sábado, 22 de setembro de 2012

A ORAÇÃO DE JESUS A FAVOR DE SEUS DISCÍPULOS


LIÇÃO 13 – 23 de Setembro de 2012
A ORAÇÃO DE JESUS A FAVOR DE SEUS DISCÍPULOS

TEXTO AUREO
“Jesus falou essas coisas e, levantando os olhos ao céu, disse: Pai, é chegada a hora; glorifica a teu Filho, para que também o teu Filho te glorifique a ti,”. Jo 17.1

VERDADE APLICADA
Os ensinos de Jesus na chamada oração sacerdotal podem dar-nos novo fervor e nova vida todas as manhãs.

TEXTOS DE REFERÊNCIA
Jo 17.13 - Mas, agora, vou para ti e digo isto no mundo, para que tenham a minha alegria completa em si mesmos.
Jo 17.14 - Dei-lhes a tua palavra, e o mundo os odiou, porque não são do mundo, assim como eu não sou do mundo.
Jo 17.15 - Não peço que os tires do mundo, mas que os livres do mal.
Jo 17.16 - Não são do mundo, como eu do mundo não sou.
Jo 17.17 - Santifica-os na verdade; a tua palavra é a verdade.
Jo 17.18 - Assim como tu me enviaste ao mundo, também eu os enviei ao mundo.
Jo 17.19 - E por eles me santifico a mim mesmo, para que também eles sejam santificados na verdade.
Jo 17.20 - Eu não rogo somente por estes, mas também por aqueles que, pela sua palavra, hão de crer em mim;

Introdução
A lição de hoje, comumente chamada de oração sacerdotal, título que, segundo alguns estudiosos da história da Igreja, dizem ter sido dito pelo teólogo luterano David Chytraeus (1530-1600), foi um dos muitos discursos preditos por Jesus com a preocupação fundamental de manter os discípulos unidos na verdade que é Cristo. Mas também instruí-los a uma vida santificada produzida pela Sua Palavra e prioritariamente orientada pelo amor de Deus.

1. O discurso de despedida
As palavras de despedida de Jesus são seguidas de uma oração. Ele está pronto a encarar o gólgota, mas para isso, precisa falar com o Pai em oração, descriminando os três aspectos básicos do relacionamento que se constituiu a partir de seu ministério, entre Ele e o Pai, Ele e os seus discípulos, e os seus discípulos e os futuros novos discípulos.

1.1. Um relacionamento entre Ele e o Pai (Jo 17.1-5)
Após erguer os olhos em oração, Jesus disse que chegara a sua “hora”, o ponto central do plano redentor de Deus. Era o momento de manifestar o esplendor de sua autoridade, de conceder vida eterna a todos os eleitos (Jo 6.44; 1.11-12). Jesus havia construído uma bela história pública com o Pai entre os seus familiares, amigos, religiosos e discípulos. Em todas as suas atividades, a sua relação com o Pai sempre foi marcante, desde o início de sua presença entre os homens. Uma relação de testemunho do Pai (Mt 3. 13-17); de confirmação das Escrituras (Mt 12.17-21); de companhia do Pai (Mt 15.5); e de unidade com o Pai (Jo 17.21).

  • Temos ensinamentos importantes nesta oração de Jesus, primeiramente observe que Ele orou por si mesmo pedindo que Deus o glorificasse.
  • O crente tem pleno direito de orar a Deus por si pedindo a ajuda necessária para o cumprimento da vontade de Deus em sua vida.
  •  Observe que Jesus ora por si, mas com o propósito final de glorificar o Pai - “Pai, é chegada a hora; glorifica a teu Filho, para que também o teu Filho te glorifique a ti”.
  • Observe também que Jesus seguia os planos de Deus em tudo, até quando Sua hora chegou. Percebemos que a vida de Jesus era em tudo guiada segundo a vontade de Deus.

1.2. O relacionamento com os discípulos (Jo 17.6-19)
Jesus ensinou que o relacionamento é uma das bases do discipulado. Sem comunhão o discípulo não pode ter conexão nem com Deus, nem com os homens. Na Sua trajetória ministerial, os seus seguidores sempre estiveram com Ele nas festas (Jo 2.1-12); nas curas (Mt 8.5-17); nos seus milagres (Mt 8.23-27); alimentando-se (Mt 9.10-13); em suas longas caminhadas (Mt 9.35-38); nas suas profecias (Lc 10.13-15; Mt 11.20-24); em seus debates teológicos (Mt 12.1-8); e em tantos outros episódios. O estilo de discipulado de Jesus é visceral e revolucionário, porque Ele não se distanciou de seus discípulos, a não ser para os momentos de oração e reflexão de sua jornada (Mt 12.15; 14. 22-23).

  • Vemos nas declarações e atitudes de Jesus uma grande preocupação com a união da igreja com Ele e com Deus;
  • Esta preocupação mostra a importância da união para a vitória da igreja sobre o mundo e também a forma de cumprir (obedecer) a vontade do pai;
  • Independente do pensamento político, econômico ou social, a igreja deve buscar ferramentas eficientes de promover a união em detrimento das atitudes que afastam os cristãos uns dos outros e de Deus.
  • O termo visceral corresponde a víscera, órgãos e tem relação com a profundidade e intimidade deste relacionamento, semelhante a algo que reside no profundo do nosso ser.
1.3. O relacionamento dos próprios discípulos (Jo 17.20-26)
Há pessoas que vivem em solidão, porque construíram pontes em torno de si, ao invés de pontes ligando-as a outras. Talvez com esse pensamento, Jesus preocupado com os discípulos, deixou registrado que eles tivessem um só coração, uma única mente, assim como Ele e o Pai eram. Se eles conseguissem construir uma comunidade assim, o mundo teria facilidade para crer que de fato o cristianismo é a verdade de Deus proclamada aos homens, sem contar que o homem sozinho é uma sílaba sem voz, uma sombra vazia, braço que não se move, harpa sem melodia, punhado de cinza inútil, que o próprio vento despreza.

  • Na passagem citada vemos que Jesus não pede a unidade da igreja, Ele ROGA (implora) para que a Sua igreja se mantivesse unida no futuro;
  • Como foi dito, um homem sozinho não faz igreja, talvez o termo melhor segundo o comentador fosse “pessoas que construíram muros em volta de si” e não pontes.
  • Observe que Jesus disse que onde estiver “... onde estiverem dois ou três reunidos em meu nome, aí estou eu no meio deles” (Mt 18.20). Isto nos fala da importância da união.
  •  Thomas Brooks escreveu que “a discórdia e a divisão não condizem com cristão algum. Não causa espanto os lobos importunarem as ovelhas, mas uma ovelha afligir outra é contrário à natureza e abominável”.

2. Santifica-os na verdade a Tua Palavra é a verdade
Verdade e Palavra são títulos de Cristo conforme assevera o Dr. Russel Shedd. O próprio Jesus disse que Ele era o “caminho, a verdade e a vida” (Jo 14.6); João o descreveu como sendo a Palavra que estava no princípio com Deus e era o próprio Deus, e que depois encarnou e habitou entre os homens (Jo 1.1, 14). Santificar-se então nesse contexto seria os discípulos se relacionarem ao máximo com Jesus, para que pudessem ter uma vida protegida em um mundo hostil pronto a derrotá-los.

  •  Jesus é a verdade e é o verbo encarnado, é o alfa e ômega (primeira e última letra do alfabeto grego);
  • Sua oração indica que devemos nos santificar nEle que é o verbo vivo e a verdade que leva para o céu.

2.1. A proteção espiritual que cada discípulo precisa
Já que os discípulos seriam enviados com a missão especial de proclamar libertação aos cativos e liberdade aos oprimidos em território hostil, eles iriam carecer de proteção espiritual. Os discípulos entrariam em colisão contra o reino das trevas, invadindo os seus domínios com a missão de derrotar o poder do usurpador. Satanás roubou indevidamente os espaços que não são seus, então os novos discípulos têm agora a missão de continuar o que Jesus começou a fazer, destruir as obras do diabo com a mensagem do Evangelho no poder do Espírito (lJo 3.8; At 1.8).

  • Ide; eis que vos mando como cordeiros ao meio de lobos (Lc 10.3). Esta afirmação de Jesus mostra a seriedade da batalha espiritual pela qual passa a igreja;
  • Para vencer o inimigo, é necessário proteção espiritual e Jesus orou por isto, porém esta proteção é condicionada a santificação em Cristo e a união com Ele e com Deus;
  • Observe que o comentador usa o termo invadir e resgatar o que foi roubado indevidamente por Satanás, não há um acordo ou um convite amigável para entrarmos nos domínios do inimigo, isto deve ser feito a força, não a força física, mas a espiritual;
  • O crente deve estar preparado para esta batalha, não deve confiar apenas em suas habilidades humanas, sua boa oratória, sua posição social... Tudo isto é importante, mas o principal é a fortaleza espiritual conquistada na comunhão com Cristo.

2.2. A necessidade de santificação
Em termos positivos, os discípulos precisavam ser santificados. Tinham que ser consagrados para executarem a tarefa a que foram confiados. Os discípulos foram chamados a viver uma vida de santidade, de inocência, de pureza e de continuada consagração ao Senhor. A santidade de Deus na vida dos discípulos se manifestariam em ódio contra o pecado, em se deleitar na retidão, e na separação entre eles e os que vivem no pecado.

  • Porque a santidade é tão necessária para fazer a obra de Deus? A santidade nos leva para perto de Deus, nos torna um com Ele e sendo assim recebemos autoridade para combater o inimigo.
  • Se estivermos unidos com Cristo, quando o inimigo nos olha, vê Jesus em nossas vidas e seu sacrifício que pagou nossos pecados;
  • A presença de Cristo em nós nos torna semelhantes a Ele, isto é, odiando o pecado mas amando o pecador. Esta aversão ao pecado, se não for levada em conta, transforma-se em conformação com o pecado.

2.3. A doutrina da santificação na história bíblica
A santificação é a obra contínua de Deus na vida do crente tornando-o realmente santo (Millard J. Erickson). É a transformação de uma natureza decaída, que passa a portar uma verdadeira semelhança com o Deus trino. Um processo pelo qual cada pessoa é moldada de acordo com a ação poderosa do Espírito Santo de Deus no ser humano. Os teólogos dizem que a palavra santificação possui dois sentidos básicos, ligados a dois conceitos básicos de santidade. O primeiro diz respeito a certos objetos, pessoas e lugares. Tem um sentido de pertencimento (IPe 2.9). O segundo seria a qualidade moral ou valor espiritual, tendo como estilo de vida a pureza e a bondade (Cl 1.22; 3.12).

  • Em termos práticos, a palavra santificação significa separação, é como se todos nós estivéssemos misturados com vários tipos de pessoas e seus prazeres e Deus nos tirasse deste meio para um local limpo e puro e nos preparasse para fazer sua vontade;
  • Fomos tirados do “meio” para fazermos a sua vontade, mas o caminho de volta para este mundo tenebroso continua aberto, e não são poucos que voltam a se contaminar com ele;
  • A santificação leva o crente a desenvolver qualificações morais para realizar a obra de Deus.
  • C. S. Lewis diz que “A conversão tira o cristão do mundo; a santificação tira o mundo do cristão”

      3. Os futuros discípulos
“    Eu não rogo somente por estes, mas também por aqueles que, pela Sua Palavra, hão de crer em mim” (Jo 17.20). Os discípulos de Jesus foram o núcleo daquela nova comunidade que apontava para um novo tempo, que mais tarde seria conhecida como a Igreja do Senhor Jesus no mundo. Um grupo de pessoas que deveriam manter a unidade no amor e na verdade. Só assim, haveria a possibilidade de serem gerados novos discípulos para o crescimento quantitativo e qualitativo do Reino de Deus.
  •   Sem dúvida alguma a principal função do evangelho é gerar novos discípulos, novos convertidos, novos habitantes do céu;
  •      A pregação do evangelho é importante para o que não aceitou a Jesus, mas é igualmente importante para aqueles que já são salvos em Cristo para que permaneçam fiéis;
  •     Além de permanecer fiel, o crente que ouve a boa pregação do evangelho, tem mais chance de ser tornar um obreiro de qualidade no futuro.


     3.1. O amor como força da unidade
    O apóstolo Paulo disse: “Mesmo se eu tivesse eloquência humana, e não tivesse amor, não passaria do rangido de uma porta enferrujada. Mesmo que eu pregasse com poder, revelando todos os mistérios, ou se tivesse fé que “transportasse montes” e não tivesse amor, nada poderia ser” (ICo 13.1-3). O amor é a força da unidade da Igreja. As vezes, pensamos que, através de uma liderança rígida e enérgica, conseguiremos manter o povo unido. Engana-se quem assim pensa. Nós obedecemos na proporção que amamos. O amor “tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta” (ICo 13.7). Quem obedece sem amor um dia trairá a confiança, e quebrará a unidade.
  •     O comentador usa o termo “força da unidade”, já ouvimos muito que a união faz a força, mas é possível ter união verdadeira sem amor?
  •    Você pode pensar em vários motivos para que ocorram uniões, não é incomum vermos antigos inimigos políticos se unindo para conquista um pleito eleitoral, empresas concorrentes se fundindo para aumentar sua fatia no mercado e assim por diante. É uma união por interesse, já o amor não age por interesse.
  •    O amor à obra de Deus não pode ser forçado, o líder amoroso recebe a obediência dos discípulos, os que amam a obra atendem ao chamado do pastor, frequenta os cultos...
  •    Observe que Paulo diz que os dons de língua, profecia, ciência, fé e sacrifício não tem valor sem a presença do amor.


     3.2. O amor como o maior instrumento pedagógico
      Em linhas gerais, pedagogia é o conjunto de métodos que asseguram a adaptação recíproca do conteúdo informativo aos indivíduos que se deseja formar. A palavra pedagogia tem origem, na Grécia antiga, paidós (criança) e agogé (condução). No Brasil, é uma graduação que por parte do MEC (Ministério da Educação e Cultura) é um curso que cuida dos assuntos relacionados a educação por excelência. Para o cristianismo, o amor é o método divino que assegura todo conteúdo de Jesus. O próprio Jesus disse que os discípulos só teriam credibilidade se tivessem em sua metodologia de ensino e pregação o amor (Jo 13.35).
  •   Considero que, pregar o evangelho, ensinar a palavra de Deus, gerar discípulos são obras que só podem ser realizadas por quem tem amor pela obra, pois não há recompensa material para esta tarefa;
  •     Da mesma forma, somente vai à igreja em um domingo de manhã ou nos cultos da noite quem tem amor a Jesus.
  •      Jesus usa então o amor como o melhor método de ensino de sua vontade.


     3.3. O amor e o crescimento da Igreja
    A Igreja tem crescido como nunca. Sua presença é marcante no mundo. Todos conhecem o cristianismo, ainda que palidamente, através da Igreja (discípulos). Mas seu crescimento tem provocado conflitos jamais imaginado. A forma de governo autoritário de lideranças; o acúmulo de riquezas; a perversidade, malignidade e crueldade como ela construiu sua história em alguns momentos (corrupção com o governo imperial, inquisição e outros pecados, contaminaram a doutrina bíblica), só serviu muitas vezes para mostrar que ela tinha se tornado uma instituição de poder. Mas graças a Deus, sempre houve homens e mulheres de Deus para se colocar contra toda forma de manifestação maligna que tem tentado debilitar e destruir a Igreja do Deus vivo.
  •    Todos conhecem o terrível período onde o cristianismo e o governo se uniram, falamos da Igreja Católica como instituição religiosa e também de poder sobre as nações.
  •    Neste período houve a inquisição, um tribunal que condenava a morte aqueles que não comungavam da mesma opinião da igreja;
  •    Será que a igreja evangélica não esta caminhando para este mesmo fim? Uniões políticas, busca de poder terreno...


     CONCLUSÃO
     O desejo do Senhor é que as intrigas sejam dissipadas do corpo de Cristo. A falta de unidade, pureza e amor ao próximo, tem sido marcante em alguns lugares onde o povo de Deus se reúne. O mundo precisa urgentemente enxergar na comunidade cristã um ambiente propício para o bom convívio social e familiar. Se não atentarmos para este fato, seremos surpreendidos com repreensões daqueles que estão de fora.

     Fontes: 
     Bíblia Online - http://www.bibliaonline.com.br

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