domingo, 28 de outubro de 2012

PAULO E BARNABÉ, ALIADOS NA OBRA DO SENHOR


LIÇÃO 05 – 04 de Novembro de 2012

PAULO E BARNABÉ, ALIADOS NA OBRA DO SENHOR

TEXTO AUREO

“Portanto, meus amados irmãos, sede firmes e constantes, sempre abundantes na obra do Senhor, sabendo que o vosso trabalho não é vão no Senhor”. ICo 15.58

VERDADE APLICADA

O grande segredo para o crescimento espiritual e ministerial na obra do Senhor reside na perseverança e aprendizado constante.

TEXTOS DE REFERÊNCIA

At 11.25 - E partiu Barnabé para Tarso, a buscar Saulo; e, achando-o, o conduziu para Antioquia.
At 11.26 - E sucedeu que todo um ano se reuniram naquela igreja, e ensinaram muita gente; e em Antioquia foram os discípulos, pela primeira vez, chamados cristãos.
At 11.27 - E naqueles dias desceram profetas de Jerusalém para Antioquia.
At 11.28 - E, levantando-se um deles, por nome Ágabo, dava a entender pelo Espírito, que haveria uma grande fome em todo o mundo, e isso aconteceu no tempo de Cláudio César.
At 11.29 - E os discípulos determinaram mandar, cada um conforme o que pudesse, socorro aos irmãos que habitavam na Judéia.
At 11.30 - O que eles com efeito fizeram, enviando-o aos anciãos por mão de Barnabé e de Saulo.

INTRODUÇÃO
Quando Paulo retomou à sua cidade natal (Tarso) pareceu um desfecho um tanto melancólico dado por Lucas. Mas ai ele passa a narrar vividamente os atos de Pedro, para depois retornar a trajetória de Paulo como um assistente de talento. Aqui estudaremos um pouco do perfil de Paulo que atendendo um convite para auxiliar Barnabé, teve um contínuo progresso espiritual e ministerial em Antioquia.

  • Atos conta a histórias de vários apóstolos, Pedro é um dos mais citados, observe que o comentador diz que Lucas se atem a Pedro antes de narrar a trajetória de Paulo;
  • Pedro em At 10 prega com veemência aos gentios, semelhantemente o que fez em At 2 quando pregou aos judeus.


1. PAULO, UM COMPANHEIRO EM POTENCIAL
Aquele era um momento surpreendente de crescimento e multiplicação de conversões nas regiões da Judéia, Galileia e Samaria, e os irmãos que saíram dispersos por causa da perseguição iam anunciando a Palavra por onde passavam, de maneira que muitos judeus se convertiam cada vez mais ao Senhor.

  • Que perseguição é esta? Qual a sua finalidade? Porque Deus permitiu tal sofrimento?
  • Estas perguntas geralmente são feitas pelos leitores da Bíblia. A resposta é simples, em tudo Deus tem um propósito. A perseguição começou com o próprio Paulo no episódio da morte de Estevão, mas serviu para espalhar o evangelho que antes estava sendo pregado apenas aos judeus.


1.1. ANTIOQUIA, UMA IGREJA CRESCENTE (At 11.20,21)
Grande número de pessoas se converteu ao Senhor em Antioquia, mas o fato de ser uma igreja fora dos termos de Israel e mista, ainda era algo complicado para os apóstolos em Jerusalém. O motivo era preconceito. Por esse motivo, Pedro, o primeiro a entrar na casa de um centurião romano e pregar a salvação em Cristo teve que se explicar por entrar na residência de um pagão incircunciso, ainda que piedoso e dirigido por revelação divina (At 11.4-18). É claro que essa notícia se espalhou na comunidade dos fiéis a Cristo, estimulando muitos a falarem de Jesus aos não judeus também. A igreja de Antioquia cresceu de tal maneira que alcançou mais expressão do que Jerusalém com o passar do tempo.

  • Igreja mista, esta era a vontade de Deus, que a salvação chegasse a todos;
  • Os judeus achavam que a salvação era para eles como povo escolhido e não aceitavam a mistura com os pagãos.
  • Teriam que deixar o preconceito de lado e entender que a salvação é para todos.
  • Observe que Pedro teve que se explicar por entrar na casa de um centurião romano; será que ainda hoje não estamos agindo com preconceito?
  • A visão de Pedro em At 10. 11,12 esclarece a vontade de Deus.


1.2. BARNABÉ O ENVIADO (At 11.22-24)
Quando aquele fenômeno de crescimento da igreja em Antioquia chegou ao conhecimento da liderança de Jerusalém, a igreja enviou Barnabé com a finalidade de legitimar Antioquia. Barnabé era homem generoso, benquisto entre os apóstolos, e de grande reputação na igreja. A pessoa perfeita para aquele momento. Eusébio de Cesaréia afirma que Barnabé foi um dos setenta discípulos do Senhor Jesus (H. Eclesiástica, L.l Cap.12,1). Em virtude do seu perfil tolerante e empreendedor, Barnabé trabalhou de modo tão excelente que a comunidade dos crentes cresceu com muita qualidade (At 11.24). Porém ele observou que Paulo era um companheiro perfeito para aquele trabalho.

  • Como assim legitimar? Legitimar no sentido de reconhecer a obra como de Deus e dar apoio para que ela cresça ainda mais. Este apoio foi dado com o envio de Barnabé.
  • Se não houvesse reconhecimento, poderia surgir uma igreja paralela.
  • Observe que Barnabé é citado como um dos setenta que Cristo enviou e ainda como um homem tolerante e empreendedor, características fundamentais de um líder comprometido com resultados.


1.3. PAULO É CONVIDADO PARA TRABALHAR (At 11.25)
Barnabé tinha uma convicção de que Paulo, ao ouvir o relato das grandezas de Deus em Antioquia, e a sua responsabilidade pastoral ali naquela cidade, interessar-se-ia em acompanhá-lo. Barnabé partiu em busca de Paulo, até que, finalmente, o achou. Diante do relato de Barnabé, Paulo aceitou prontamente ir com ele para Antioquia a fim de auxiliá-lo. Aí vemos o verdadeiro coração de um servo de Deus. Paulo aceitou ficar em Tarso da Cilicia trabalhando com tendas, ofício que aprendera quando mais novo, mas diante da necessidade, dispôs-se a trabalhar em Antioquia. Parece incrível, mas todas as grandes personalidades de destaque nas páginas sagradas estavam ocupadas quando foram chamadas. Um chamado divino deve sempre ter prioridade na vida de quem serve a Deus.

  • Barnabé, orientado por Deus, aceitou prontamente a trabalhar na obra de Deus.
  • Pergunto: Será que temos agido assim, quando recebemos um convite do pastor, superintendente da EBD, ciclo de oração, aceitamos de bom grado? Quando aceitamos nos preocupamos com o compromisso firmado?
  • Importante observar que todos os que foram chamados para trabalhar na obra do Senhor estavam ocupados em seus afazeres domésticos e profissionais.


2. O TRABALHO DE BARNABÉ E PAULO
A igreja em Antioquia principiou com elementos judeus, depois helénicos, e por fim gentios. Essa massa de pessoas vindas de diferentes lugares com culturas diferentes, no entanto, tinham uma coisa em comum, o fato de crerem em Jesus Cristo. A fé em Jesus foi o agente agregador que os reuniu eliminando vantajosamente todas as diferenças e possibilitando a realização posterior da obra missionária no Império Romano.

  • A igreja se iniciou no meio dos judeus, por isto a influência inicial foi de elementos judeus como por exemplo das sinagogas que deram origem as igrejas cristãs;
  • Posteriormente havia uma grande influência do mundo grego e a cultura helênica influenciou a igreja dos primeiros séculos;
  • Posteriormente, as mais variadas culturas dos gentios influenciaram a igreja que, mesmo em sua multiplicidade, possuíam em comum a crença em Jesus.


2.1. A PRIORIDADE NO ENSINO (At 11.26)
Quando pensamos na integração de Paulo junto aos irmãos de Antioquia, lembra que tudo foi diferente de Damasco e Jerusalém por causa da aceitação de seu trabalho junto a Barnabé. A princípio, ambos laboraram firmemente no ensino durante um ano inteiro; eles foram sábios o suficiente para realizarem um trabalho pastoral e missionário sem negligenciar a instrução. Esse cuidado foi tão decisivo e salutar para aquela igreja que os fiéis se esforçaram para se parecer cada vez mais com Jesus, o Cristo. Note que por causa do ensino acompanhado de bom testemunho, pela primeira vez, os crentes em Jesus foram chamados cristãos (At 11.26; Mt 22.29; Pv 18.15).

  • Pastoreio, obra missionária e instrução, esta era a preocupação dos pais da igreja;
  • Instrução voltada a Jesus, Cristo Centrica, com firme relato de sua obra, morte e ressurreição.
  • Infelizmente hoje existem mensagens que sequer citam o sacrifício de Jesus na cruz do calvário.
  • O ensino foi tão eficaz e bem recebido que os crentes daquela época buscavam se parecer com Cristo a ponto de serem apelidados de Cristãos.


2.2. PROVERAM SOCORRO AOS NECESSITADOS (At 11.28-29)
Como o cenário político era muito inconstante, as crises assolavam facilmente, somado às catástrofes naturais como em nossos dias, isso por si só gerava muitos necessitados de pão no mundo afora. Todavia, nesses dias, em que Barnabé e Paulo estavam em Antioquia, desceu de Jerusalém uma comitiva de profetas, não se sabe o propósito exato deles nessa visita, mas a fama do crescimento da igreja em Antioquia contribuiu decisivamente para isso (At 11.26). O exercício ministerial de profeta era um ofício comum naqueles dias que contribuía uniformemente para o crescimento da igreja, junto com os apóstolos. E um daqueles profetas vindo com a comitiva de Jerusalém, por nome Ágabo, anunciou uma fome que se abateria por sobre todo o mundo (At 11.27), “e isso aconteceu no tempo de Cláudio César”.

  • É importante ressaltar que a profecia acompanha a igreja desde a sua fundação, e que se deve dar crédito a voz profética;
  • Todavia, temos visto uma banalização do termo “profetiza” como se fosse algo extremamente normal como dizer um aleluia da boca pra fora;
  • A fome assolava aquela região bem como as inconstâncias políticas, nesta hora vemos que a igreja surgiu em um misto de evangelização, ensino e assistência.
  • Infelizmente temos visto que a assistência tem sido deixada de lado pois não dá retorno financeiro e dá muito trabalho, algumas igreja tem se dedicado apenas ao templo e aos que ali chegam, recebendo deles a oferta, o dízimo e devolvendo pregações e louvores apenas.


2.3. REPRESENTANTES DE ANTIOQUIA (At 11.30)
É muito interessante que os discípulos resolveram enviar suprimentos aos irmãos que habitavam na Judéia através de seus representantes legítimos, a saber, Barnabé e Paulo. Eles receberam a palavra profética, mas deliberaram entre si cooperar, a fim de mitigar a fome dos irmãos na Judéia. Para ambos os líderes restou a alternativa feliz de representá-los conduzindo o donativo que demonstrava carinho e gratidão aos irmãos de lá. Através desse fato, aprende-se que nem toda a iniciativa deve começar exclusivamente com a liderança, mas esta pode ser conduzida a organizar, enviar ou mesmo representar a assembleia local dos crentes numa obra social.

  • Observe o plano de Deus: A princípio os judeus não concordavam em se “misturarem” com os gentios, nem tão pouco que o evangelho fosse pregado aos não judeus.
  • Agora, com a fome na Judéia, os gentios proveram sustento que foi enviado aos judeus legítimos por mão de Saulo e Barnabé. Rompiam-se barreiras de preconceito para a disseminação do evangelho.
  • É importante ressaltar que, as atitudes que envolvem a igreja, devem começar pelo líder e depois ser divida em forma de responsabilidades.


3. O RETORNO DA MISSÃO REPRESENTATIVA
Barnabé e Paulo provaram mutuamente ser bons parceiros na seara do Senhor. Barnabé estava satisfeito por ter buscado Paulo como companheiro na missão pastoral em Antioquia. E Paulo, por sua vez, estava demonstrando ser um assistente de talento ao lado de Barnabé, sempre dentro de suas expectativas.

3.1. A PALAVRA CRESCIA E MULTIPLICAVA-SE (At 12.24)
O escritor de Atos nos dá uma nota do grande crescimento da obra do Senhor não apenas em Antioquia da Síria, mas também nas regiões da Judéia. Antioquia alcançou um momento de crescimento e de multiplicação por todo seu termo. Na verdade, a perseguição contra os cristãos os forçou a se espalharem, aumentou o seu fervor e a disposição em anunciar as boas novas, o que, finalmente, contribuiu para aumentá-la. Embora pareça um assunto solto do autor, Lucas, ao dar uma visão rápida do que estava acontecendo, estava preparando o leitor para saber do movimento missionário que já estava por florescer envolvendo os dois campeões, Barnabé e Paulo. Parece que, às vezes, toma-se necessário um pouco de perseguição para que se chegue ao ponto certo em que Deus possa usar o homem. José entendeu isso perfeitamente depois de trabalhado por Deus (Gn 45.7,8).

  • O povo estava aflito, as condições da época eram desesperançosas e o evangelho crescia como uma forte esperança de paz para as almas angustiadas;
  • Observe que a perseguição não só espalhou o evangelho como também fortaleceu o coração dos novos crentes na fé ao ponto de falarem avidamente do amor de Cristo para os outros;
  • Vivemos em tempo de bonança em todos os sentidos, será que continuamos com a fé inabalável em nosso Salvador ou estamos acomodados em nossa zona de conforto?
  • Se estivermos acomodados, pode ser que venha uma perseguição para nos despertar para a vontade do Pai.


3.2. RETORNARAM ACOMPANHADOS (At 12.25)
Mesmo com o enorme crescimento e multiplicação da Igreja, a situação não era tranquila em Jerusalém e nos arredores para os fiéis, pois Herodes Agripa I, neto de Herodes, o Grande, reinava e procurava agradar aos judeus observando os seus costumes e perseguindo os cristãos. Tiago, filho de Zebedeu, foi executado sob suas ordens e Pedro escapou da prisão sobrenaturalmente por intercessão da Igreja. Na fuga, Pedro se dirigiu à casa de Maria, mãe de João Marcos, onde muitos irmãos estavam orando. Ao que tudo indica, ao levar os donativos Paulo e Barnabé aproveitaram para agregar João Marcos entre eles (At 12.25; 13.5). João Marcos trouxe uma vitalidade a mais e pôde estar entre os notáveis pioneiros do Evangelho, tais como Pedro, Barnabé e Paulo.

  • Em meio a perseguição e perigo iminente de morte, mais obreiros surgiam na igreja primitiva;
  • Herodes Agripa I, que posteriormente foi comido por bicho, mandara matar Tiago e o governo perseguiu Pedro que conseguiu fugir da prisão milagrosamente;
  • Em meio a tanta turbulência, João Marcos, sobrinho de Barnabé, também conhecido como Marcos, o escritor do evangelho que leva seu nome, se uniu à dupla para fazer a obra de Deus. Não há luta que impeça o crescimento da obra de Deus.


3.3.  RETORNO COM UM DEVOCIONAL INTENSIFICADO
Quando Barnabé e Paulo chegaram de viagem, evidentemente eles apresentaram o novo companheiro à Igreja de Antioquia, João Marcos (At 13.5). Após o retomo de Barnabé e Paulo, verifica-se uma intensificação na busca a Deus com orações e jejuns da liderança da Igreja. O Espírito Santo é o principal responsável por essa fome de Deus e pela sede do estabelecimento de sua vontade na terra gerado nos crentes. É claro que a viagem cooperou para isso, mas Deus sempre esteve por trás de tudo o que acontecia naquele momento. Devemos entender que, quando o próprio Deus quer estabelecer mudanças, elevar a Igreja local a patamares espirituais mais profundos, ele vai usar aqueles que estão disponíveis, mais acessíveis ao seu agir (Jr 1.5-9).
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  • Vemos muitas igrejas buscando o avivamento, mas não estão dispostas a trabalhar na obra enquanto não forem avivadas;
  • Vemos no exemplo de Paulo, Barnabé e Marcos que, quanto mais trabalhavam na obra, mais o Espírito Santo visitava a igreja e aviva o Seu povo;
  • É importante ressaltar que o avivamento era seguido de jejum, oração e palavra, há uma falsa doutrina que avivamento é barulho, cânticos e saltos, não que isto seja errado, mas o verdadeiro avivamento deixa o coração contrito e sensível a voz de Deus.


CONCLUSÃO
Percebe-se, ao longo desta lição, que a figura de Paulo, quando veio de Tarso para Antioquia, não apareceu muito. Senão ensinando a Igreja junto com Barnabé e, evidentemente, com outros mestres locais. Paulo era um assistente de valor, mas que reconhecia a sua posição na Igreja e honrava seu colega que lhe dera tamanho privilégio ao convidá-lo como assistente direto. Paulo soube aproveitar as oportunidades que lhe davam.

  • Que exemplo nos deu Paulo, ele que foi chamado pessoalmente por Jesus, não quis pular etapas e, após orar e se preparar, serviu primeiramente como assistente com uma dedicação e alegria exemplares;
  • Temos hoje novos convertidos que se ofendem se não forem imediatamente consagrados ou assumirem cargos de destaque na igreja, não querem começar como assistente, querem aparecer de imediato.

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