sexta-feira, 10 de agosto de 2012

LIÇÃO 07 – A REALIDADE MINISTERIAL DE JESUS


LIÇÃO 07 – A REALIDADE MINISTERIAL DE JESUS
12 DE AGOSTO DE 2012

LEITURAS COMPLEMENTARES
Segunda feira: Mt 10.38
Terça feira: Mt 10.37
Quarta feira: Mc 1.7
Quinta feira: Lc 21.36
Sexta feira: Jo 4.35
Sábado: Jo 4.37


TEXTO ÁUREO
"Desde então, muitos dos seus discípulos tornaram para trás e já não andavam com ele", Jo 6.66

VERDADE APLICADA
As dificuldades no ministério evangelístico devem ser encaradas sem ressentimentos, pois na Seara do Senhor os problemas são comuns.

OBJETIVOS DA LIÇÃO
·         Demonstrar a honestidade das Escrituras em relatar os bons e maus momentos no ministério;
·         Buscar compreensão do porquê dos problemas ministeriais;

TEXTOS DE REFERÊNCIA

Jo 6.67 - Então, disse Jesus aos doze: Quereis vós também retirar-vos?
Jo 6.68 - Respondeu-lhe, pois, Simão Pedro: Senhor, para quem iremos nós? Tu tens as
palavras da vida eterna,
Jo 6.69 - e nós temos crido e conhecido que tu és o Cristo, o Filho de Deus.
Jo 6.70 - Respondeu-lhe Jesus: Não vos escolhi a vós os doze? E um de vós é um diabo.
Jo 6.71 - E isso dizia ele de Judas Iscariotes, filho de Simão, porque este o havia de entregar, sendo um dos doze.

INTRODUÇÃO
A Bíblia não esconde os contratempos enfrentados pelo Filho de Deus em seu ministério e ainda nos mostra a porquê deles. O evangelizador deve estar ciente que tais dificuldades podem acontecer em seu ministério também. Por isso, ele deve se preparar para enfrentar, no Poder do Espírito, toda e qualquer dificuldade.

1. Os discípulos se escandalizaram:
O milagre da multiplicação dos pães, à vista de muitos, consistia numa ótima oportunidade para Jesus alcançar o que muitos desejaram, o poder político. Afinal, aquele milagre na opinião de alguns foi o seu apogeu, foi o tiro certeiro no coração da multidão que facilmente seguiria os ideais de Jesus. Talvez alguns aproveitadores já se imaginavam em lugares de glória nesse reino que tanto esperavam. Agora caberia a Jesus de Nazaré tomar a iniciativa e o seu lugar na história.

1.1. Jesus recusou ser rei (Jo 6.14-15.):
Muitos empolgados com a multiplicação dos pães, lembrando-se das profecias disseram, "Este é, verdadeiramente, o profeta que devia vir ao mundo", então concluíram, constituamo-lo rei. Mas Jesus retirou-se sozinho para um monte a fim de orar. Aquele era um momento de enorme tentação. Como já havia vencido tal prova no deserto, também vencera ali novamente. Essa recusa a ascensão política, ao poder monárquico lhe custaria muito caro, posto que veio frustrar o sonho que muitos viam nele prestes a se realizar. O sonho de liberdade que uma nação, oprimida há tempos, acalentava dentro de si. Mas tal recusa era necessária em virtude de um plano eterno e salvador (Gn 3.15; Ap 13.8). Jesus deu um basta no assunto, pois esse não era o plano do Pai para Ele.

·         Jesus mostrou que os sinais acompanham os que creem e a fama acompanha os sinais.
·         Esta fama pode ser o fim de um ministério se não for bem administrada;
·         Se Jesus aceitasse o reino, colocaria a perder toda a sua missão como salvador do mundo;
·         Devemos lembrar também que rei de um pequeno país como Israel é pouco para aquele que é o Rei dos reis e Senhor dos senhores.

1.2. Jesus confrontou os que o buscavam pelo alimento (Jo 6.26-27):
Na madrugada seguinte, após Jesus ter orado intensamente, resolveu ir ter com os discípulos que houvera mandado atravessar para a outra banda. Ele foi por sobre o mar agitado e encontrou os discípulos, que, vendo-o andar sobre as águas, ficaram possuídos de temor. Tal assombro ia cada vez mais fortalecendo a fé dos discípulos nEle. Mesmo que anteriormente alguns deles tenham ficado tristes com a recusa de Ele ser rei. Ao ancorarem em Cafarnaum, o Mestre foi interrogado, "quando chegaste aqui?" Eles viram que Jesus havia despedido o barco apenas com os discípulos no dia anterior, mas vendo que ali Ele já estava, tentaram compor um quebra-cabeça daquela situação. Todavia, Jesus percebendo que o seguiam não pelos sinais que viram, mas por causa dos pães que comeram, repreendeu-lhes francamente, mandando-os trabalhar pela comida que permanece para a vida eterna. Essa foi uma medida impopular que muitos se surpreenderam.

·         Isto não nos soa familiar? Quantas igrejas hoje pregam um evangelho que sacia a carne?
·         Jesus acusou os seus seguidores de verem e não enxergarem os milagres e de se preocuparem apenas com as satisfações terrenas;
·         O mestre nos ensina uma grande lição, o mais importante, o que esta acima dos sonhos, desejos e valores é a salvação da nossa alma, é a garantia do nome escrito no livro da vida.

1.3. Jesus falou do verdadeiro pão do céu (Jo 6.60-65):
Depois da reprimenda, algumas pessoas perguntaram a Jesus que trabalho deveriam fazer para realizarem as obras de Deus (Jo 6.28). Que eles cressem, foi a pronta resposta. Porém, na verdade, queriam o pão com o qual Moisés alimentou o povo de Israel no deserto, mas Jesus corrige-lhes que quem os alimentou fora o Pai. Agora está diante deles "o pão de Deus que desce do céu e dá vida ao mundo". Logo eles querem desse pão, Jesus os desconcerta dizendo, "Eu sou o pão que desceu do céu". Eles deveriam comer desse pão e beber do seu sangue, isso para aqueles homens soou canibal, louco, blasfemo e ofensivo. Assim se escandalizaram nele, passaram a ver nele uma pedra de tropeço para si.

·         Outro grande ensinamento de Jesus, para fazer a vontade de Deus basta ter fé (crer), não são as obras, o zelo excessivo pela lei ou uma vida de caridade extrema, tudo isto é importante, mas para agradar a Deus basta ter fé;
·         Vemos que os seguidores desejavam o pão do céu nos moldes de Moisés, isto é, queriam vida fácil, dispensa cheia, vida mansa, mas foram confrontados por Jesus dizendo que deveriam trabalhar para ajuntar tesouros no céu!

2. Os discípulos abandonaram Jesus
Os poderes que Jesus possuía revelava seu perfil messiânico, e muitos ficaram convencidos disso. Porém não queriam entender a maneira de Jesus trabalhar naquele momento. É evidente que Ele teve o cuidado de espiritualizar a sua mensagem claramente para que não houvesse dúvida sobre o que estava falando. E, se os seus seguidores ali estavam, tudo tinha sido resultado de duro trabalho de oração, contato e propaganda prévia que os levaram a procurá-lo. Contudo o Mestre da Galileia não impediria o efeito negativo da sua palavra sobre eles que soou em um discurso duríssimo. Evidentemente se dependesse de Jesus tais seguidores se converteriam e permaneceriam na jornada espiritual por Ele proposta. Mas não foi o que aconteceu como já sabemos.

2.1. O duro discurso de Jesus (Jo 6.60):
Jesus estava na sinagoga de Cafarnaum e, diante da dureza do seu discurso, muitos resolveram abandoná-la (Jo 6.66). O bom senso e a obediência a Deus leva o líder evangelizador a dizer "não" quando se faz necessário. A adulação não faz parte da metodologia cristã de ganhar almas. O obreiro multiplicador não adula as pessoas apenas dizendo "sim" para agradar. Também aprende a dizer "não". Mesmo que sofra as ameaças de ser abandonado, redução nas contribuições e outras coisas desse tipo. E isso acaba acontecendo em realidade, como foi com Jesus, o caminho de obediência e fé cristã é inegociável, sem liquidação.

·         O evangelho das boas novas deve ser transmitido de maneira integral, onde o crente possui direitos e deveres;
·         Não há como querer apenas os direitos. Direitos e deveres andam juntos;
·         O crente tem o direito de morar no céu, ser curado, louvar à Deus, ser renovado, ser cheio de Espírito Santo...
·         Porém o crente tem o dever de renunciar ao mundo, rejeitar as obras da carne, dizer não ao pecado, ser fiel até a morte...
·         O obreiro responsável deve agir como Jesus, pregar as boas novas em sua totalidade apresentando os direitos e deveres desta escolha sem se preocupar em agradar a todos.

2.2. Os discípulos foram colocados à prova (Jo 6.67):
Nesse ponto, Jesus não poupou nem mesmo seus discípulos diretos, caso eles estivessem indecisos apesar de tudo quanto presenciaram, ou embaraçados apesar de tudo quanto desfrutaram, ou ainda escandalizados quanto ao discurso, poderiam ir embora. Assim lhes perguntou diretamente: "Será que vocês também querem ir embora?". Simão Pedro respondeu pelo grupo: "Senhor, para quem iremos? Tu tens as palavras da vida eterna; e nós temos crido e conhecido que tu és o Santo de Deus", (Jo 6.68-69). Jesus nunca pediu um discípulo seu para se retirar do seu caminho, aqueles que a Ele iam, jamais o mandara embora. Todavia, não procuraria impedi-los caso também fossem e nem ficaria ressentido. O que Ele estava fazendo nesse confronto era sondando, se tais discípulos estavam mesmos convictos ou não; se queriam ficar ou partir, indecisos não poderiam pertencer ao time apostólico.

·         Como foi dito, não há meio termo, o crente deve seguir a Cristo sendo fiel até a morte.
·         Seja fiel até a morte, e eu lhe darei a coroa da vida. Apocalipse 2:10;
·         Observe a seguinte história:
Havia um grande muro separando dois grandes grupos. De um lado do muro estavam Deus, os anjos e os servos leais de Deus. Do outro lado do muro estavam Satanás, seus demônios e todos os humanos que não servem a Deus. E em cima do muro havia um jovem indeciso, que havia sido criado num lar cristão, mas que agora estava em dúvida se continuaria servindo a Deus ou se deveria aproveitar um pouco os prazeres do mundo. O jovem indeciso observou que o grupo do lado de Deus chamava e gritava sem parar para ele:
- Ei, desce do muro agora... Vem pra cá!
Já o grupo de Satanás não gritava e nem dizia nada. Essa situação continuou por um tempo, até que o jovem indeciso resolveu perguntar a Satanás:
- O grupo do lado de Deus fica o tempo todo me chamando para descer e ficar do lado deles. Por que você e seu grupo não me chamam e nem dizem nada para me convencer a descer para o lado de vocês?
Grande foi a surpresa do jovem quando Satanás respondeu:
- É porque o muro é MEU!!!
·         Pergunte para você mesmo, está indeciso? Em cima do muro? É hora de tomar decisão...

2.3. Judas o traidor  (Jo, 6.70):
O Reino messiânico era o desejo de todos os doze apóstolos, mas em Judas Iscariotes havia uma obstinação maior, uma ideia fixa de reinado revolucionário imediato. É muito possível que Iscariotes tivesse se envolvido com murmuradores e até desejasse influenciar os discípulos negativamente atrapalhando a obra da evangelização (Jo 6.61,64). Com todos os valores pessoais que Iscariotes tinha, foi deixando satanás encher cada vez mais o seu coração até não haver mais jeito, traindo posteriormente o Mestre ao entregá-las às autoridades de Israel para julgamento. A verdade é que Judas Iscariotes só chegou a tal ponto, porque se sentiu frustrado em sua expectativa que conflitava entre o plano de salvação, e sua ideia fixa de reino presente. Mesmo assim, não frustrou os planos evangelísticos de Jesus.

·         Judas se misturou com as coisas deste mundo;
·         Ninguém que milita se embaraça com negócios desta vida, a fim de agradar àquele que o alistou para a guerra. 2 Timóteo 2:4;
·         Vemos em Judas um alerta para os ministros chamados a realizar a grande obra de Cristo;
·         Judas nunca conseguiu vencer o desejo da carne de participar de um sistema de poder. Queria um governo revolucionário ao ponto de se frustrar com o plano de Jesus;
·         Este é o fim de quem não subjuga os desejos da carne e fica ávido por um poder passageiro, porém inebriante e viciante.

3. A realidade do ministério de Jesus:
O ministério de evangelização tem o lado bom e o ruim. O primeiro, traz consigo o prazer de compartilhar as bênçãos do Evangelho com a humanidade; a satisfação de vê-los nascer de novo para o Reino de Deus e a exultação de acompanhar o desenvolvimento desses novos filhos de Deus através do nosso trabalho. O Segundo são as rejeições dos ouvintes, as feridas do árduo trabalho e as crises que nos surpreendem.

3.1. Sua realidade não deve ser omitida:
Ternos nas Escrituras muitos exemplos de trabalhados proféticos com pouco êxito. Há exemplos como Noé, pregoeiro da justiça, que em tantos anos não conseguiu salvar a ninguém além dos da sua casa (Hb 11.7); Ló a ninguém convenceu quando estava em Sodoma, na sua fuga ainda perdeu a esposa que desistiu (Gn 19.1-26); Moisés enquanto subiu ao monte para buscar as tábuas da Lei, em sua ausência, o povo fez um bezerro de ouro para adoração (Ex 32.19-35); profetas como Jeremias, Oséias e tantos outros labutaram em seus ofícios, mas não houve jeito, o povo se depravou e acabou sob o juízo divino. Muitos dos discípulos do Senhor Jesus o abandonaram e o apóstolo Paulo terminou seus dias abandonado num cárcere aguardando execução. São realidades da obra de Deus que não devem ser omitidas, sob um manto de paixão e vitórias como os pregadores pregam por aí.

·         Bem-aventurados sereis quando os homens vos odiarem e quando vos separarem, e vos injuriarem, e rejeitarem o vosso nome como mau, por causa do Filho do homem. Lucas 6:22;
·         O evangelho de Cristo é o poder de Deus para salvar o homem, mas vai de encontro a tudo o que o homem deseja nesta terra;
·         Tudo aqui é vaidade, a carne é corrupta, os desejos são passageiros e as vitórias terão fim;
·         Jesus anuncia a todos que se convertam, deixem em segundo plano seus desejos, vitórias terrenas e sonhos e tragam em maior estima o reino de Deus e Sua justiça. Tal palavra não soa bem aos ouvidos de quem não foi transformado pelo poder do Espírito Santo de Deus;
·         Obreiro, não se desanime se a palavra esta sendo rejeitada, mas vale uma alma do que o mundo inteiro;
·         Infelizmente, temos grande igrejas mortas, mornas e sem salvação, cheias de um evangelho vazio, terreno sem compromisso com a eternidade.

3.2. Os problemas devem ser entendidos:
Quais são os problemas mais comuns no ministério evangelístico? Primeiro, lutamos contra os principados e potestades que convergem suas forças infernais para impedirem a realização da obra de Deus (Ef 6.12). Satanás tudo realiza para impedir um verdadeiro avivamento com todas as sutilezas possíveis. Segundo, o mundo em que vivemos está acostumado a uma vida sem Deus, está em busca de facilidades, conforto, esoterismo, luxúria, etc. (1Jo 2.15), por isso é comum a pessoa sair do Egito, mas o Egito não sair de dentro dela, aí consequentemente muitos acabam retornando. Terceiro, há problemas pessoais, memórias amargas e familiares difíceis de relacionamento que o acabam desanimando. Quarto, nem sempre o ambiente da Igreja é propício ao desenvolvimento dos neófitos, as desavenças e disputas internas, os escândalos acabam por sufocar a fé tênue dos que chegam (1Co 1.12).

·         Ótimo texto do comentarista!
·         Reforço que Satanás é sim o inimigo da igreja, mas talvez o inimigo número um seja o próprio homem que dá lugar ao diabo;
·         Devemos nos guardar da inveja, das disputas, desavenças e do desejo de retornar ao velho homem.

3.3. A experiência evangelística deve ser agradável:
A experiência com os reveses não é das mais agradáveis, logo ninguém gosta de experimentá-la. Mas no ministério evangelístico e pastoral não há como fugir delas. Entretanto, quando ela acontecer deverão observar alguns princípios: Lembrar-se de Jesus que sofreu tantas lutas e foi até o fim de seu trabalho (Jo 13.1), devemos olhar para Ele e seguir o seu exemplo. Tais experiências difíceis devem ser suportadas com paciência, assim como Noé, Jeremias, Paulo e outros que a suportaram em sua missão. E de bom alvitre que sempre busquemos estar animados, isso é responsabilidade nossa, Deus disse a Josué para ele se animar: "tende bom ânimo, não te pasmes e nem te espantes" (Js 1.9). E melhor sofrer fazendo a obra de Deus com boa consciência, do que sofrer por algum mal que se cometeu, neste aspecto não há neutralidade. Por último, o trabalho evangelístico confere um prazer imediato e uma recompensa futura prometida por Deus aos que se lançam na sua obra (Mt 19.29).

·         Nem tudo são flores na vida de quem faz a obra de Deus, há espinhos também e muitos!
·         Jesus nunca escondeu que passava por dificuldades, por vezes chorou, desejou que passasse Dele o cálice que teria que beber e orou pelos seus, pois conhecia o desejo do inimigo em cirandar com os chamados;
·         Da mesma forma devemos estar preparados para as dificuldades sabendo que a luta que lutamos tem a vitória garantida pelo grande General Jesus;
·         Importa que um dia possamos dizer: Combati o bom combate, acabei a carreira, guardei a fé. 2 Timóteo 4:7

CONCLUSÃO
Embora a vista de alguns, o assunto tenha um teor negativo, na verdade não o é. Ele é de um realismo que procura preparar os evangelizadores em seus desafios de maneira consciente. Como todo o trabalho, sério previne seus obreiros dos perigos e desafios, assim neste exíguo trabalho procuramos fazer. Assim concluímos dizendo, prepare-se.

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