quinta-feira, 30 de maio de 2013

ORIENTAÇÕES BÍBLICAS CONTRA A VIOLÊNCIA DOMÉSTICA



LIÇÃO 9 – 02 de Junho de 2013

TEXTO ÁUREO

“O Senhor será também um alto refúgio para o oprimido; um alto refúgio em tempos de angústia”. Sl 9.9

VERDADE APLICADA

A igreja tem condições fundamentais de auxiliar contra a violência doméstica. Por isso, tem que, com sua voz profética, denunciar e amparar os oprimidos.

OBJETIVOS DA LIÇÃO

  • Servir como comunidade terapêutica ouvindo os oprimidos;
  • Pregar a esperança para os agredidos;
  • Ensinar a se defender dos agressores.


TEXTOS DE REFERÊNCIA

  • Sl 9.3 - Porquanto os meus inimigos retrocederam e caíram; e pereceram diante da tua face.
  • Sl 9.4 - Pois tu tens sustentado o meu direito e a minha causa; tu te assentaste no tribunal, julgando justamente.
  • Sl 9.5 - Repreendeste as nações, destruíste os ímpios, apagaste o seu nome para sempre e eternamente.
  • Sl 9.6 - Oh! Inimigo! Consumaram-se as assolações; tu arrasaste as cidades, e a sua memória pereceu com elas.
  • Sl 9.7 - Mas o Senhor está assentado perpetuamente; já preparou o seu tribunal para julgar.
  • Sl 9.8 - Ele mesmo julgará o mundo com justiça; julgará os povos com retidão.
  • Sl 9.9 - O Senhor será também um alto refúgio para o oprimido; um alto refúgio em tempos de angústia.
  • Sl 9.10 - E em ti confiarão os que conhecem o teu nome; porque tu, Senhor, nunca desamparaste os que te buscam.


INTRODUÇÃO
Muitos cristãos casados que estão de forma pacífica nos assentos congregacionais, podem estar vivendo uma vida de violência doméstica sem que a igreja saiba. Geralmente, a casa se torna em ambiente de guerra, em que ambos os lados buscam táticas para a sua própria defesa. No entanto, quando a violência é praticada, em geral, é o homem forte que oprime a mulher frágil. É preciso que essas mulheres busquem ajuda na igreja, no estado ou na própria sociedade.

  • A violência doméstica, principalmente contra a mulher, é um grave problema para a sociedade e para o governo, pois impacta inclusive na assistência a saúde e jurídica;
  • Por ser algo com dados alarmantes no Brasil, infelizmente estas atitudes têm chegado aos lares cristãos. Muitas mulheres sofrem caladas.
  • Abaixo alguns dados da violência doméstica no Brasil.



Fonte: http://detetivejosecler.blogspot.com.br/2011/04/pesquisa-do-isp-revela-que-criancas-e.html

  • Cenas como a representada na ilustração abaixo, infelizmente fazem parte de alguns lares cristãos.



1. A IGREJA PODE AJUDAR OUVINDO O CLAMOR DO OPRIMIDO
À semelhança de Jesus Cristo, é preciso iniciar ajuda por escutar o grito do oprimido. Muitos irmãos não dão a mínima importância para situações de violência nos lares. Alguns pedem para que o oprimido continue orando e entregue tudo nas mãos de Deus, que na hora certa Ele agirá! Essa, na verdade é uma atitude errada que a igreja tem tomado diante de uma situação tão grave. Inicialmente, o mínimo que se pode fazer é ouvir o clamor do oprimido. A vítima tem de ser ouvida. Mas em uma situação dessas é especialmente importante que sua forma de escutar seja mais do que apenas colher informações, é necessário prover ajuda.

  • Mais do que ouvir, é necessário que o pastor observe a atitude de suas ovelhas. Uma ovelha que esta sendo oprimida, muda de atitude, fica triste, arredia. Neste caso é necessário que o pastor tenha uma atitude proativa e procure a ovelha para saber se esta tudo bem com ela.
  • As vezes, esperar ser procurado para ouvir a ovelha, pode ser que a situação já esteja desesperadora e já tenha causado muito sofrimento.


1.1. A NECESSIDADE DE AS PESSOAS SEREM OUVIDAS
É preciso ouvir as vítimas, porque, na maioria das vezes, elas não querem dialogar abertamente, por vários motivos: temem o opressor, sentem-se envergonhadas, subjugadas, etc. Em outros casos, podem considerar sua horrenda situação indigna de atenção da sociedade, consideram o seu grave problema, apenas particular, não sabem que toda a sociedade é responsável para que essa intimidação física seja inibida. Julgam-se indigna de atenção pastoral ou até mesmo de um amigo. Há aquelas que se calam, porque sentem uma vergonha tão grande pelo fato de o marido demonstrar tanto desamor, a ponto de utilizar a violência.

  • Além de todas as informações dadas pelo comentador que considero importantes de serem discutidas na aula, outro fator extremamente importante é a acessibilidade do pastor e da esposa do pastor.
  • A pessoa em desespero com necessidade de se abrir para alguém tem que encontrar no pastor e na sua esposa, pessoas que inspirem confiança (segurança de que aquela conversa não será divulgada a terceiros) e cortesia no trato e nas respostas.


1.2. ATITUDES CONTRA A VIOLÊNCIA DOMÉSTICA
Após ouvir o oprimido, chegou a hora de prestar ajuda ao necessitado, pois o escutar bíblico está ligado à ação. Afinal, a vítima está em perigo. Então é preciso agir em favor da libertação daquela que está cativa da violência. Como bem disse o salmista: “Tu Senhor ouves a súplica dos necessitados; tu os reanimas e atendes ao seu clamor” (Sl 10.17 NVI). Paul David Tripp, pregador e mestre na área da família, orienta com as seguintes atitudes: “conduzir a vítima para um exame médico, chamar a polícia ou providenciar local seguro para que a pessoa violentada fique provisoriamente”. Ainda diz: “Se o lar for potencialmente perigoso, é sábio informar ao agressor que sua esposa revelou a violência e está em lugar seguro e secreto. Talvez seja apropriado encorajar a mulher que sofreu a violência a tomar atitudes legais, para que a autoridade civil, que Deus constituiu, possa ser acionada para ajudar a trazer um fim para esse mal” (Rm 13.1-5).

  • Estas atitudes quando chegam ao conhecimento do pastor é porque já duram muito tempo. A pessoa que sofre violência passa por fases até ter a coragem de as abrir para alguém.
  • As fases da situação de violência doméstica compõem um ciclo que pode se tornar vicioso, repetindo-se ao longo de meses ou anos.
  • “Primeiro, vem a FASE DA TENSÃO, que vai se acumulando e se manifestando por meio de atritos, cheios de insultos e ameaças, muitas vezes recíprocos. Em seguida, vem a FASE DA AGRESSÃO, com a descarga descontrolada de toda aquela tensão acumulada. O agressor atinge a vítima com empurrões, socos e pontapés, ou às vezes usa objectos, como garrafa, pau, ferro e outros. Depois, é a vez da FASE DA RECONCILIAÇÃO, em que o agressor pede perdão e promete mudar de comportamento, ou finge que não houve nada, mas fica mais carinhoso, bonzinho, traz presentes, fazendo a mulher acreditar que aquilo não vai mais voltar a acontecer. É muito comum que esse ciclo se repita, com cada vez maior violência e intervalo menor entre as fases. A experiência mostra que, ou esse ciclo se repete indefinidamente, ou, pior, muitas vezes termina em tragédia, com uma lesão grave ou até o assassinato da mulher.” http://www.icieg.cv/article/36
  •  Ao saber de qualquer situação, devemos incentivar a pessoa a denunciar, caso ela não queira e a situação seja grave e de seu conhecimento, você tem a obrigação de denunciar. Isto pode ser feito pelo 190 ou 180.



1.3. A LIDERANÇA E A IGREJA DEVEM SE POSICIONAR
A família que está sofrendo a violência e a sociedade que assiste a ela precisam saber da posição da igreja em relação à violência doméstica, porque a opinião da igreja deve refletir a opinião de Deus. A igreja de Cristo pensa com a mente de Jesus. O marido precisa saber que a igreja considera muito seriamente a questão da violência familiar, e, por ter tal pensamento, age para proteger a esposa, e, ao mesmo tempo, a auxilia espiritualmente, além de responsabilizá-lo pelo seu crime.

  • Como falamos no tópico anterior, é obrigação da igreja denunciar!
  • Agora, mais do que denunciar, é preciso dar apoio para as vítimas de violência e a igreja precisa se preparar para isto, não pode ser pega de surpresa.


2. O VALOR DA ESPERANÇA PARA OS QUE SOFREM VIOLÊNCIA
É primordial que a vítima ouça uma mensagem de esperança. O salmista entendia o valor da esperança quando disse: “Pois tu és a minha esperança, Senhor Deus, a minha confiança desde a minha mocidade” (Sl 71.5). A pessoa violentada não pode achar que o Senhor a desprezou, e a igreja precisa identificar a oportunidade de discipular não somente a vítima, mas toda a congregação. Deus não é indiferente ou distante à situação, e nem o evangelho ensina que o opressor não pode ser combatido. É hora de anunciar que é bem aventurado o que tem fome e sede de justiça (Mt 5.6).

  • A esperança dever vir da igreja!
  • É obrigação dos irmãos animarem a vítima de violência não só com palavras mas com atitude.
  • Uma igreja que vive ajudando uns aos outros e preocupa-se com o bem estar do seu irmão, consegue conquistar a confiança do desesperado e dar esperança de dias melhores.


2.1. DEUS SE LEMBRA DO OPRIMIDO
Deus tem trabalhado na história dos oprimidos. Por isso, a mulher que está sendo violentada tem de saber da ação de Deus na vida das pessoas que um dia alcançaram libertação. Mas ela só irá experimentar essa liberdade através da ação da igreja, que é o braço de Deus para os oprimidos. A lembrança de Deus passa pela lembrança da igreja. O povo de Deus não pode se esquivar dessa realidade social, porque, por trás dessa calamidade, está a mão maléfica de Satanás (Jo 10.10).

  • Através da ação da igreja: Deus é poderoso para agir quando quiser, mas Ele prefere fazer isto através de nós. Ele escolheu nos usar para fazer sua vontade na terra. Foi nos dada a missão, como igreja, de cumprir os desígnios de Deus.
  • Sendo assim, orar é importante, mas pedir sabedoria para agir bem, ouvir, aconselhar e prover ajuda é igualmente importante.


2.2. O SENHOR JESUS E O SOFRIMENTO HUMANO
As pessoas sofrem; os humanos não têm somente uma dor. Em uma análise mais profunda, o sofrimento é mais do que uma dor, são várias as formas de dor identificadas por médicos. As pessoas lutam contra as suas formas de dor, quer sejam psicológicas (emoções e pensamentos difíceis), quer sejam físicas (sensações desagradáveis), quer sejam mentais (memória que perturba suas necessidades), etc. As pessoas violentadas experimentam essas dores. No entanto, é preciso lembrá-las, que Jesus se identifica com elas. Ele experimentou a violência pelo seu povo, e depois foi assassinado.

  • O sofrimento faz parte da vida do homem, porém a presença do Espírito Santo na vida dos convertidos traz esperança e conforto da vida eterna.
  • O mundo é mal, o pecado corrói e destrói tudo que é belo, por isto devemos anunciar as boas novas do evangelho e a esperança da vida eterna.
  • Nosso descanso não é aqui! Muitos crentes da atualidade têm vivido suas vidas de fé como se Jesus não fosse voltar. Devemos desejar todos os dias à volta de Jesus. Maranatha, ora vem Senhor Jesus.


2.3. A ESPERANÇA PARA OS QUE SOFREM
A esperança é a segunda das três virtudes teologais, ao lado da fé e da caridade (1 Co 13.13) – representa-se por uma âncora, (Hb 6.17-19). Ela é tão importante, que, até nos ambientes não religiosos, há quem comente o seu valor. Num mundo asfixiado por estresse, consumismo, novas formas de escravidão, desespero, etc.; num mundo em que a falta de esperança se tornou um fenômeno social, é preciso, mais do que nunca, para continuar vivendo, redescobrir as razões da esperança. É nesse ambiente de caos que a esperança aparece como uma âncora. A vítima da violência doméstica deve, então, apegar-se a ela.

  • Este tópico já foi comentado no anterior.
  • Vale ressaltar que a fé a caridade e a esperança funcionam como um tripé, se um deles faltar, tudo desmorona.
  • Cremos em um futuro melhor, pois temos fé que gera em nós esta esperança.
  • Agimos com caridade, pois temos um Senhor que nos amou primeiro e nos ordenou que amássemos a Ele acima de todas as coisas e o próximo como a nós mesmos.
  • Ainda que a figueira não floresça, ainda assim confiarmos em Deus pois mesmo que a morte chegue, temos a esperança de uma vida eterna em um corpo incorruptível em uma linda cidade e na presença eterna de nosso Senhor.


3. AS FERRAMENTAS PARA DESARMAR O AGRESSOR
Diante da violência dominante, não há como ficar apático. É preciso tomar atitudes que possam ajudar não somente a vítima, mas o agressor para o caminho da recuperação. A igreja deve cumprir seu papel profético de anunciar a injustiça sempre, estar do lado do oprimido, e orientar o opressor para sua transformação. Nunca deixando de ensinar as consequências do pecado da cólera, que gera violência.

3.1. A IGREJA COMO PORTA-VOZ DOS OPRIMIDOS
Informações recentes dizem que o Brasil lidera o ranking mundial de violência contra a mulher. De acordo com uma pesquisa feita pela Sociedade de Vitimologia Internacional, 25% das mulheres brasileiras sofrem violência, e 70% das mulheres assassinadas foram vítimas dos próprios maridos. Os dados revelam também que, em média, a mulher só denuncia a violência depois da décima agressão. A igreja deve levantar-se como voz profética para denunciar a violência na sociedade, principalmente, aquelas que acontecem no meio do povo de Deus, em que maridos violentos, trajados de cristãos, com ataques de fúria e acostumados a praticar esse delito, continuam agredindo suas esposas.

  • Este tópico já foi comentado nos tópicos anteriores, vale a pena reforçar que, mesmo não parecendo, infelizmente é comum a agressão a mulheres em nosso país.
  • Caso esta violência aconteça na igreja ou nas comunidades próximas, a igreja não pode de forma alguma se calar perante tal covardia, é obrigação da igreja denunciar o agressor e prover apoia ao agredido (a).


3.2. A VIOLÊNCIA DOMÉSTICA AGORA É CRIME
A Lei Maria da Penha, que criou mecanismos para coibir a violência doméstica e familiar contra a mulher, sancionada em agosto de 2006, a Lei nº 11.340 possibilitou avanços, mas ainda há muito a conquistar. A maior conquista da lei foi a conscientização da população de que a violência contra a mulher é um crime. “A violência deixa de ser uma coisa natural, que acontecia com nossos pais e avós, e agora passa a ser um crime. A sociedade não tolera mais violência contra a mulher”, afirmou a subsecretária de Enfrentamento à Violência Contra as Mulheres da Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres.

  • Seria interessante explicar porque a lei tem este nome, segue um breve relato:
  • O caso nº 12.051/OEA, de Maria da Penha Maia Fernandes, foi o caso homenagem à lei 11.340. Ela foi espancada de forma brutal e violenta diariamente pelo marido durante seis anos de casamento. Em 1983, por duas vezes, ele tentou assassiná-la, tamanho o ciúme doentio que ele sentia. Na primeira vez, com arma de fogo, deixando-a paraplégica, e na segunda, por eletrocussão e afogamento. Após essa tentativa de homicídio ela tomou coragem e o denunciou. O marido de Maria da Penha só foi punido depois de 19 anos de julgamento e ficou apenas dois anos em regime fechado, para revolta de Maria com o poder público.
  • Em razão desse fato, o Centro pela Justiça pelo Direito Internacional e o Comitê Latino-Americano de Defesa dos Direitos da Mulher (Cladem), juntamente com a vítima, formalizaram uma denúncia à Comissão Interamericana de Direitos Humanos da OEA, que é um órgão internacional responsável pelo arquivamento de comunicações decorrentes de violação desses acordos internacionais.
  • Essa lei foi criada com os objetivos de impedir que os homens assassinem ou batam nas suas esposas, e proteger os direitos da mulher. Segundo a relatora da lei Jandira Feghali “Lei é lei. Da mesma forma que decisão judicial não se discute e se cumpre, essa lei é para que a gente levante um estandarte dizendo: Cumpra-se! A Lei Maria da Penha é para ser cumprida. Ela não é uma lei que responde por crimes de menor potencial ofensivo. Não é uma lei que se restringe a uma agressão física. Ela é muito mais abrangente e por isso, hoje, vemos que vários tipos de violência são denunciados e as respostas da Justiça têm sido mais ágeis. Fonte: wikipedia.


3.3. NÃO SE DEIXAR DOMINAR PELO SENTIMENTO DE REVANCHE
Segundo Paul David Tripp, um texto-chave das Escrituras para essa questão seria Romanos 12.21: “Não te deixes vencer o mal, mas vence o mal com o bem”. Uma mulher forte no Senhor não se levanta na própria justiça. Ela se levanta na justiça de Cristo, portanto, não precisa se deixar dominar por nenhum sentimento de vingança (Rm 12.19), pois o agressor pode vir a ser transformado e procurar a reconciliação. A reconciliação começa no perdão. Se a vítima quiser perdoar o agressor, é um direito que lhe cabe, mas é importante rever se aquele que praticou a violência está de fato transformado. Pelos seus frutos o conhecereis (Mt 7.20).

  • Este é um tópico extremamente importante. Por mais que a agressão seja uma covardia, algo sem explicação e que causa grande repulsa, o fim de um casamento pode ser algo igualmente traumático.
  • A dissolução do matrimônio não é da vontade do Senhor, mas a violência doméstica também não. Em situações que haja transformação do agressor e que caiba o perdão, o melhor caminho é a reconciliação.
  • Infelizmente não são todos os casos que o cônjuge esta disposto a reconciliar, ou quando o faz, faz de maneira fingida e logo logo volta a praticar as agressões, neste caso o agredido (a) tem que se defender e se afastar do agressor.


CONCLUSÃO:

A violência doméstica é tão danosa ao relacionamento matrimonial quanto o adultério, dizem os especialistas. Não se podem negar os problemas causados às vítimas. No entanto a esperança de recuperação da vítima e do agressor não deve ser subestimada. A graça transformadora de Deus pode alcançar essas pessoas. Isso não quer dizer que o agressor não deva responder pelos seus atos. Mas o Senhor pode, com seu poder, trazer recuperação para as famílias através das ações amorosas do povo de Deus.

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