembro de 2013

TEXTO AUREO
“E estas palavras que hoje te ordeno estarão no teu coração; e as intimarás a teus filhos e delas falarás assentado em tua casa, e andando pelo caminho, e deitando-te, e levantando-te”. Dt 6.6,7

VERDADE APLICADA
O sucesso do Culto Doméstico depende em grande parte das aplicações práticas para a vida de cada membro da família, de modo a que se atenda a recomendação apostólica: “Tornai-vos, pois, praticantes da Palavra, e não somente ouvintes".

OBJETIVOS DA LIÇÃO
Exibir a simplicidade e a facilidade para a execução do Culto Doméstico;
Mostrar os vícios e os erros que podem comprometer os resultados do Culto Doméstico;
Oferecer sugestões práticas àqueles que desejam implantar o Culto Doméstico.

TEXTOS DE REFERÊNCIA
Dt 6.1 - Estes, pois, são os mandamentos, os estatutos e os juízos que mandou o Senhor, vosso Deus, para se vos ensinar, para que os fizésseis na terra a que passais a possuir;
Dt 6.2 - para que temas ao Senhor, teu Deus, e guardes todos os seus estatutos e mandamentos, que eu te ordeno, tu, e teu filho, e o filho de teu filho, todos os dias da tua vida; e que teus dias sejam prolongados.
Dt 6.3 - Ouve, pois, ó Israel, e atenta que os guardes, para que bem te suceda, e muito te multipliques, como te disse o Senhor, Deus de teus pais, na terra que mana leite e mel.

INTRODUÇÃO
Na lição anterior pudemos ver e entender a importância do Culto Doméstico. É possível que muitos o tenham implantado no dia seguinte à lição, outros talvez tenham ficado interessados em realizá-lo, mas não sabem como propor o Culto ao cônjuge ou aos filhos crescidos. Há os que querem, mas não têm ideia do que fazer ou de como começar. E há os que sempre o praticaram, conhecem os excelentes resultados desse hábito abençoado e abençoados mas desejam renová-lo. Portanto, nesta lição serão oferecidas sugestões práticas referentes ao Culto Doméstico.

1. FATORES IMPORTANTES PARA O SUCESSO DO CULTO DOMÉSTICO 
Como já foi dito, o Culto Doméstico é uma ferramenta simples, poderosa e de fácil utilização. Os resultados de sua prática são excelentes e duradouros, porém, seu sucesso depende de alguns fatores, tais como: 

1.1. A ESCOLHA DA HORA 
O melhor horário para a realização do culto doméstico é aquele em que a família está toda em casa. Seja pela manhã, no horário das refeições ou à noite. Porém, os teóricos do aprendizado insistem em que os últimos pensamentos da noite costumam ser os primeiros da manhã e que os primeiros pensamentos da manhã permanecem na mente durante o restante do dia. Portanto, quando for possível, o culto doméstico deve ser realizado à noite, antes das crianças dormirem. O horário do culto pode ser alternado, por exemplo: nos dias em que a família vai aos cultos noturnos da Igreja, deve ser realizado durante o dia, exceto no domingo, pois a prioridade é para a Escola Dominical. Nos demais dias, à noite. Mas, qualquer que seja o horário escolhido, é importante que seja mantido por tempo suficiente para formar o hábito (1 Co 14.40). Havendo necessidade de mudança de horário, faça-a, mas não permita a extinção do Culto Doméstico. 

  • O culto doméstico não substitui os cultos na igreja, principalmente o da EBD. Se você tem filhos, a EBD e o Culto infantil são ferramentas extremamente importantes no aprendizado cristão de seu filho, sobretudo no conhecimento da palavra de Deus e na comunhão com as outras crianças; 
  • Outro ponto que considero importante é os dias do culto infantil. O comentador sugere que este seja realizado todos os dias, não vejo esta necessidade uma vez que pode se tornar pesado para os pais e tedioso para os filhos. Eu realizo o culto 1 vez por semana, porém todos os dias ao colocar as crianças na cama, fazemos nossa leitura diária e oramos juntos agradecendo a Deus pelo dia e pedindo perdão pelas nossas falhas. 

1.2. A ESCOLHA DO LUGAR 
O culto doméstico pode ser realizado em qualquer parte da casa, desde que seja o mais agradável, confortável, iluminado e ventilado. Pode ser realizado na sala, sentados nos sofás ou no chão, na cozinha, na varanda, no jardim, enfim, onde a família puder se reunir o mais prazerosamente que for possível. Também pode ser realizado cada dia numa parte da casa, atendendo aos desejos e sugestões dos membros da família (1 Co 14.26). 

  • Algo importante é permitir que cada membro da família sugira a dinâmica do culto em determinada semana, assim todos se sentirão importantes e responsáveis pelo desenvolvimento do mesmo; 
  • Quanto ao local, concordo de deve ser o mais confortável possível, desde que não seja na cama, ou lugar que dê sono. Outro fator importante é que não pode haver distrações no local, então nada de TV ligada, som, brinquedos... 

1.3. A DURAÇÃO DO CULTO 
Esta vai depender de como o culto é realizado. Se for uma reunião sem atrativos, monótona e sem a participação das crianças, uns poucos minutos parecerão uma eternidade, mas se for feita de modo criativo e envolvente, os participantes mirins, adolescentes, jovens e adultos nem perceberão o passar do tempo (Ef 5.19). Outro fator que deve ser levado em conta quanto a duração do Culto Doméstico é a disponibilidade de cada um. Melhor é que a família se reúna para cultuar a Deus quinze minutos todos os dias do que deixar de fazê-lo (SI 92.1,2). De qualquer modo, o tempo gasto neste Culto não pode ser tão longo que desestimule sua prática, principalmente nas crianças e adolescentes. 

  • Como já dissemos anteriormente, a duração do culto estará associada a participação dos membros da família. Incentivar uma criança a apresentar um hino, contar uma história bíblica que tenha começo meio e fim, cantar hinos da harpa, dar um testemunho, orar pelos coleguinhas... Todas estas atividades são importantes e devem ser estimuladas; 
  • Não fique preso ao relógio, diferente da igreja, o culto doméstico pode durar mais ou menos tempo, é importante sentir se os objetivos estão sendo alcançados. Há dias que as crianças estão com o “gás todo”, mas há dias que estão muito cansadas, tudo isto deve ser levado em consideração.

2. O QUE DEVE SER EVITADO NO CULTO DOMÉSTICO
Alguns casais não o realizam por imaginarem que sua família já participa de cultos suficientes na Igreja. Porém, o Culto Doméstico não deve ser uma miniatura do culto público.

2.1. EVITE FORMALIDADES
A adoração familiar deve ser viva, espontânea e natural. Um culto onde as criancinhas falam com Deus do mesmo modo que falam com o “papai” e com a “mamãe”. Uma reunião de estudo da palavra, onde todos podem perguntar e procurar respostas na Bíblia com tranquilidade, onde os pequenos podem rir quando algo lhes parecer engraçado, e onde não há sermões. O Culto Doméstico deve possuir os elementos principais do culto público: leitura bíblica, oração e cânticos, mas estes são executados sem formalidade e de modo a atender a todos os participantes, ainda que na mesma reunião haja bebês, crianças, pré-adoleseentes, adolescentes, jovens e adultos (At 2.44). Pode começar na sala e terminar na cozinha.
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  • O culto infantil em meu lar ocorre em uma noite dedicada a família, como disse nos outros dias temos o momento da leitura bíblica e oração (o que não deixa de ser um culto infantil).
  • Nesta noite dedicada a família temos um culto muito festivo onde contamos lemos a Bíblia, depois contamos a mesma história com o uso de recursos visuais (história em quadrinhos por exemplo), as crianças apresentam seus louvores, cantamos hinos da harpa e oramos para finalizar.
  • Depois desta parte vamos para o quintal onde todos participam de brincadeiras escolhidas pelas crianças.
  • Após as brincadeiras, todos vamos para cozinha prepararmos juntos o jantar. Todos participam!
  • Agora, como disse o comentador, é importante que o culto doméstico seja algo prazeroso, não há formalidades, há sim liberdade, a mesma liberdade de deve existir no lar.


2.2. EVITE TRANSFORMAR A ORAÇÃO EM ALFINETES E EM SERMÕES REBUSCADOS
Alguns cônjuges e filhos torcem o nariz quando são chamados para orar em família porque recebem alfinetadas disparadas contra eles através da oração. Trata-se do marido ou esposa, do pai ou mãe aproveitarem a oração para criticar o comportamento dos membros da família ou repreendê-los de forma indireta. Alguns chegam ao extremo de estabelecer comparações entre um filho e outro na oração. Quando termina o culto, ao invés de comunhão, o que se conseguiu foram raiva, constrangimento, insegurança e desunião (1 Co 11.17). Qualquer fraqueza, defeito, pecado ou falha dos nossos filhos ou cônjuges, devem ser levados a Deus em nossas orações particulares, e não como queixas contra eles, mas como súplicas, para que Deus lhes conceda tempo e oportunidade para aperfeiçoamento ou arrependimento (Fl 4.6). Outros oram como se tivessem pregando um sermão cheio de palavras rebuscadas, como se estivessem a dar uma aula de Teologia à família ou ao próprio Deus. Tais práticas devem ser evitadas, não somente no Culto Doméstico, mas em qualquer momento de oração, pois estas não são as finalidades para as quais Deus nos deu a oração (Mt 6.6-13; F1 1.4).

  • Meus queridos, excelente tópico este, deve ser lido na íntegra.
  • Lembrem-se de citar que o momento de oração familiar é um momento de comunhão, alegria e perdão.


2.3. NÃO USE O CULTO E SEUS ELEMENTOS COMO PUNIÇÃO, CASTIGO OU PENALIDADE
O Culto Doméstico deve ser algo prazeroso, pelo qual os membros da família esperam ansiosamente (SI 92,1; 96.1). Portanto, seus elementos: leitura bíblica e explanação, oração e cânticos, não podem ser associados a castigos e penalidades. Por exemplo, o menino que foi apanhado numa mentira não deve ser posto a ler a Bíblia e a orar de joelhos como punição por sua prática delituosa. Tanto a oração quanto a leitura da Palavra devem ser utilizados para disciplinar a criança, mas o modo correto é o pai ou a mãe ou ambos chamarem o transgressor, mostrando-lhe a natureza e as consequências do seu erro e perdoá-lo e só depois, para confirmar o que foi dito, ler com e para ele a porção bíblica indicada para a situação e em seguida orar pedindo a Deus que o purifique. Também não se deve aumentar o tempo do culto ou acrescentar a ele elementos e atividades com a finalidade de castigar as crianças, qualquer que seja o motivo.

  • Jamais devemos usar as coisas de Deus como forma de punição.
  • Há quem diz ao filho que o pastor é bravo que chamará a atenção dele se não se comportar;
  • Há quem force os filhos a orar dobrado por causa de uma travessura, ou mesmo o obriga a ler uma passagem complicada na Bíblia do início ao fim. Se as coisas de Deus forem associadas a punição, os filhos não terão prazer nelas.


3. A DINÂMICA DO CULTO DOMÉSTICO
O culto Doméstico constitui um corpo, pois é nele que a família se reúne e se unifica. É também uma ferramenta para ser utilizada pela família e é um projeto a ser implantado e levado a efeito. Portanto, exige dinamismo na proporção, na velocidade e na direção certa. Sugerimos que a dinâmica do Culto Doméstico observe ao menos o seguinte:

3.1. CRIATIVIDADE E FLEXIBILIDADE
Quando o casal ainda não tem filhos, o culto doméstico pode consistir em leitura bíblica, cântico, colocação dos problemas relacionais e dos planos e projetos diante de Deus e oração conjunta. Com bebês, os elementos e a forma do culto podem continuar os mesmos, exceto pelos cânticos, que poderão conter hinos infantis, e pela inclusão do nenê nos motivos de oração. Com crianças que já andam e falam, a leitura bíblica precisa ser mais curta: Um Salmo, uma porção dos Evangelhos ou das Epístolas, acompanhada de uma história da Bíblia de temática correspondente à leitura feita. É importante que durante a semana o tema seja o mesmo e que se escolha um versículo para memorizar (SI 119.11).
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  • Já falamos sobre dinâmica do culto, mas seria importante frisar o que disse o comentador. O culto doméstico deve ocorrer em casais que ainda não tem filhos e continuar quando os filhos se casarem e deixarem o lar.
  • Eu vou um pouco além, namorados e noivos deveriam tirar um período de seus encontros para se dedicarem em oração e cânticos à Deus.


3.2. ENVOLVIMENTO E PARTICIPAÇÃO
Envolva todos os membros da família com o Culto Doméstico. Crianças a partir de três anos podem e devem ter participação no culto, cantando e fazendo a própria oração. Às que já sabem ler deve ser concedida a oportunidade de participarem da leitura do dia, lerem a história bíblica ou a história que ajudará na compreensão da porção bíblica lida aos irmãos menores, etc. Adolescentes e jovens podem explicar a Palavra, os que souberem tocar algum instrumento devem fazê-lo. A medida que as crianças forem crescendo, temas bíblicos que geram alguma polêmica devem ser introduzidos no culto para estimular a curiosidade; deste modo terão oportunidade de interrogar os pais a respeito do assunto e assim, além de aprenderem, passarão o maior tempo possível ocupadas e envolvidas com a Palavra de Deus (Pv 9.9). A família precisa estar tão envolvida com Deus que os pensamentos e conversas se voltem naturalmente para Ele durante o dia inteiro (Fl 4.8).

  • Todos os membros da família devem participar do culto infantil, ele não pode estar centralizado em uma pessoa e ninguém pode ser o centro da atividade a não ser Deus.
  • São estas participações que fazem com que talentos sejam descobertos e desenvolvidos tanto para vida secular como para a vida espiritual.
  • Uma certa vez ouvi um pastor contar que o filho de 4 anos estava jogando vídeo game e não conseguia passar de uma determinada fase. Como estava difícil ele pediu ao seu pai (pastor) para orar com ele para que Deus o ajudasse a passar de fase no jogo. Alguém poderia dizer que esta criança estava usando as coisas de Deus (oração) para coisas fúteis (vídeo game), mas o pais logo entendeu que na hora do aperto, a criança recorreu a Deus.
  • Devemos ensinar nossos filhos a recorrer a Deus quando as dificuldades aparecerem e sempre agradecê-lo pelas bênçãos recebidas.


3.3. PRATICIDADE
O Culto Doméstico precisa funcionar como uma aula prática. Os ensinamentos dados devem ser simples e aplicáveis à vida diária da família. Devem ser baseados em princípios bíblicos para os quais se deve apontar o máximo possível de situações práticas. Por exemplo: Você escolheu estudar com sua família sobre o Amor. Logo, tudo que tratar durante a semana terá que apontar uma ou mais situações em que sua família possa vivenciar o amor Por exemplo: um irmão não deve agredir o outro, porque a agressão não cabe no pacote do amor (Tg 1.20) e quem faz isso fica de fora daquele “pacotão maravilhoso”; orar pelos amigos que estão passando por dificuldades é manifestação de amor, por isto hoje oraremos por fulano; alimentar os famintos faz parte do “trenzinho do amor”, então na primeira oportunidade que tivermos vamos viajar nesse trem repartindo com os necessitados os alimentos que Deus nos deu amorosamente... As informações bíblicas que a família obtém nos Cultos Domésticos são muito importantes, mas não devem constituir o único objetivo do Culto. O estudo bíblico realizado no devocional do lar deve atingir o coração e promover mudança de vida. O sucesso do Culto Doméstico depende, em grande parte, das aplicações práticas para a vida de cada membro da família, de modo que se atenda a recomendação apostólica: “Tornai-vos, pois, praticantes da Palavra, e não somente ouvintes”, (Tg 1.22).

  • Outro tópico muito bem escrito que recomendo ser trabalhado na íntegra.
  • Acrescento apenas algo que já é de conhecimento de todos. O exemplo é o maior testemunho.
  • Não podemos ser “casa de ferreiro e ter espeto de pau”, isto é, de nada adianta fazer o culto doméstico se os pais não dão bons exemplos de vida. Tem que ser honesto, bom pagador, cumpridor dos compromissos com o governo (impostos...), dar bom exemplo no trânsito, não falar palavrão...


CONCLUSÃO

Nunca será demais lembrar que o sucesso do culto doméstico, dependerá em grande parte da forma como será executado e do comprometimento dos seus integrantes. No mais, o Senhor dará o crescimento. Se você tiver, alguma dúvida converse com o pastor de sua igreja e peça a ele orientações complementares e não se esqueça que o culto doméstico não substitui os cultos semanais na igreja. Deus abençoe a todos.

quinta-feira, 12 de setembro de 2013

Sirva a Deus em todo o tempo e com toda a sua família

LIÇÃO 11 15 de setembro de 2013

TEXTO AUREO

Todo aquele, pois, que escuta estas minhas palavras e as pratica, assemelhá-lo-ei ao homem prudente, que edificou a sua casa sobre a rocha.  Mt 7.24

VERDADE APLICADA

O lar cristão deve ser um ambiente onde os bons costumes sejam ensinados, devendo vigorar uma liberdade que não é sinônima de ausência de autoridade e de disciplina, mas de consagração para o serviço de Deus.

OBJETIVOS DA LIÇÃO

Ensinar que a família é o edifício mais importante da sociedade;
Enfatizar que o lar como escola deve valorizar o amor bíblico, a coragem cristã e a liberdade, que não é sinônima de ausência de autoridade;
Utilizar as atividades da Igreja e o culto em casa como ferramentas para aproximar a família para mais perto do Senhor.

TEXTOS DE REFERÊNCIA

Mt 7.24 - Todo aquele, pois, que escuta estas minhas palavras e as pratica, assemelhá-lo-ei ao homem prudente, que edificou a sua casa sobre a rocha,
Mt 7.25 - E desceu a chuva, e correram rios, e assopraram ventos, e combateram aquela casa, e não caiu, porque estava edificada sobre a rocha.
Mt 7.26 - E aquele que ouve estas minhas palavras e as não cumpre, compará-lo-ei ao homem insensato, que edificou a sua casa sobre a areia.
Mt 1.27 - E desceu a chuva, e correram rios, e assopraram ventos, e combateram aquela casa, e caiu, e foi grande a sua queda.


INTRODUÇÃO

Nesta e nas próximas lições, serão oferecidas sugestões práticas e ferramentas para aplicação daqueles princípios e métodos que estudamos nas lições anteriores, a fim de que, havendo já sido despertados, fortalecidos e orientados pela Palavra e sabedores do que e como fazer, podermos fechar o trimestre com um brado, seguros e confiantes de que nossa casa está ou será edificada sobre a rocha.


1.    Construa, reforme ou reconstrua sua família

Há muito que a família, edifício mais importante da sociedade, vem sendo construída sobre a areia, inclusive famílias cristãs. Não é de se admirar, portanto, que haja tanta delinquência juvenil, tantas meninas mães, tantos meninos de rua, tantos crimes passionais e muitos outros crimes e mazelas sociais resultantes de lares desfeitos, de pais que não sabem educar filhos, de pais violentos, de abusadores sexuais dos próprios filhos, etc. Precisamos despertar agora e fazer o que tem que ser feito para, daqui por diante, voltarmos aos sólidos fundamentos da Palavra e sobre eles edificar ou reedificar nossas famílias.

1.1. Transforme seu lar em uma escola

A Bíblia contém exortações objetivas e contundentes aos pais, a que tornem ao seu encargo direto a educação de seus filhos (Dt 6.6-9; Pv 22.6; Ef 6.4), porém, infelizmente, nestes últimos dias, algumas famílias cristãs, assim como as demais, têm terceirizado a educação de suas crianças, adolescentes e jovens. Delegam tão importante tarefa às creches, às escolas, e às Igrejas. Todas as instituições citadas são importantes, porém devem atuar apenas como colaboradoras dos pais e não como substitutas deles. Os cultos de ensino, a EBD e os seminários oferecidos pelas Igrejas são necessários e muito importantes à formação integral da pessoa, mas foi aos pais que Deus entregou a tarefa de educar os filhos.

  • Não há substituto para a criação dos filhos, infelizmente muitos filhos estão tendo seu caráter moldado pelos colegas de escolas e amigos não crentes, pelos programas ilícitos da TV e pelos costumes do mundo.
  • Hoje, os professores têm medo de chamar os pais para relatar uma nota baixa de um aluno ou mesmo um mal comportamento. Os pais defendem os filhos mesmo quando estes estão errados e perpetuam seus erros.
  • A falta de tempo, o egoísmo e a ganância financeira têm criado uma geração de pais ausentes, não há mais tempo para os filhos, não há ensino bíblico, não há aconselhamento, muito menos afeto no lar.


1.2. Transforme seu lar em um templo

Não importa se é num palácio, num espaçoso e luxuoso apartamento, ou num dois quartos popular, onde vivem seis pessoas ou mais, num barraco de lona, num casebre; o lugar em que a família cristã se abriga precisa ser um templo onde o Senhor é adorado diariamente.

  • Não há lugar melhor do que a nossa casa! Infelizmente nem todas as famílias podem dizer isto. Há muitos filhos que demoram ao máximo para chegar em casa pois sabem que ali encontrarão um lugar de tormento, muitos maridos e esposas também demoram na rua para chegar tarde em casa e não precisar "conviver" com a família.


1.3. Transforme seu lar em uma oficina

Nosso crescimento, formação e aperfeiçoamento implicam em muitos erros e desacertos, na verificação de falhas e defeitos, em tropeções e quedas que nos ferem e traumatizam o corpo e a alma. Façamos do nosso lar uma olaria, uma oficina bem equipada, um hospital bem aparelhado e um consultório psicológico bem aconchegante, onde todos os membros da família possam ser amparados, consertados e curados, de modo a que se transformem em belos e úteis vasos para a glória de Deus (Jr 18.4). Não descarte seu cônjuge por conta das imperfeições e infidelidades dele. Não descarte seu filho em hipótese alguma. Cônjuges e filhos são seres em aperfeiçoamento, os quais Deus nos entregou. Não podemos jamais desistir deles.

  • Não há estagio para ser pai, aprendemos a ser pais com os nossos filhos e infelizmente erros surgem ao longo da caminhada.
  • Os erros devem servir de escola, mas para isto é importante exercer a humildade, os pais devem reconhecer os excessos e voltar atras em suas atitudes. Os filhos devem reconhecer suas falhas e pedir perdão aos pais e tudo isto deve ocorrer em casa.
  • Havendo perdão, humildade, compreensão, tolerância e amor, todos os conflitos se resolvem.


2. As principais regras para a escola do lar
Como os primeiros e os principais mestres responsáveis pela formação integral dos indivíduos que Deus lhes confiou, os pais não devem se conformar com a mentalidade deste mundo, mas buscar a transformação cotidiana pela renovação do entendimento, para que possam experimentar qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus para si e levar os filhos a experimentá-la também (Rm 12.2). O Ministério da Educação, o Corpo de Bombeiros, a Vigilância Sanitária e outros órgãos públicos, estabelecem uma série de normas para a abertura e funcionamento de escolas. Mas é a Bíblia que estabelece as normas para a formação da família, a primeira e mais importante escola da humanidade. Para que os edificadores e mestres desta escola sejam bem sucedidos, é necessário que observem:

2.1. O lar deve ser fundamentado e desenvolvido sobre o amor bíblico
Em que errei na educação de meus filhos? É a pergunta desesperada de pais que vêem seus filhos escolherem andar por um caminho diferente daquele em que esperavam que andassem. Talvez tenham feito tecnicamente tudo certo, mas tenha falhado no amor. Como assim? Amo meus filhos mais que tudo na vida, como posso ter falhado justamente no amor? Este talvez seja o primeiro erro e é o pai dos demais erros, pois o amor bíblico é aquele que é dedicado primeiro e com maior intensidade a Deus (Mt 10.37; 22.37), a fim de que possa permear de modo equilibrado e saudável nossas relações humanas de amor, inclusive com nossos filhos.

  • Você seria capaz de olhar para seu filho, pequeno, inocente, dormindo em seu berço e dizer com convicção eu amo meu filho, mas amo mais ainda a Deus?
  • Muitos pais tem em seus filhos a coisa mais importante de suas vida deixando Deus e os cônjuges em segundo lugar.
  • Um lar onde Deus não seja o centro e digno de ser amado de todo o nosso coração tem tudo para ruir.
  • Um lar onde o marido ou a esposa são menos amados que os filhos esta fadado ao fracasso.
  • Os filhos devem sim ser amados, mas o amor a Deus nunca deve ser negligenciado, bem como o amor e o cuidado ao cônjuge.


2.2. No lar não pode haver lugar para o medo
O lar cristão deve ser um ambiente onde haja bons costumes (que não ferem nem contrariam a Palavra), onde se cultivam os bons sentimentos (os mesmos que houve em Cristo Jesus), onde se forma o caráter (semelhante ao de Cristo), onde se edificam princípios e se comunicam valores (eternos), onde se forma e se renova a mente (pelo enchimento da mente Cristo). Por isso, nesta escola, a educação não pode ser administrada através da coação, do medo e do temor (1 Jo 4.18), mas pela persuasão do Espírito Santo (Zc 4.6).

  • A Bíblia fala que devemos temer a Deus, mas há pessoas que tem medo de Deus. Temor e medo são coisas totalmente diferentes, o medo afasta o temor aproxima.
  • O medo esta relacionado ao terror, o temor esta relacionado ao respeito.
  • No lar, devemos criar uma atmosfera de respeito e bons costumes onde os conflitos são resolvidos pelo respeito e dialogo e jamais pela coação.
  • Os filhos que tem medo dos pais, procuram se afastar deles e jamais se aproximarão para pedir um conselho ou mesmo confessar um erro.


2.3. No lar deve haver liberdade
Deve vigorar no lar uma liberdade que não é sinônima de ausência de autoridade e de disciplina, mas aquela em que os filhos podem se aproximar dos pais para exporem suas dúvidas e curiosidades, pedirem ajuda, dar e receberem carinho, confessarem uma falta ou fraqueza, etc. Além disso, é aquela liberdade que concede aos membros da família condições e espaço para desenvolverem potenciais e habilidades, personalidade própria, gostos e convicções pessoais, fazerem escolhas e assumirem responsabilidades. Liberdade e autoridade são plenamente conciliáveis e complementares no lar em que habita o Espírito de Deus (2Co 3.17).

  • Liberdade não significa desrespeito, folga excessiva ou tratamento leviano dos filhos aos pais, antes significa que o amor sobressai ao medo e cria uma atmosfera de amizade e cumplicidade entre os membros da família.
  • Esta cumplicidade permite que os membros da família se conheçam de maneira a perceberem quando alguém esta em dificuldades e precisando de ajuda.
  • A liberdade no lar como foi dito no tópico posterior, leva a confiança e esta confiança é fundamental para que os filhos tenham coragem de pedir aos pais auxilio nas duvidas da adolescência ou juventude por exemplo.



3. Conduza sua família ao Senhor
Muitos de nós falhamos com nosso cônjuge e filhos em um aspecto que jamais deveríamos falhar: a salvação deles aliada a uma vida cristã frutífera. Em muitos casos, talvez na maioria deles, isso ocorre porque somos consumidos pelas exigências educacionais deste mundo e não nos damos conta do desequilíbrio em que estamos incorrendo. Na verdade, se não for possível equilibrar o terreno e o espiritual na edificação da família e educação dos filhos, melhor seria que favorecêssemos o aspecto espiritual, porque este mundo milita contra Deus e contra nossa família. Para corrigir possíveis falhas, prevenir outras, e resgatar nossa família, precisamos, entre outras coisas, não negligenciar as três coisas a seguir:

3.1. Cultuar em casa e frequentar os cultos e demais atividades da Igreja
Ninguém entrava no tabernáculo sem passar pelo pátio externo, pelo altar do holocausto e pelo lavatório (Ex 40.6-8). Estas eram as primeiras etapas percorridas pelo homem para aproximar-se de Deus na dispensação da Lei. Aplicando a nós hoje, é neste estágio da vida espiritual que adquirimos a consciência de que somos escravos do feio e imundo pecado e que precisamos ser resgatados pelo sangue de Jesus, e dia a dia sermos purificados pela lavagem da Palavra, para irmos adquirindo pensamentos, linguagem, hábitos, desejos, relacionamentos e comportamentos cristãos. Os pais precisam construir o pátio, que significa solidificar na família o hábito de adorar a Deus no lar e no templo. Nossos filhos, desde a gestação, precisam ser protegidos pelas cortinas da adoração.

  • Não basta levar a família para a igreja ou forçar os filhos a participar de um culto infantil se eles não entenderem que é Jesus e o que Ele fez por nós.
  • Os filhos precisam aprender sobre o sacrifício de Jesus e o grande amor de Deus para conosco e isto se aprende no lar.
  • Eles precisam saber o que o pecado pode fazer na vida do homem e que o mundo jaz no maligno e que nossa saída esta em servir a Deus.
  • Compreendendo quem é Jesus, o que Ele dez por nós e as promessas que temos dele, fica mais fácil para os filhos entender a razão pela qual o adoramos.



3.2. Conduzir seus filhos para mais perto de Deus
O pátio externo era um lugar maravilhoso, tanto que Davi diz: ...vale mais um dia nos Teus átrios do que mil em outros lugares. Entretanto, é no Lugar Santo (uma espécie de pátio íntimo), em que Cristo, o pão da proposição e a luz que alumia as trevas espirituais da mente e do coração do homem, espera por nós. Todos os membros de sua família precisam ser iluminados por Cristo para perceberem, odiarem e abandonarem o pecado, vislumbrando as riquezas celestiais e se alimentando de Cristo para fazerem parte dEle. Conduza-os para mais perto de Cristo, a fim de que possam recebê-Lo como Salvador e viver dEle, nEle e para Ele (Ef 3.17-19). Maridos, esposas, pais, como sacerdotes do lar, para obterem sucesso na incumbência de conduzir a família a Cristo, atendam aos rogos do Apóstolo Paulo (Rm 12.1-2; Ef 5,2).

  • A Bíblia diz que o povo de Deus peca por não conhecer a Sua palavra (Os. 4.6), mas como que os filhos irão conhecer ao Senhor se os pais não ensinarem?
  • Lembremos que filho de crente, não nasce crente, antes precisa, como todos nós, conhecer o Salvador de decidir voluntariamente a segui-lo, isto é, deve aceitar a Jesus como Senhor e Salvador de sua vida.
  • A função dos pais é ensinar a criança NO caminho, infelizmente muitos pais tem ensinado O caminho, mas não se dão ao trabalho de acompanhar os filhos nos seus passos em direção a fé salvífica.


3.3. Consagre sua família a Deus
A consagração para o serviço de Deus é uma resposta ao amor que Ele nos tem e que nos foi concedido e mostrado em Cristo (Jo 3.16). Maridos, esposas, se tem consciência do amor de Deus e por conta disso nos entregamos a Ele como sacrifício vivo, santo e agradável, o mesmo deve ocorrer com nossas famílias. Precisamos consagrar ao Senhor todos os membros de nosso lar para que sejam instrumentos de honra nas mãos de Deus.

  • Nós não batizamos crianças pois estas não possui discernimento para escolher servir ao Senhor, mas temos o costume de apresentar (consagrar) nossos filhos ao Senhor pedindo a Ele sabedoria para poder cria-los no caminho santo;
  • Os pais devem apresentar a Deus o seu lar, e ensinar as crianças a fazerem o mesmo em oração;
  • Uma família dedicada a Deus e com os ouvidos abertos a Sua voz, corre menos risco de fracassos e decepções no futuro.


Conclusão
Devemos orar constantemente para que nossa família sirva a Deus em todo tempo. As sugestões práticas e ferramentas para aplicação dos princípios e métodos que estudamos, devem ser usados com sabedoria e diligência para honrar ao Senhor, e ao mesmo tempo, proporcionar uma vida de excelência para o nosso lar.