quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

O legado de Jesus Cristo para sua igreja


LIÇÃO 8 – 24 DE FEVEREIRO DE 2013

O legado de Jesus Cristo para sua igreja

TEXTO AUREO

“porque não devem os filhos entesourar para os pais, mas os pais, para os filhos”. 2Co 12.14b

VERDADE APLICADA

Dentre outros, Jesus deixou o legado do amor, da paz, segurança, do prazer de viver, e da dependência recíproca.

OBJETIVOS DA LIÇÃO

·         Apresentar o Senhor Jesus como um modelo que se ocupou em acumular um legado para seus seguidores;
·         Mostrar os diferentes tipos de legado outorgados pelo Senhor Jesus;
·         Destacar as bênçãos da salvação.

TEXTOS DE REFERÊNCIA

Lc 4.13 - E, acabando o diabo toda a tentação, ausentou-se dele por algum tempo.
Lc 4.14 - Então, pela virtude do Espírito, voltou Jesus para a Galileia, e a sua fama correu por todas as terras em derredor.
Lc 4.15 - E ensinava nas suas sinagogas e por todos era louvado.
Lc 4.16 - E, chegando a Nazaré, onde fora criado, entrou num dia de sábado, segundo o seu costume, na sinagoga e levantou-se para ler.

INTRODUÇÃO

Uma das importantes características de Jesus era a capacidade de transformar os seus discípulos em pessoas ativas, dinâmicas e com habilidade de transmitir suas ideias. Ele não idealizou um grupo de homens e mulheres passivos, tímidos, com a personalidade anulada. Antes os encheu do Espírito Santo após sua ressurreição para que levassem o seu legado a humanidade.

Meu caro professor, falaremos sobre o legado deixado por Jesus a nós seus servos;
Primeiramente seria importante definir aos seus alunos o que é legado;
Na verdade legado pode ter ao menos 2 significados e todos são importantes para explicar o que Jesus deixou para nós;
  • Legado pode significar um emissário ou um encarregado de executar alguma função por delegação, isto é, alguém delegado (ordenado, enviado) a realizar uma obra. Confere com Mateus 28:19 - Portanto ide, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo;
  • Juridicamente dizendo, legado é semelhante a herança, isto é, àquilo que alguém deixa para outro. Confere com João 14:12 - Na verdade, na verdade vos digo que aquele que crê em mim também fará as obras que eu faço, e as fará maiores do que estas, porque eu vou para meu Pai.

O legado de Jesus foi deixado pelo seu exemplo de vida e ensinamentos e ainda, no dia de pentecostes, ele cumpriu sua promessa enviando o Espírito Santo e dando a igreja poder para fazer a Sua obra.

1. O LEGADO HISTÓRICO

Não temos qualquer dúvida de que o Jesus histórico é o Cristo da fé que encontramos nos quatro evangelhos. Temos o bom senso de nos apoiar na tradição que os recebeu desde os tempos primitivos, acreditando em todos os seus relatos. Tais relatos foram elaborados a partir do ponto de vista da identidade divina de Jesus e não em supostos folclóricos, não há ficção, tudo foi plenamente real e é isso que tem transformado vidas através dos séculos até hoje.

Jesus histórico é o Jesus dos judeus, eles respeitam Jesus como um profeta que fez boas obras, mas que não era o messias prometido. Muitos céticos creem desta mesma forma, Jesus como um grande homem de extrema inteligência e abnegação, mas longe de ser o filho de Deus;
Nossa crença é na Bíblia como palavra de Deus, e o que esta escrito lá realmente aconteceu, não foi fantasia da cabeça de nenhum escritor ou uma história encantada. Os escritores andaram com Jesus, vivenciaram e testemunharam os acontecimentos que foram relatados nos 4 evangelhos.

1.1.  A HISTÓRIA DE JESUS NOS EVANGELHOS

A vida de Jesus contada nos evangelhos inicialmente nos provam que ele é o cumprimento profético de vários séculos antes de seu nascimento. Esses relatos biográficos foram escritos intencionalmente para deixar um legado histórico honesto partindo da interpretação de quem Ele era, o Cristo, o filho do Deus vivo, e para evitar que lendas populares acabassem por sufocar o verdadeiro Cristo da fé. O que de fato aconteceu, pois, nas décadas posteriores da morte dos apóstolos criaram-se evangelhos fabulosos e cheios de exageros que foram rejeitados pela igreja e sua liderança. A história do Cristo da fé nos evangelhos é uma seiva que nos fortalece, boas novas que nos trazem esperança num mundo caótico e nos sustenta em meio ao ceticismo corrente.

Há quem despreze a parte histórica da Bíblia como algo chato de se ler e até mesmo sem importância;
O que muitos cristão consideram sem importância é a chave para que os céticos justifiquem a Bíblia por se apoiar em eventos históricos registrados em vários outros livros seculares;
O relato da genealogia de Jesus é comprovado pela história e arqueologia o que pesa a favor da Bíblia Sagrada.
Evangelho fabulosos ou pseudo evangelho foram escritos nos séculos I e II sem a inspiração do Espírito Santo e contavam histórias da infância de Jesus totalmente sem fundamentos. Observe abaixo um trecho do evangelho de Tomé (que não era o apóstolo de Jesus):
Dias depois, encontrava-se Jesus brincando num terraço. Um dos meninos que estavam com ele caiu do alto e morreu. Os outros, ao verem isso, foram-se embora e somente Jesus ficou. Pouco depois chegaram os pais do morto e puseram a culpa nele.
Disse-lhes Jesus:
— Não, não. Eu não o empurrei.
Apesar disso, eles o maltrataram. Jesus deu um salto de cima do terraço, vindo cair junto ao cadáver. Pôs-se a gritar bem alto:
— Zenon — assim se chamava o menino, — levanta-te e responda-me: fui eu quem te empurrou?
O morto levantou-se num instante e disse:
— Não, Senhor. Tu não me jogaste, porém me ressuscitaste.
Ao ver isso, todos os presentes ficaram consternados . Os pais do menino glorificaram a Deus por aquele maravilhoso feito e adoraram a Jesus.”

1.2. A doutrina de Jesus no Novo Testamento
Os evangelhos nos mostram Jesus como um mestre atraente às grandes multidões, um exímio comunicador que tocava profundamente as pessoas através do seu ensino, a partir de coisas comuns, a vida de seus ouvintes. Ele recusou a tradição oral com seus mandamentos sobrecarregados, reinterpretou a Lei mosaica em vários pontos e reformulou uma nova ética para seus seguidores. As provas disso são as expressões encontradas nos próprios evangelhos: “estavam as multidões maravilhadas da sua doutrina” (Mt 7.28); “Ele as ensinava como quem tem autoridade” (Mt 7.29); “Nunca ninguém falou como esse homem” (Jo 7.46). Os seus ensinos são um legado de inestimável valor. Jesus foi uma criança que nasceu entre os animais, cresceu numa região desprezada e conflitante, foi silenciado pela dor da cruz, mas incendiou a história humana com suas palavras.

“Tocava profundamente as pessoas através do seu ensino, a partir de coisas comuns, a vida de seus ouvintes”: Temos aqui o exemplo de como Jesus ensinava a Sua vontade aos ouvintes. Ele usava palavras simples, coisas do cotidiano (oliveira, azeite, dracma...) e as pessoas entendiam com MUITA facilidade.
Vivemos dias de pregadores que usam palavras de ordem, termos enlatados e chegam a modificar a voz de forma a assustar os ouvintes, não foi este o legado de Jesus;
Um grande exemplo de seu poder de ensinar esta no Sermão da Montanha.

1.3. A TRADIÇÃO EVANGÉLICA HERDADA

Jesus de Nazaré, mestre incomparável e insuperável que jamais escreveu um livro sequer, no entanto seu exemplo inspirativo, por si só nos mostra alguém que viveu na história preocupado em deixar um legado. Evidentemente, era intencional da parte divina que ele exercesse tal fama. Mas e quanto a nós? Será que vivemos um cristianismo inspirador, capaz de motivar nossos cônjuges, filhos, amigos e irmãos a desejarem viver acima da mediocridade? Ou será que estamos a nos arrastar pela correnteza do século presente com seus valores secularizados?

É da natureza humana a busca de ídolos, imagino que se Jesus deixasse escritos de Sua autoria, muitos iriam cultuar mais o livro do que o autor, mas coube a homens como eu e você, inspirados pelo Espírito Santo a nobre missão de relatar os acontecimentos que compõem o cânon sagrado;
Jesus deixou todos os ensinamentos e orientações necessárias para que a igreja mantivesse impoluta até o dia de hoje;
E quanto a nós? Creio que temos que responder esta pergunta para nós mesmos.

2. O LEGADO ESPIRITUAL

Partindo do princípio da pessoa que Jesus era, o legado espiritual por ele deixado jamais será superado - a salvação da alma humana - visto que não era da competência do homem comum. Mas de alguém com uma dupla identidade humana e divina. Todavia o Mestre ressuscitado nos compartilhou a sua missão expansionista do reino de Deus quando disse “Assim como o Pai me enviou, eu também vos envio” (Jo 20.21b). Ele até poderia fazer tudo só, mas escolheu trabalhar por meio de sua igreja.


2.1. A JUSTIFICAÇÃO PELA FÉ

Tudo realizado por Jesus Cristo é importante para a igreja, mas a maior herança por Ele outorgada, do ponto de vista da eternidade, é a nossa salvação. Paulo trata desse assunto sob o tema da justificação em Romanos. Judeus, gregos e gentios precisavam alcançar a justiça de Deus para se, tornarem aceitáveis, posto que todos igualmente estavam condenados. Por mais que o homem pudesse fazer não satisfaziam a justiça divina. Os homens para se tornarem judeus precisavam observar o rito da circuncisão, porém a justificação em Cristo é uma herança alcançada pela graça de Deus por meio da fé (Rm 5.1). De maneira que todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo (Rm 10.13).

A salvação da alma humana – Este é o maior legado, a maior herança que Jesus deixou. É importante lembrar que a Bíblia afirma que todos pecaram, e afirma também que o salário do pecado é a morte, sendo assim, todos estávamos condenados à morte.
Outro ensinamento que tiramos destas afirmações é que o preço das nossas almas somente seria pago mediante a morte. A questão é que ninguém seria digno de morrer por outra pessoa e nem mesmo por si próprio, por isto Jesus se entregou por nós como cordeiro sem defeito, homem puro no qual jamais se achou pecado.
Importante lembrar que a salvação é pela graça e não pelas obras para que ninguém se glorie.
Este sem dúvida é o assunto principal da Bíblia e deveria ser o tema principal no púlpitos protestantes, infelizmente não é isto que estamos vendo.

2.2. BÊNÇÃOS DA SALVAÇÃO

São diversas as bênçãos da salvação enumeradas por Paulo em Romanos 5, como efeito direto da justificação. Ele fala que agora “temos paz com Deus, por meio do Senhor Jesus Cristo” (Rm 5.1); temos esperança eterna, “e gloriamo-nos na esperança da glória de Deus” (Rm 5.2b); tiramos proveito das tribulações passageiras, “nos gloriamos nas próprias tribulações” (Rm 5.3); temos um futuro eterno junto a Deus garantido, “Logo, muito mais agora, sendo justificados pelo seu sangue, seremos por ele salvos da ira” (Rm 5.9); e finalmente, fomos e estamos reconciliados com Deus, “fomos reconciliados com Deus mediante a morte do seu Filho” (Rm 5.10).

São bênçãos espirituais que servem para o espírito do homem. Devemos tomar cuidado com as pregações voltadas para o homem, para sua alegria terrena e sua prosperidade física e financeira apenas, tudo isto é consequência das bênçãos espirituais e não causa;
Lembre-se que um coração alegre formoseia o rosto;
Paz: Somente quem conhece a Cristo e recebe o Espírito Santo em seu ser é capaz de disfrutar da verdadeira paz (Jo 14.27);
Esperança eterna: Sem dúvida o maior regozijo do crente é saber que um dia seu Senhor “o chamará bem vindo...”;
Proveito das tribulações: As tribulações para o crente são verdadeiras escolas espirituais que lhes dão experiências únicas com Deus e fortalecimento espiritual;
Salvos da ira: Isto é, da grande tribulação que em breve assolará esta terra.

2.3. UM NOVO PADRÃO ÉTICO-MORAL

Do ponto de vista do direito que legislou os filhos de Israel, Moisés foi o maior legislador da história. Basta compararmos com outros códigos descobertos pela arqueologia, como por exemplo, o Código de Hamurabi (da Babilônia), o Código de Manu (da índia), etc. Porém, o Senhor Jesus produziu nas bem aventuranças um código com um insuperável padrão ético-moral que vem revolucionando o mundo. Os valores deixados como herança pelo Senhor Jesus vieram para causar um impacto social que dão sentido a existência do indivíduo pela sua prática e habitação do Espírito Santo. Sua proposta faz do homem, homem no sentido pleno da palavra e não uma coisa como os proponentes de filosofias mundanas.

Código de Hamurabi: Segundo o Wikipédia, representa um conjunto de leis escritas, sendo um dos exemplos mais bem preservados desse tipo de texto oriundo da Mesopotâmia. Acredita-se que foi escrito pelo rei Hamurábi, aproximadamente em 1700 a.C.. Foi encontrado por uma expedição francesa em 1901 na região da antiga Mesopotâmia correspondente a cidade de Susa, atual Irã. Foi escrito antes da lei de Moises;
Código de Manu: Também segundo o Wikipédia, constitui-se na legislação do mundo indiano e estabelece o sistema de castas na sociedade Hindu. Redigido entre os séculos II a.C. e II d.C. em forma poética e imaginosa, as regras no Código de Manu são expostas em versos.
O Código espiritual deixado por Jesus transcende em muito os velhos códigos por pregar o amor a Deus e ao próximo.



3. O LEGADO DE AUTORIDADE

Devemos lembrar que cumpre a nós como igreja temperarmos a nossa sociedade, com o bom tempero de Cristo. Esse poder salinizador nos foi conferido para ser levado a efeito nas artes, na política e educação, entre outros (Mt 5.13). Uma vida religiosa é uma coisa boa, mas ineficaz para produzir frutos de arrependimento e realizar sonhos. O que precisamos é do poder de Deus sobre nós para viver e transmitir esse maravilhoso legado.

A igreja é o tempero que deixa o mundo menos ruim – Sabemos que o mundo jaz no maligno, porém a presença da igreja e por causa dela a misericórdia de Deus faz com que desgraças maiores (tais como as que ocorrerão na tribulação) não aconteçam ao mundo;
Nossa influência deve estar em todos os lugares - nas artes, na política e educação.

3.1 AUTORIDADE PARA VIVER UMA NOVA REALIDADE

A antiga realidade sem Cristo era sob o domínio do pecado, debaixo da autoridade de Satanás, evidenciada por uma vã maneira de viver (Ef 2.1-10). Consequentemente não havia esperança diante da morte, antes sim uma grande incerteza que gerava terrível expectativa. Quando Cristo entra na vida do indivíduo, inaugura-se um novo dia, uma nova realidade, livre do pecado, e passa a ter autoridade sobre os demônios que dantes encarceravam a sua vida, e vive segundo o poder do evangelho com esperança. Quando a pessoa se torna crente e toma posse dessa autoridade espiritual abandona a luxúria, os vícios e vive em santidade e temperança (2 Co 5.17)

Livre de verdade, esta é a verdadeira vida com Cristo;
As tentações continuam, mas o homem é livre para dizer não ao pecado, antes era escravo dele;
As dificuldades vêm, mas agora o homem é livre e tem a esperança de uma eternidade sem sofrimento com Cristo;

3.2. AUTORIDADE PARA LEVAR ESPERANÇA

Temos autoridade de Deus para compartilhar a salvação em Cristo e suas bênçãos, não temos qualquer direito de reservar tais bênçãos apenas para nós mesmos (At 1.8). Devemos estar sempre mergulhados no amor do Senhor Jesus que nos constrange, a fim de compartilhar esse legado espiritual de todas as maneiras possíveis: pelo bom testemunho de transformação interna e externa, pelo evangelismo e discipulado (2Co 5.14-15). O plano de Deus é tão perfeito que, quanto mais compartilhamos da nossa herança, não empobrecemos e nem enfraquecemos; ao contrário, quando compartilhamos esperança aos necessitados tanto mais prosperamos e nos fortalecemos em Cristo em todos os aspectos.

Galardão: Trata-se de recompensas ao Cristão pela sua conduta nesta terra e pelo seu trabalho para o reino do Senhor;
Não fomos chamados para esquentar banco de igreja, antes todos temos uma comissão – ide e fazei discípulos. Este “ide” pode ser realizado de várias formas, com um bom testemunho, pregando o evangelho, louvando ao Senhor, discipulando, ofertando, fazendo missões... Qual a sua forma de cumprir o “ide” de Jesus?

3.3. AUTORIDADE PARA OPERAR SINAIS E MARAVILHAS

Operar sinais foi uma marca indelével do ministério terreno do Senhor Jesus. Ele deseja que o reino de Deus seja anunciado com poder, para que as pessoas venham a crer de fato em quem Ele é. Os sinais acompanham aqueles que vão e levam a mensagem de esperança, e em meio ao caminho à medida que cremos e ousamos eles acontecem: os demônios são expulsos, os enfermos são curados, experimentam os livramentos sobrenaturais. Essa autoridade foi conferida a todos os que creem (Mt 28.18-20 ; Mc 16.14-18; At 1.8).

Os sinais acompanham aos que creem. O maior milagre na vida de um homem é o arrependimento e a conversão, seguido a eles, vemos pessoas libertas de vícios, condutas imorais, de enfermidades e influências malignas.

CONCLUSÃO

Cristo Jesus compartilhou conosco toda a sua herança sem jamais empobrecer, então somos co-herdeiros com Ele. Seu propósito foi tornar-se um modelo vivo de inspiração para todos nós; neste particular. Cumpre a nós deixarmos também um legado, devemos pensar hoje, em como queremos ser lembrados no dia do nosso sepultamento.


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