LIÇÃO 8 – 24 DE FEVEREIRO DE 2013
O legado de Jesus Cristo para sua igreja
TEXTO AUREO
“porque não devem os filhos entesourar
para os pais, mas os pais, para os filhos”. 2Co 12.14b
VERDADE APLICADA
Dentre outros, Jesus deixou o legado do
amor, da paz, segurança, do prazer de viver, e da dependência recíproca.
OBJETIVOS DA LIÇÃO
·
Apresentar o Senhor Jesus como um modelo que se ocupou em acumular um
legado para seus seguidores;
·
Mostrar os diferentes tipos de legado outorgados pelo Senhor Jesus;
·
Destacar as bênçãos da salvação.
TEXTOS DE REFERÊNCIA
Lc 4.13 - E, acabando o diabo toda a tentação, ausentou-se
dele por algum tempo.
Lc 4.14 - Então, pela virtude do Espírito, voltou Jesus para
a Galileia, e a sua fama correu por todas as terras em derredor.
Lc 4.15 - E ensinava nas suas sinagogas e por todos era
louvado.
Lc 4.16 - E, chegando a Nazaré, onde fora criado, entrou num
dia de sábado, segundo o seu costume, na sinagoga e
levantou-se para ler.
INTRODUÇÃO
Uma das importantes características de
Jesus era a capacidade de transformar os seus discípulos em pessoas ativas,
dinâmicas e com habilidade de transmitir suas ideias. Ele não idealizou um
grupo de homens e mulheres passivos, tímidos, com a personalidade anulada.
Antes os encheu do Espírito Santo após sua ressurreição para que levassem o seu
legado a humanidade.
Meu caro professor, falaremos sobre o legado deixado por Jesus a nós
seus servos;
Primeiramente seria importante definir aos seus alunos o que é legado;
Na verdade legado pode ter ao menos 2 significados e todos são
importantes para explicar o que Jesus deixou para nós;
- Legado pode significar um emissário ou um encarregado de executar alguma função por delegação, isto é, alguém delegado (ordenado, enviado) a realizar uma obra. Confere com Mateus 28:19 - Portanto ide, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo;
- Juridicamente dizendo, legado é semelhante a herança, isto é, àquilo que alguém deixa para outro. Confere com João 14:12 - Na verdade, na verdade vos digo que aquele que crê em mim também fará as obras que eu faço, e as fará maiores do que estas, porque eu vou para meu Pai.
O legado de Jesus foi deixado pelo seu exemplo de vida e ensinamentos e
ainda, no dia de pentecostes, ele cumpriu sua promessa enviando o Espírito
Santo e dando a igreja poder para fazer a Sua obra.
1. O LEGADO HISTÓRICO
Não temos qualquer dúvida de que o
Jesus histórico é o Cristo da fé que encontramos nos quatro evangelhos. Temos o
bom senso de nos apoiar na tradição que os recebeu desde os tempos primitivos,
acreditando em todos os seus relatos. Tais relatos foram elaborados a partir do
ponto de vista da identidade divina de Jesus e não em supostos folclóricos, não
há ficção, tudo foi plenamente real e é isso que tem transformado vidas através
dos séculos até hoje.
Jesus histórico é o Jesus dos judeus, eles respeitam Jesus como um
profeta que fez boas obras, mas que não era o messias prometido. Muitos céticos
creem desta mesma forma, Jesus como um grande homem de extrema inteligência e
abnegação, mas longe de ser o filho de Deus;
Nossa crença é na Bíblia como palavra de Deus, e o que esta escrito lá
realmente aconteceu, não foi fantasia da cabeça de nenhum escritor ou uma
história encantada. Os escritores andaram com Jesus, vivenciaram e
testemunharam os acontecimentos que foram relatados nos 4 evangelhos.
1.1. A HISTÓRIA
DE JESUS NOS EVANGELHOS
A vida de Jesus contada nos evangelhos
inicialmente nos provam que ele é o cumprimento profético de vários séculos
antes de seu nascimento. Esses relatos biográficos foram escritos
intencionalmente para deixar um legado histórico honesto partindo da
interpretação de quem Ele era, o Cristo, o filho do Deus vivo, e para evitar
que lendas populares acabassem por sufocar o verdadeiro Cristo da fé. O que de
fato aconteceu, pois, nas décadas posteriores da morte dos apóstolos criaram-se
evangelhos fabulosos e cheios de exageros que foram rejeitados pela igreja e
sua liderança. A história do Cristo da fé nos evangelhos é uma seiva que nos
fortalece, boas novas que nos trazem esperança num mundo caótico e nos sustenta
em meio ao ceticismo corrente.
Há quem despreze a parte histórica da Bíblia como algo chato de se ler e
até mesmo sem importância;
O que muitos cristão consideram sem importância é a chave para que os
céticos justifiquem a Bíblia por se apoiar em eventos históricos registrados em
vários outros livros seculares;
O relato da genealogia de Jesus é comprovado pela história e arqueologia
o que pesa a favor da Bíblia Sagrada.
Evangelho fabulosos ou pseudo evangelho foram escritos nos séculos I e
II sem a inspiração do Espírito Santo e contavam histórias da infância de Jesus
totalmente sem fundamentos. Observe abaixo um trecho do evangelho de Tomé (que
não era o apóstolo de Jesus):
Dias depois,
encontrava-se Jesus brincando num terraço. Um dos meninos que estavam com ele
caiu do alto e morreu. Os outros, ao verem isso, foram-se embora e somente
Jesus ficou. Pouco depois chegaram os pais do morto e puseram a culpa nele.
Disse-lhes Jesus:
— Não, não. Eu não o
empurrei.
Apesar disso, eles o
maltrataram. Jesus deu um salto de cima do terraço, vindo cair junto ao
cadáver. Pôs-se a gritar bem alto:
— Zenon — assim se
chamava o menino, — levanta-te e responda-me: fui eu quem te empurrou?
O morto levantou-se
num instante e disse:
— Não, Senhor. Tu não
me jogaste, porém me ressuscitaste.
Ao ver isso, todos os
presentes ficaram consternados . Os pais do menino glorificaram a Deus por
aquele maravilhoso feito e adoraram a Jesus.”
1.2. A doutrina de Jesus no Novo
Testamento
Os evangelhos nos mostram Jesus como um
mestre atraente às grandes multidões, um exímio comunicador que tocava
profundamente as pessoas através do seu ensino, a partir de coisas comuns, a
vida de seus ouvintes. Ele recusou a tradição oral com seus mandamentos
sobrecarregados, reinterpretou a Lei mosaica em vários pontos e reformulou uma
nova ética para seus seguidores. As provas disso são as expressões encontradas
nos próprios evangelhos: “estavam as multidões maravilhadas da sua doutrina”
(Mt 7.28); “Ele as ensinava como quem tem autoridade” (Mt 7.29); “Nunca ninguém
falou como esse homem” (Jo 7.46). Os seus ensinos são um legado de inestimável
valor. Jesus foi uma criança que nasceu entre os animais, cresceu numa região
desprezada e conflitante, foi silenciado pela dor da cruz, mas incendiou a
história humana com suas palavras.
“Tocava profundamente as pessoas através do seu ensino, a partir de
coisas comuns, a vida de seus ouvintes”: Temos aqui o exemplo de como Jesus
ensinava a Sua vontade aos ouvintes. Ele usava palavras simples, coisas do
cotidiano (oliveira, azeite, dracma...) e as pessoas entendiam com MUITA
facilidade.
Vivemos dias de pregadores que usam palavras de ordem, termos enlatados
e chegam a modificar a voz de forma a assustar os ouvintes, não foi este o
legado de Jesus;
Um grande exemplo de seu poder de ensinar esta no Sermão da Montanha.
1.3. A TRADIÇÃO
EVANGÉLICA HERDADA
Jesus de Nazaré, mestre incomparável e
insuperável que jamais escreveu um livro sequer, no entanto seu exemplo
inspirativo, por si só nos mostra alguém que viveu na história preocupado em
deixar um legado. Evidentemente, era intencional da parte divina que ele
exercesse tal fama. Mas e quanto a nós? Será que vivemos um cristianismo
inspirador, capaz de motivar nossos cônjuges, filhos, amigos e irmãos a
desejarem viver acima da mediocridade? Ou será que estamos a nos arrastar pela
correnteza do século presente com seus valores secularizados?
É da
natureza humana a busca de ídolos, imagino que se Jesus deixasse escritos de
Sua autoria, muitos iriam cultuar mais o livro do que o autor, mas coube a
homens como eu e você, inspirados pelo Espírito Santo a nobre missão de relatar
os acontecimentos que compõem o cânon sagrado;
Jesus
deixou todos os ensinamentos e orientações necessárias para que a igreja
mantivesse impoluta até o dia de hoje;
E
quanto a nós? Creio que temos que responder esta pergunta para nós mesmos.
2. O LEGADO
ESPIRITUAL
Partindo do princípio da pessoa que Jesus
era, o legado espiritual por ele deixado jamais será superado - a salvação da
alma humana - visto que não era da competência do homem comum. Mas de alguém
com uma dupla identidade humana e divina. Todavia o Mestre ressuscitado nos
compartilhou a sua missão expansionista do reino de Deus quando disse “Assim
como o Pai me enviou, eu também vos envio” (Jo 20.21b). Ele até poderia fazer
tudo só, mas escolheu trabalhar por meio de sua igreja.
2.1. A
JUSTIFICAÇÃO PELA FÉ
Tudo realizado por Jesus Cristo é importante
para a igreja, mas a maior herança por Ele outorgada, do ponto de vista da
eternidade, é a nossa salvação. Paulo trata desse assunto sob o tema da
justificação em Romanos. Judeus, gregos e gentios precisavam alcançar a justiça
de Deus para se, tornarem aceitáveis, posto que todos igualmente estavam
condenados. Por mais que o homem pudesse fazer não satisfaziam a justiça
divina. Os homens para se tornarem judeus precisavam observar o rito da
circuncisão, porém a justificação em Cristo é uma herança alcançada pela graça
de Deus por meio da fé (Rm 5.1). De maneira que todo aquele que invocar o nome
do Senhor será salvo (Rm 10.13).
A
salvação da alma humana – Este é o maior legado, a maior herança que Jesus
deixou. É importante lembrar que a Bíblia afirma que todos pecaram, e afirma
também que o salário do pecado é a morte, sendo assim, todos estávamos
condenados à morte.
Outro ensinamento
que tiramos destas afirmações é que o preço das nossas almas somente seria pago
mediante a morte. A questão é que ninguém seria digno de morrer por outra
pessoa e nem mesmo por si próprio, por isto Jesus se entregou por nós como
cordeiro sem defeito, homem puro no qual jamais se achou pecado.
Importante
lembrar que a salvação é pela graça e não pelas obras para que ninguém se
glorie.
Este
sem dúvida é o assunto principal da Bíblia e deveria ser o tema principal no
púlpitos protestantes, infelizmente não é isto que estamos vendo.
2.2. BÊNÇÃOS
DA SALVAÇÃO
São diversas as bênçãos da salvação
enumeradas por Paulo em Romanos 5, como efeito direto da justificação. Ele fala
que agora “temos paz com Deus, por meio do Senhor Jesus Cristo” (Rm 5.1); temos
esperança eterna, “e gloriamo-nos na esperança da glória de Deus” (Rm 5.2b);
tiramos proveito das tribulações passageiras, “nos gloriamos nas próprias
tribulações” (Rm 5.3); temos um futuro eterno junto a Deus garantido, “Logo,
muito mais agora, sendo justificados pelo seu sangue, seremos por ele salvos da
ira” (Rm 5.9); e finalmente, fomos e estamos reconciliados com Deus, “fomos
reconciliados com Deus mediante a morte do seu Filho” (Rm 5.10).
São
bênçãos espirituais que servem para o espírito do homem. Devemos tomar cuidado
com as pregações voltadas para o homem, para sua alegria terrena e sua
prosperidade física e financeira apenas, tudo isto é consequência das bênçãos
espirituais e não causa;
Lembre-se
que um coração alegre formoseia o rosto;
Paz:
Somente quem conhece a Cristo e recebe o Espírito Santo em seu ser é capaz de
disfrutar da verdadeira paz (Jo 14.27);
Esperança
eterna: Sem dúvida o maior regozijo do crente é saber que um dia seu Senhor “o
chamará bem vindo...”;
Proveito
das tribulações: As tribulações para o crente são verdadeiras escolas
espirituais que lhes dão experiências únicas com Deus e fortalecimento
espiritual;
Salvos
da ira: Isto é, da grande tribulação que em breve assolará esta terra.
2.3. UM
NOVO PADRÃO ÉTICO-MORAL
Do ponto de vista do direito que legislou os
filhos de Israel, Moisés foi o maior legislador da história. Basta compararmos
com outros códigos descobertos pela arqueologia, como por exemplo, o Código de
Hamurabi (da Babilônia), o Código de Manu (da índia), etc. Porém, o Senhor
Jesus produziu nas bem aventuranças um código com um insuperável padrão
ético-moral que vem revolucionando o mundo. Os valores deixados como herança
pelo Senhor Jesus vieram para causar um impacto social que dão sentido a
existência do indivíduo pela sua prática e habitação do Espírito Santo. Sua
proposta faz do homem, homem no sentido pleno da palavra e não uma coisa como
os proponentes de filosofias mundanas.
Código
de Hamurabi: Segundo o Wikipédia, representa um conjunto de leis escritas,
sendo um dos exemplos mais bem preservados desse tipo de texto oriundo da
Mesopotâmia. Acredita-se que foi escrito pelo rei Hamurábi, aproximadamente em
1700 a.C.. Foi encontrado por uma expedição francesa em 1901 na região da
antiga Mesopotâmia correspondente a cidade de Susa, atual Irã. Foi escrito
antes da lei de Moises;
Código
de Manu: Também segundo o Wikipédia, constitui-se na legislação do mundo
indiano e estabelece o sistema de castas na sociedade Hindu. Redigido entre os
séculos II a.C. e II d.C. em forma poética e imaginosa, as regras no Código de
Manu são expostas em versos.
O Código
espiritual deixado por Jesus transcende em muito os velhos códigos por pregar o
amor a Deus e ao próximo.
3. O
LEGADO DE AUTORIDADE
Devemos lembrar que cumpre a nós como igreja
temperarmos a nossa sociedade, com o bom tempero de Cristo. Esse poder
salinizador nos foi conferido para ser levado a efeito nas artes, na política e
educação, entre outros (Mt 5.13). Uma vida religiosa é uma coisa boa, mas
ineficaz para produzir frutos de arrependimento e realizar sonhos. O que
precisamos é do poder de Deus sobre nós para viver e transmitir esse maravilhoso
legado.
A
igreja é o tempero que deixa o mundo menos ruim – Sabemos que o mundo jaz no
maligno, porém a presença da igreja e por causa dela a misericórdia de Deus faz
com que desgraças maiores (tais como as que ocorrerão na tribulação) não
aconteçam ao mundo;
Nossa
influência deve estar em todos os lugares - nas artes, na política e educação.
3.1 AUTORIDADE
PARA VIVER UMA NOVA REALIDADE
A antiga realidade sem Cristo era sob o
domínio do pecado, debaixo da autoridade de Satanás, evidenciada por uma vã
maneira de viver (Ef 2.1-10). Consequentemente não havia esperança diante da
morte, antes sim uma grande incerteza que gerava terrível expectativa. Quando
Cristo entra na vida do indivíduo, inaugura-se um novo dia, uma nova realidade,
livre do pecado, e passa a ter autoridade sobre os demônios que dantes
encarceravam a sua vida, e vive segundo o poder do evangelho com esperança.
Quando a pessoa se torna crente e toma posse dessa autoridade espiritual
abandona a luxúria, os vícios e vive em santidade e temperança (2 Co 5.17)
Livre
de verdade, esta é a verdadeira vida com Cristo;
As
tentações continuam, mas o homem é livre para dizer não ao pecado, antes era
escravo dele;
As
dificuldades vêm, mas agora o homem é livre e tem a esperança de uma eternidade
sem sofrimento com Cristo;
3.2. AUTORIDADE
PARA LEVAR ESPERANÇA
Temos autoridade de Deus para compartilhar a
salvação em Cristo e suas bênçãos, não temos qualquer direito de reservar tais
bênçãos apenas para nós mesmos (At 1.8). Devemos estar sempre mergulhados no
amor do Senhor Jesus que nos constrange, a fim de compartilhar esse legado
espiritual de todas as maneiras possíveis: pelo bom testemunho de transformação
interna e externa, pelo evangelismo e discipulado (2Co 5.14-15). O plano de
Deus é tão perfeito que, quanto mais compartilhamos da nossa herança, não
empobrecemos e nem enfraquecemos; ao contrário, quando compartilhamos esperança
aos necessitados tanto mais prosperamos e nos fortalecemos em Cristo em todos
os aspectos.
Galardão:
Trata-se de recompensas ao Cristão pela sua conduta nesta terra e pelo seu
trabalho para o reino do Senhor;
Não
fomos chamados para esquentar banco de igreja, antes todos temos uma comissão –
ide e fazei discípulos. Este “ide” pode ser realizado de várias formas, com um
bom testemunho, pregando o evangelho, louvando ao Senhor, discipulando,
ofertando, fazendo missões... Qual a sua forma de cumprir o “ide” de Jesus?
3.3. AUTORIDADE
PARA OPERAR SINAIS E MARAVILHAS
Operar sinais foi uma marca indelével do
ministério terreno do Senhor Jesus. Ele deseja que o reino de Deus seja
anunciado com poder, para que as pessoas venham a crer de fato em quem Ele é.
Os sinais acompanham aqueles que vão e levam a mensagem de esperança, e em meio
ao caminho à medida que cremos e ousamos eles acontecem: os demônios são
expulsos, os enfermos são curados, experimentam os livramentos sobrenaturais.
Essa autoridade foi conferida a todos os que creem (Mt 28.18-20 ; Mc 16.14-18; At 1.8).
Os sinais acompanham aos que creem. O
maior milagre na vida de um homem é o arrependimento e a conversão, seguido a
eles, vemos pessoas libertas de vícios, condutas imorais, de enfermidades e
influências malignas.
CONCLUSÃO
Cristo Jesus compartilhou conosco toda a sua
herança sem jamais empobrecer, então somos co-herdeiros com Ele. Seu propósito
foi tornar-se um modelo vivo de inspiração para todos nós; neste particular.
Cumpre a nós deixarmos também um legado, devemos pensar hoje, em como queremos
ser lembrados no dia do nosso sepultamento.
A lição de domingo vai ser comentada até sabado?
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