sábado, 16 de fevereiro de 2013

A instituição do discipulado


LIÇÃO 7 - 17 DE FEVEREIRO DE 2013

TEXTO ÁUREO

“Portanto, ide, ensinai todas as nações, batizando-as em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo”. Mt 28.19

VERDADE APLICADA

Uma grande prova do nosso amor ao Senhor Jesus está em o obedecermos através da prática do discipulado.

OBJETIVOS DA LIÇÃO

 Mostrar que o discipulado é o que o Mestre nos pediu para fazer;
 A presentar quem Jesus de fato é para que desse tal ordem;
 A quem compete por em prática o exercício do discipulado.

TEXTOS DE REFERÊNCIA

Mt 28.16 - E os onze discípulos partiram para a Galiléia, para o monte que Jesus lhes tinha designado.
Mt 28.17 - E, quando o viram, o adoraram; mas alguns duvidaram.
Mt 28.18 - E, chegando-se Jesus, falou-lhes, dizendo: É-me dado todo o poder no céu e na terra.
Mt 28.19 - Portanto, ide, ensinai todas as nações, batizando-as em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo;
Mt 28.20 - ensinando-as a guardar todas as coisas que eu vos tenho mandado; e eis que eu estou convosco todos os dias, até à consumação dos séculos. Amém!

Introdução
A palavra discipulado vem do latim ‘discipulatu’ e quer dizer aprendizado. Quando dizem o discipulado bíblico, referimo-nos ao aprendizado de quem Jesus é e do que nos; “ordenou” a fazer à luz da Bíblia Sagrada. Enquanto que evangelizar é transmitir, propagar as boas novas a todos, discipular é um compromisso mais profundo e envolvente através do ensino, convivência e exemplo, basta olharmos para Jesus e verem os isso, é o que faremos a seguir.

  • Esta era sem dúvida a maior preocupação de Jesus, o ensino de Sua palavra e o ofício de fazer discípulos;
  • Que possamos aprender com o nosso mestre, uma vez que nos preocupamos mais com movimento e grandes pregadores com mensagens de impacto do que o ensino sistemático da palavra de Deus.


1. O mestre Jesus Cristo
O discipulado visa, mediante o ensino no poder do Espírito Santo, gerar Cristo nos corações (Gl 4.19). Quer dizer, a transformação de vidas, de pensamentos e de atitudes, evidenciando a habitação de Cristo no viver do novo discípulo (2Co 5.17; G1 2.20). Mas só se conseguirá realizar tal missão, aquele que estiver plenamente cônscio de quem Jesus é com absoluta convicção.

  • Plenamente cônscio: Isto é, em plena consciência de quem Cristo é e pode fazer. Para ensinar é precisa ter uma fé inabalável em Jesus e plena convicção de seu poder, caso contrário falaremos da boca pra fora.


1.1. Como discipular segundo Jesus?
Temos nosso maior exemplo no próprio mestre Jesus que, dedicou os três últimos anos de sua vida aos doze discípulos. Sendo para eles modelo por excelência, para que os mesmos pudessem fazer como ele fez. Se observarmos atentamente os seus movimentos nesse sentido, perceberemos que, embora tenha se preocupado com as multidões, veremos que o seu ministério foi inteira e sacrificialmente voltado para os doze, quer dizer, uma vida de comunhão com os discípulos, para que eles proclamassem aos perdidos, ao serviço ao próximo com milagres e entrega pessoal. Dessa maneira, nos deu o exemplo para que nós pudéssemos fazer como Ele fez (Jo 13.1).

  • Modelo por excelência: Siga-me, esta era a frase marcante de Jesus, seguir significa pisar os mesmos passos, fazer as mesmas obras;
  • Paulo entendeu esta mensagem quando afirmou, sejam meus imitadores como eu sou de Cristo;
  • Ele é nosso maior exemplo, temos que segui-lo em atos e atitudes, a atitude de se preocupar em fazer discípulos que sigam o mesmo Deus e repliquem suas obras deve ser nosso alvo;


1.2. A ressurreição e o discipulado
Devemos estar totalmente certos de quem Jesus é, ou seja, de sua identidade real ao ressuscitar dentre os mortos, pois o Novo Testamento faz questão de enfatizar esse evento da ressurreição. Pelas evidências demonstradas sabemos que Ele ressuscitou de fato. Sua morte de cruz não foi um embuste, seus discípulos não tinham condições de roubar o seu corpo e tampouco alguém quereria dar a sua vida por uma mentira. Portanto, Jesus é o Filho de Deus, digno de ser adorado. E a Sua salvação deve ser levada a todo canto da terra (Tt 2.11) por causa de sua ressurreição (Mt 28.17-20).

  • A história relatada na Bíblia fala que quando os soldados relataram aos anciãos o que tinha acontecido no túmulo de Jesus, estes deram a eles muito dinheiro para que sustentassem a mentira de que os discípulos vieram e roubaram o corpo de Jesus. Esta mentira persiste até hoje, motivo pelo qual os judeus não creem em Jesus;
  • Agora é interessante notar que, se de fato os discípulos mentiram sobre a ressurreição de Jesus, eles não conseguiriam sustentar a mentira por muito tempo, muito tempo dar a vida por uma mentira, visto que praticamente todos sofreram e morreram por amor a Cristo.



1.3. Poder de Jesus de enviar os novos discípulos
A grande comissão é um privilégio admirável para igreja. Tal ofício foi dado pela mais alta autoridade que se pode imaginar: Jesus de Nazaré, o Filho de Deus ressuscitado, como vimos acima. Ele foi quem disse: “Toda a autoridade me foi dada no céu e na terra”. As evidências dessa realidade residem no nível de compromisso deles com o discipulado nos anos que se seguiram à ressurreição. Aqueles homens foram radicalmente transformados, pelo fato de terem experimentado os grandes milagres realizados por eles mesmos, no nome de Jesus, fato que acontece até hoje. O Senhor Jesus não deu opção aos seus discípulos, antes ordenou explicitamente que fossem: “Ide, fazei discípulos”.

  • Grande privilégio: Como é importante reconhecer este chamado como uma honra e um privilégio, creio que se todos entendessem assim, teríamos menos obreiros reclamando da obra e menos irmãos desistindo de ajudar a igreja depois de aceitarem um convite;
  • Eu particularmente vivo isto em meu ministério. Como superintendente da EBD e responsável pelo culto infantil, por vezes sou surpreendido por um companheiro (a) que falta no dia de sua escala ou diz que não vai mais continuar na equipe;
  • Há quem pense que ao aceitar um trabalho esta fazendo um favor para a igreja ou um ato de compaixão para com o obreiro responsável. Biblicamente falando vemos que não é assim, ser convidado a trabalhar é um privilégio, algo nobre que deve ser aceito e realizado com toda a dedicação.


2. A grande comissão
Quando o Mestre ordenou a prática do discipulado, Ele o fez com alguns critérios em relação aos que Ele mandou, quer dizer, só poderiam discipular aqueles que desfrutaram da associação com Ele, que se tornaram testemunhas oculares de seus milagres e ressurreição, e por último, pessoas que foram efetivamente transformadas. Tais exigências vigoram hoje por serem princípios fundamentais.

2.1. Os primeiros discípulos
O exercício prático do discipulado coube aos seus seguidores que estiveram com o Mestre desde o princípio. Esta associação exigiu grande resignação, aprendizado intenso e muitos riscos por parte dos discípulos diretos de Jesus de Nazaré. Evidentemente, que hoje não se pode associar fisicamente a Jesus por Ele estar glorificado no céu, mas este princípio permanece da seguinte maneira: estar ligado a Ele através da fé, do aprendizado constante e da obediência aos seus mandamentos. Devemos lembrar que estamos associados a Jesus em plena comunhão com o Espírito Santo que Ele prometeu (Jo 15.26-27).

  • No início da igreja existiam aqueles que foram designados pessoalmente por Jesus, eram chamados apóstolos. Paulo encontrou resistência em ser chamado de apostolo pois não caminhou com Jesus como os demais, porém foi comissionado pessoalmente por Jesus no caminho de Damasco;
  • Hoje, biblicamente, não temos apóstolos, mas aqueles chamados para a obra devem ter um encontro com Jesus e este encontro é pela fé.


2.2. Os que foram testemunhas de sua ressurreição
Tornaram-se discipuladores diretos aqueles que foram testemunhas de sua ressurreição, este é outro princípio que vigora. Mas, para alguns talvez seja difícil entender, uma vez que não estavam lá, naquele domingo e nem tocaram em Jesus como fizeram os seus apóstolos. Todavia, quando cremos nele e nos dispusemos a aprender seus ensinamentos e a segui-lo resignada e indefinidamente em nossa vida, somos transformados pela habitação do Espírito Santo e testemunhas da ressurreição. Posto que a transformação em nossas vidas é um testemunho eficaz que Ele, que é Deus, e que regenera todo aquele que crê.

  • Testemunha pode ser definida como uma pessoa que relata o que viu ou ouviu. Nós ouvimos a palavra de Deus e o ouvir gerou em nós a fé e pela fé cremos na ressurreição de Jesus e passamos a ser testemunhas deste fato;
  • Se somos testemunhas de sua ressurreição, podemos ser seus discípulos diretos com plena convicção da vida de Cristo e da atuação do Espírito Santo na vida do salvo;
  • Se somos discípulos, devemos discipular, ensinar outros a proclamarem o evangelho e dar bons frutos.


2.3. Os que foram efetivamente transformados
Embora pareça redundante o presente tópico, mas na verdade queremos tratar mais profundamente dessa exigência de transformação. Um discipulador deve demonstrar que, realmente já aprendeu, e isso não quer dizer assentimento intelectual, mas o tomar-se nova criatura de fato, ser um seguidor exemplar e amá-lo com intensidade. As vezes, irrefletidamente se diz, “não olhe para minha vida que sou cheio de falhas, olhe para Jesus”, no discipulado não é assim. Pois cada cristão tem de ser um exemplo a ser imitado na fé, aprendizado e resignação, os textos que tratam disso são fortes e incontestáveis: “porque eu vos dei o exemplo”, “sede meus imitadores”, “... por termos em vista oferecer-vos exemplo em nós mesmos, para nos imitardes” (Jo 13.15; 2Ts 3.9b).

  • Excelente comentário da revista, eu acrescentaria a fala de Jesus que diz: Por seus frutos os conhecereis. Porventura colhem-se uvas dos espinheiros, ou figos dos abrolhos? Assim, toda a árvore boa produz bons frutos, e toda a árvore má produz frutos maus. Não pode a árvore boa dar maus frutos; nem a árvore má dar frutos bons. Toda a árvore que não dá bom fruto corta-se e lança-se no fogo. Portanto, pelos seus frutos os conhecereis. Mateus 7:16-20
  • Enfim, uma pessoa realmente transformada dá fruto em todos os seguimentos da vida, familiar (bom esposo, pai e filho), na vida econômica (honesto, ético, paga seus tributos e não aceita corrupção em sua forma de ganhar seu dinheiro ou de agir); na vida eclesiástica (obreiro exemplar, como membro entrega os dízimos e ofertas, obedece seu pastor e ora pela sua vida)...


3. Por que devemos discipular?
Atualmente temos duas realidades contrastantes em relação à divulgação do evangelho: a primeira é que muita propaganda dele tem sido feita no mundo; segunda, o avanço de um paganismo e descristianização da sociedade através das artes e do secularismo em todas as áreas. Às vezes, pensamos nas nações, povos e etnias sem o evangelho e nos preocupamos, isso é legítimo, mas nos descuidamos de discipular nossos filhos, amigos e vizinhos, por isso precisamos voltar ao princípio.

  • O evangelho esta na moda, é bonito dizer “sou evangélico” o problema é que esta propaganda é enganosa, vendem em programas de TV e shows gospel a ideia de um Cristo totalmente diferente da Bíblia. O Cristo da Bíblia esta associado a santidade, renuncia e cruz, estas mensagens ninguém prega pois não tem muita aceitação em uma sociedade sedente por ter e ser cada vez mais.


3.1 Por causa da eficácia desse método
O discipulado tem uma eficácia insubstituível que é a atenção direta que podemos oferecer a alguém e responder a suas eventuais dúvidas. Nisso reside a grande sabedoria dele, pois se concentra a atenção em um número limitado de pessoas, mas com grande potencial de multiplicação. Com muita sabedoria, disse Robert Collins “Ninguém pode transformar o mundo, a menos que os indivíduos que o compõem sejam transformados; e ninguém pode ser transformado senão quando moldado nas mãos do Mestre”.

  • Atenção direta fala de amor ao próximo, de aproximação, de contato, de sentimento... Num mundo individualista estas características estão cada vez mais distantes;
  • Meu problema se refere a mim e no máximo à minha família, me preocupar com os problemas dos outros já é demais. Este é o pensamento da atualidade, infelizmente é o pensamento de muitos obreiros também;
  • Os grandes cultos são importantes, mas o discipulado em pequenos grupos (como as aulas da EBD) são mais importantes pois permitem ao ouvinte a liberdade de questionar e dirimir suas dúvidas diretamente com o discipulador.


3.2. Porque a vinda de Jesus se aproxima
Através da história da igreja, sabemos que na certeza da chegada desse dia, muitos fizeram cálculos e predições de datas, mas isso não aconteceu. Isso não que dizer que Ele não voltará, pois até essa demora, foi prognosticada pelas Escrituras (Mt 25.5 19; 2Pe 3.3-4). Devemos anunciá-lo até que Ele volte. Pelo menos é o que relembramos a cada ceia do Senhor (ICo 11.26) Os sinais confirmam de maneira irrefutável a sua chegada, e, quando ele vier, será que estaremos dormindo ou vigiando? A melhor maneira de se esperar a sua vinda é estarmos a vigiar, orar e discipular.

  • Você já desejou a volta de Jesus hoje? Maranata ora vem Senhor Jesus!
  • Devemos não só desejar diariamente a volta de Jesus, mas também anunciar que Ele voltará!
  • Infelizmente a volta de Jesus não é mais uma mensagem desejada nos púlpitos cristãos;
  • Importante comentar a parábola das 10 virgens observe que todas eram virgens (pertenciam a igreja e buscavam a santidade), todas tinham a lâmpada (a palavra de Deus), todas aguardavam a vinda do Messias (arrebatamento), todas eram noivas (pertenciam a igreja), porém, com a demora do Noivo (arrebatamento) o azeite de 5 delas acabou (Presença do Espirito Santo); A demora do noivo, fez com que as 5 virgens loucas se acostumassem com as coisas do mundo e não perceberam que o Espírito Santo (azeite) começou a faltar em suas vidas.
  • A conformidade com o mundo afasta o Espírito Santo de nossas vidas.


3.3. Porque a vida terrena é curta, mas a alma é eterna
A vida aqui é mui breve, e o fato de que morreu, expirou não quer dizer que deixou de existir ao tornar-se pó. As almas dos homens são reais e eternas, portanto, estando perdidas nesta vida, estarão perdidas por toda eternidade. E eternidade é sempre, sempre, e sempre. A alma humana possui valor mui alto, o Cordeiro de Deus é quem sabe. Pois lhe custou a vida, o resgate delas. Que espécie de valor estamos dando a elas? Discipular é, portanto resgatar essas almas sensíveis, porém eternas para Deus.

  • Isto é algo que deve ser esclarecido nas igrejas, as almas são eternas sejam salvas ou perdidas após a morte;
  • As almas que morrem sem Cristo, vão para a perdição eterna.
  • O que dá tanto medo na perdição eterna? Seria o inferno, o fogo, o ranger de dentes, os demônios ou ainda o enxofre? Eu creio que nada disto é preocupante ao se comparar que a morte sem Cristo significa o fim da esperança, isto é, nunca mais em toda a eternidade o homem terá chance de se encontrar com Deus novamente. Isto é desesperador!
  • Em uma famosa pintura intitulada o inferno de Dante há uma frase na porta do inferno que diz: “Deixai aqui toda a esperança, vós que entrais”.


Conclusão
Posto que, ninguém faz discípulos para si, mas para o reino de Deus através de sua vida do lugar onde estamos. Regressar ao discipulado bíblico é uma exigência urgente em nossos dias, por se tratar um retorno ao método primitivo do cristianismo com toda a sua eficácia, sem necessariamente abrirmos mão dos meios modernos de comunicação.

Nenhum comentário:

Postar um comentário