sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

PAULO E O BOM COMBATE DA ORAÇÃO


PAULO E O BOM COMBATE DA ORAÇÃO

16/12/2012

TEXTO ÁUREO

“Porque quero que saibais quão grande combate tenho por vós, e pelos que estão em Laodicéia, e por quantos não viram o meu rosto em carne”. Cl 2.1

VERDADE APLICADA

Quando a igreja descobre o valor e o poder da oração intercessória, seu alcance se torna maior, e seu poder sobressai onde quer que esteja.

OBJETIVOS DA LIÇÃO

 Conhecer a figura de Paulo mais profundamente como um exemplo de intercessor;
 Apresentar algumas frentes de combate de oração de Paulo;
 Notar alguns dos principais ensinos de Paulo sobre a prática da oração.

TEXTOS DE REFERÊNCIA

Ef 3.14 - Por causa disto me ponho de joelhos perante o Pai de nosso Senhor Jesus Cristo,
Ef 3.15 - Do qual toda a família nos céus e na terra toma o nome,
Ef 3.16 - Para que, segundo as riquezas da sua glória, vos conceda que sejais corroborados com poder pelo seu Espírito no homem interior;
Ef 3.17 - Para que Cristo habite pela fé nos vossos corações; a fim de, estando arraigados e fundados em amor,
Ef 3.18 - Poderdes perfeitamente compreender, com todos os santos, qual seja a largura, e o comprimento, e a altura, e a profundidade,
Ef 3.19 - E conhecer o amor de Cristo, que excede todo o entendimento, para que sejais cheios de toda a plenitude de Deus.

INTRODUÇÃO

Qualquer um que leia sobre o trabalho missionário de Paulo, seus diversos talentos naturais, e dons espirituais, não deixa de se impressionar pelo volume de trabalho por ele realizado por amor ao Senhor Jesus. Lemos e meditamos acerca deste consagrado servo de Cristo sob várias óticas: sua trajetória ministerial, seu ensino e filosofia, mas notamos de que um de seus grandes segredos era ser um combatente fervoroso na oração.

Importante notar que Paulo obteve sucesso em seu ministério e em sua vida espiritual baseado em oração;
Não há segredo, vemos em Paulo um exemplo de vitória pela oração;
Note que a vida de oração de Paulo esta associada ao uso dos dons espirituais, Paulo provavelmente tinha todos os dons espirituais por ele descrito em 1Co 12. 8-10;
Ao falar de Paulo como um homem de oração, há a associação ao combate, a guerra. Paulo lutava em oração!

1. O EXEMPLO DE PAULO NA ORAÇÃO

A forma como ocorreu sua chamada ministerial era o agente impulsionador de seu trabalho missionário. Porém a oração dele foi a principal pilastra de um edifício que atravessa séculos, que os terremotos da perseguição ferrenha de imperadores romanos não o abalaram, nem tampouco a erosão do tempo corroeram.

1.1. Paulo um combatente da oração
Desde bem cedo, Paulo aprendeu a depender de Deus em Cristo pela oração. Ele entendia que a hegemonia do Império Romano fora conquistada a custa de vários combates, inclusive com a destruição definitiva de Cartago que controlava o comércio no Mar Mediterrâneo. Muitos reinos e nações foram conquistados o que deu a luz ao vasto Império, mas quando uma cidade se insurgia, eles a destruíam para demonstrar quem mandava, ou seja, mantinham o seu controle pela força. Entretanto Paulo entendeu que o estabelecimento do reino de Deus se dá pela oração. Sem ela não haverá verdadeira justiça, paz e alegria no Espírito Santo, que são a essência do reino celestial (Rm 14.17).

O império romano cresceu diante das conquistas e combates o que permitiu expandir seus domínios sobre a terra;
A vida de oração assemelha-se a um combate, porém no campo espiritual;
Não há como conquistar as vitórias sem as lutas travadas na oração;

1.2. Paulo e demais companheiros de combate
Visto que o reino de Deus aqui é implantado no poder do Espírito Santo, não há outro meio de alcançar esse poder por Jesus Cristo prometido, senão pela oração. Por isso, subentende-se que Paulo tinha uma disciplina quanto à prática da oração. Alguns de seus companheiros de oração são mencionados ao longo do Novo Testamento: Barnabé, Silas, Timóteo, Epafras e muitos outros que talvez nunca venhamos conhecer. Certo dia, na segunda viagem missionária, Paulo e Silas saem para um lugar a fim de orar, e ambos foram surpreendidos por uma jovem pitonisa que dizia: “Estes homens, que nos anunciam o caminho da salvação, são servos do Deus Altíssimo”. Paulo depois de muitos dias repreendeu o espírito advinhador que dava lucro para os seus senhores, e ela nunca mais adivinhou (At 16.16-26). Devemos nos lembrar que a narrativa de Lucas aponta para Silas como um companheiro leal na oração e nas tribulações também.

Observe que o comentador diz que Paulo tinha uma “disciplina” de oração;
Disciplina associa-se a seguir regras pré-estabelecidas. Paulo provavelmente tinha estabelecido regras para si mesmo relacionadas a horários, tempo de oração e seguia a riscas estas regras;
A indisciplina não leva ninguém ao sucesso!
Paulo era um líder nato e como tal, nunca quis centralizar as responsabilidades e cargas de suas missões, pelo contrário, sempre dividia as tarefas com os irmãos.

1.3. Orando no Espírito
Quando Paulo ensina aos efésios, que eles devem orar: “Em todo tempo... No Espírito” (Ef 6.18), devemos entender que ele não está dizendo em orar mentalmente, mas está falando em orar motivado, energizado pelo Espírito Santo. Esse é um tipo de oração que procede da fé e comunhão com o Espírito, que possibilita o crente ir além de sua limitação de tempo e esforço mental. Então orar no Espírito aqui significa ser guiado e fortalecido pelo Espírito Santo em oração. Provavelmente Paulo utiliza essa frase aqui como em (ICo 14.14,15), para incluir a oração em línguas.

A palavra grega traduzida “orar em” pode ter vários significados diferentes. Pode significar “por meio de”, “com a ajuda de”, “na esfera de” e “em conexão ao”. Orar no Espírito não se refere às palavras que estamos dizendo. Na verdade, refere-se a como estamos orando. Orar no Espírito é orar de acordo com a liderança do Espírito. É orar por coisas que o Espírito nos leva a mencionar. Romanos 8:26 diz: “Também o Espírito, semelhantemente, nos assiste em nossa fraqueza; porque não sabemos orar como convém, mas o mesmo Espírito intercede por nós sobremaneira, com gemidos inexprimíveis” (http://www.gotquestions.org/Portugues/orar-no-Espirito.html)
“oração em línguas”, quando se chega ao nível de oração através do Espírito Santo então o servo do Senhor começa a orar também em línguas estranhas, numa ligação perfeita com o Senhor.

2.  Combates de Paulo em oração
A obra de um intercessor é sobremodo importante para a realização da obra de Deus. Nesse campo, há muitos mistérios que poucos servos de Deus conseguem penetrar por falta de intimidade com os céus. Embora nem sempre percebamos, o espírito imundo sabe quem tem autoridade sobre ele, como vimos no caso da jovenzinha escrava que dava lucro a seus patrões com a adivinhação, até que, orando a Deus, este deu autoridade a Paulo para desnudar e repreender o tal espírito, e ele nunca mais voltou. Todavia Paulo e Silas não ficaram livres das consequências do agir humano contra eles em Filipos, mas mesmo assim oravam.

Mistérios fala de coisas ocultas que são reveladas para aqueles que tem intimidade com o céu;
Como alcançar esta intimidade? Orando!
Porque não oramos tanto quanto antes? Devido a concorrência do entretenimento tão atual no século XXI, o trabalho também aumentou, dormimos mais tarde e acordamos mais cedo e ocupamos nosso tempo com tudo, menos com oração;
Os agentes das trevas sabem quem tem autoridade sobre eles, leia At 19. 13-16 para entender o que autoridade sobre espíritos imundos.

2.1. Derramando o seu coração pela igreja
Paulo não apenas intercedeu fervorosamente, mas fez questão de escrever algumas de suas orações pelas igrejas com as quais se correspondia (Fp 1.9; 4.6). Com muita intensidade, Paulo escreveu duas orações em favor dos efésios, a fim de que eles alcançassem toda a maturidade necessária em Cristo. São duas orações que têm sido lidas, estudadas e repetidas em favor de famílias e igrejas, e, ainda hoje, em alguns lugares. Paulo não se envergonhava de dobrar os joelhos e de demonstrar um ministério com lágrimas, à semelhança de Jeremias e Jesus. Semelhantemente, devemos chorar pelas nossas igrejas, famílias e nação contra essa avalanche que está prestes a desabar sobre a igreja brasileira.

Para entender melhor as orações de Paulo pela igreja, leia Efésios 1:15-23 e 3:14-20;
“devemos chorar pelas nossas igrejas”, pelo texto de Gn 12.3; 27.29 e muitos outros, nos dão a entender que o Senhor abençoa a quem intercede pelo povo de Deus, orando pelas igrejas, por pastores, ministérios e pelos irmãos.
“prestes a desabar”, essa avalanche que se refere essa parte, fala das leis que tramitam na câmara e no senado federal, por exemplo a PLC 122, que é conhecida como Lei de Homofobia*, que se for aprovada e sancionada, tornará crime qualquer manifestação de homofobia, detalhe algum homossexual que for impedido de tomar Santa Ceia, poderá acusar o pastor da igreja de praticar homofobia.

2.2. Paulo dependia da oração
Deus é Todo Poderoso e imutável, portanto, não se enfraquece com o tempo, mesmo assim, Ele escolheu trabalhar através das orações dos crentes. Assim, quanto maior número de pessoas que estiverem orando, tanto mais ele vai liberar o seu poder sobre o seu povo contra o pecado e contra o mal. A oração não deve ser um meio de promoção pessoal e sim do Reino. Para o Senhor Jesus, o combate em oração é uma verdadeira campanha de guerra, a guerra pela paz que se estabelece com a total dependência de Deus.

Há uma falsa crença de que Deus sabe de tudo antes que falemos com Ele em oração e por isto não há necessidade de orar tanto;
É verdade que Ele sabe tudo antes, mas é mentira que não devemos orar;
Orar significa ação do crente que promove uma reação de Deus; Veja a relação de ação e reação em: Pedí, e dar-se-vos-á; buscai, e achareis; batei e abrir-se-vos-á.Pois todo o que pede, recebe; e quem busca, acha; e ao ... (Mateus 7:7-8);
Lembrem-se: a oração não pode ser egoísta, devemos mais interceder do que orar por nós mesmo.


2.3.  Paulo e a intercessão de seus discípulos
Não foram poucos os homens de Deus que tinham uma cobertura de oração. Essa cobertura é de suma importância para a vida ministerial, e Paulo compreendia muito bem que com ela poderia avançar mais e mais. Paulo servia e orava pelos outros, mas era humilde o suficiente para lhes pedir que orassem por ele também, a fim de desempenhar sem impedimento o seu ministério. Curiosamente ele pede aos romanos que se juntem a ele num combate de intercessão por um grande desafio que estava prestes a enfrentar (Rm 15.30); também aos efésios. pede que intercedam por ele para que tenha ousadia na comunicação do evangelho (Ef 6.19).

“cobertura de oração”, pode ser comparado com a infantaria avançando no campo de batalha, ela é coberta pelos tiros de artilharia, os tiros da artilharia acertam o inimigo a distancia permitindo que a infantaria chegue e encontre os adversários desbaratados e confusos. A cobertura de oração funciona como essa artilharia.
Paulo sente a necessidade dessa cobertura, pois ele era a infantaria de Cristo, ele queria avançar no campo de batalha, mas precisava da oração dos irmãos.

3. Ensinos de Paulo sobre a oração
Os dois maiores mestres da oração no Novo Testamento, em se tratando de volume de ensino; são o Senhor Jesus e o apóstolo Paulo. Porém devemos lembrar que Paulo era um imitador do Jesus terreno em todos os aspectos, incluindo o da oração também.


3.1. Perseverança (1Ts 5.17)
Paulo recomendou sempre oportunamente a oração perseverante às comunidades cristãs. Embora a comunicação, entre os seres humanos, seja fácil, devemos reconhecer que, para a maioria esmagadora dos homens e mulheres crentes comuns, não é um exercício espiritual fácil. Mas precisamos intensamente orar, e era por isso, que Paulo sempre recomendava em suas cartas como fez. Aos Romanos escreveu, “perseverai na oração” (Rm 12.12); embora não haja nenhuma recomendação expressa quanto à oração nas cartas aos Coríntios, ele se coloca como um exemplo de oração perseverante numa causa pessoal (2Co 12.8); já para os efésios recomenda que orem “em todo tempo no Espírito” (Ef 6.18); enquanto que aos irmãos de colossos disse: “perseverai na oração com ações de graças” (Cl 4.2). Aos amáveis irmãos filipenses ele insistiu que não andassem ansiosos, e que suas orações fossem conhecidas por Deus (Fp 4.6); e finalmente aos tessalonicenses

Perseverar é insistir, é ficar em um lugar com esperança;
A perseverança trabalha na natureza, no temperamento, no comportamento do cristão, tornando-o resistente para vencer os obstáculos, II Pe 1:4.
Devemos perseverar porque a Bíblia nos diz em Mateus 24:13 - "Mas aquele que perseverar até o fim, será salvo".
A Palavra de Deus também nos adverte em relação a apostasia, que significa: desviar-se da fé, desistir ... , não podemos parar, não podemos desistir, e sim, devemos seguir olhando para o alvo que é Cristo Jesus, I Tm 4:1-3; Mt 24:4-5. E satanás anda enganando, seduzindo o mundo, portanto não se deixe levar pelas banalidades desta vida, pelas camuflagens do inimigo, pois este mundo está rodeado de falsas aparências, seja um vencedor e tenha discernimento do Espírito de Deus para identificar as ciladas do inimigo, Ap 12:9; I Jo 2:16,17.

3.2. Intensidade (Ef 6.18)
Ao escrever à igreja de Éfeso, Paulo se encontrava preso em Roma numa prisão domiciliar algemado a um soldado romano para que não fugisse. Aqueles homens deveriam estar sempre atentos a pessoa de Paulo. Mas Paulo estava atento a eles também. Em algum momento, ao ver a imagem duma armadura de guerra que revestia um soldado, esta surgiu diante dele como um traje de guerra espiritual. Ele se lembrou de Isaías 59.16-17 que reporta profeticamente o Messias revestido em sua armadura para o momento da vingança no fim dos tempos. E assim, Paulo orientou os crentes a se revestirem de toda a armadura espiritual, o Senhor Jesus, no combate contra o mal através da oração. Do mesmo modo que uma batalha requer atenção total e intensidade, de tal maneira deve ser a intercessão do crente para estabelecer o reino de justiça aqui na terra enquanto Jesus não vem: intensidade, fervor e ardor na oração.

Não é possível afirmar que Paulo estava algemado a um soldado, porém era este o costume da época;
A referência em At 26.29 refere-se a cadeias, mas neste momento ele esta no tribunal, é provável que em casa Paulo ficasse livre;
A intensidade refere-se a persistência, a não recuar mesmo depois de uma vitória;
Após o êxito em uma batalha, o crente deve orar... Jesus depois do milagre da multiplicação dos pães foi par ao Monte orar.

3.3. Abrangência (lTm 2.1)
Paulo tanto pede que se ore em favor de todos os crentes fervorosa e perseverantemente, como também recomenda a Timóteo que faça uma campanha de oração ininterrupta em favor de todos os homens, principalmente as autoridades. Percebemos que ao escrever a Timóteo a primeira carta que temos, ele pressentia a perseguição generalizada que estava por vir, no intento de tolir o crescimento da igreja. Então, é nesse momento que Paulo, um experiente guerreiro sugere uma ofensiva maciça contra as trevas que rege os reinos dos homens (lTm 2.1,8). Parafraseando o que ele disse, escrevemos: “antes de tudo, primeiro roguem a Deus insistentemente, orem, intercedam por todos os homens”.

Campanha de oração ininterrupta: Temos o costume de fazer campanhas de oração com tempo delimitado, isto não é errado, o que não pode é orar somente na campanha, esquecendo que a oração deve ser constante;
Note que o comentador fala que Paulo sabia da perseguição que estava por vir e que alertava a igreja para permanecer em oração para vencer o que viria a seguir;
Hoje não vivemos estas perseguições, mas as tarefas da vida, o entretenimento exagerado, o excesso de trabalho, o dormir tarde e acordar cedo todos os dias nos afastam da oração e da comunhão com Deus.

Conclusão
Um dos grandes segredos da sobrevivência de um grupamento, pelotão, ou do indivíduo em combate, é a comunicação com seu quartel general, de onde recebe instruções específicas, suprimentos e socorro em momentos cruciais. A oração é esse instrumento de comunicação com o nosso supremo general em meio às batalhas comuns do dia a dia.

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