quinta-feira, 30 de agosto de 2012

LIÇÃO 10 – RENUNCIA: SEGREDO PARA FRUTIFICAR


Jesus Cristo - O mestre da evangelização
LIÇÃO 10 – RENUNCIA: SEGREDO PARA FRUTIFICAR
02 DE SETEMBRO DE 2012

TEXTO ÁUREO
"E qualquer que não levar a sua cruz, e não vier após mim, não pode ser meu discípulo." Lucas 14:27

VERDADE APLICADA
A resignação é o preço para o sucesso do discipulado, sem  este preço não somos discípulos e muito menos multiplicadores.

OBJETIVOS DA LIÇÃO
Apresentar Jesus como o exemplo máximo de resignação;
Demonstrar que os princípios apresentados por Jesus precisam ser postos em prática;
Mostrar o privilégio e a alegria de evangelizar a humanidade.

TEXTOS DE REFERÊNCIA

Jo 12.20 - Ora, havia alguns gregos entre os que tinham subido a adorar no dia da festa.
Jo 12.21- Estes, pois, dirigiram-se a Filipe, que era de Betsaida da Galiléia, e rogaram-lhe, dizendo: Senhor, queríamos ver a Jesus.
2.23 - E Jesus lhes respondeu, dizendo: E chegada a hora em que o Filho do Homem há de ser glorificado.
Jo 12.24 - Na verdade, na verdade vos digo que, se o grão de trigo, caindo na terra, não morrer, fica ele só; mas, se morrer, dá muito fruto.
Jo 12.25 - Quem ama a sua vida perdê-la-á, e quem, neste mundo, aborrece a sua vida, guardá-la-á para a vida eterna.
Jo 12.26 - Se alguém me serve, siga-me; e, onde eu estiver, ali estará também o meu servo. E, se alguém me servir, meu Pai o honrará.
INTRODUÇÃO
O Mestre de Nazaré é nosso exemplo máximo de resignação, que desceu de Sua glória, fazendo-se carne para realizar a obra salvadora profetizada há muitos séculos antes dEle. Todos os princípios por Ele esposados são normativos para um trabalho evangelístico de sucesso hoje. Precisamos conhecê-los e pô-los em prática já.

1. O preço do discipulado:
Morte não é para muitos um assunto agradável para se falar, ler ou escrever. A morte, no entanto, é algo comum, embora nunca nos acostumemos com ela. Na verdade, a morte é um elemento natural e indispensável à natureza. Ao olharmos para ela, na natureza ela não nos incomoda, mas a nós como indivíduo sim por que somos indivíduos que, apesar de sofridos, gostamos de viver. Mas Jesus nos convida a tomarmos a nossa cruz a cada dia, isso tem um sentido profundo que estudaremos a seguir.

1.1. Morte do grão de trigo:
Quando Jesus disse, "se o grão de trigo, caindo na terra, não morrer ... ", ele estava falando profeticamente da sua própria morte que experimentaria, mas está implícito aí da resignação que o Filho de Deus teve a cada dia da sua vida. Jesus abriu mão da sua glória, nasceu numa família pobre, viveu uma vida comum inicialmente, e passou pelas coisas ou sofrimentos que um homem comum sofre. Tamanha foi a sua auto-humilhação! Uma escolha deliberada dele mesmo, altruísta que visava gerar muitíssimos frutos eternos. Como ele fez, ele exige que façamos também, ou seja, que tenhamos um caráter transformado que dê prazer a Deus, e que atraia os homens à comunhão com Cristo.

  •      Todos os passos de Jesus tinham um propósito, em tudo ele ensinava, nas parábolas, nas curas, nos milagres e em todos os seus atos, Ele apontava para a sua morte e ressurreição e consequentemente a salvação do homem;
  •       Jesus veio sabendo do seu destino, sabia do seu fim e ainda assim, por amor ao homem, Ele decidiu ir até o fim;
  •         A maior tristeza da vida de Cristo foi quando sentiu a ausência do Pai pois, desde a eternidade, Jesus jamais tinha se separado de Deus, sempre foram um. Na cruz, Cristo tomou sobre si os nossos pecados e sozinho teve que suportar a morte, angustiou-se ao ponto de clamar “Deus meu, Deus meu, porque me desamparaste?” Foi a única vez que Cristo se separou de Deus...


1.2. Morte, perdas ou esvaziamento:
Pensemos um pouco na espiga de trigo, tão bonita, robusta, dourada e cheia de glória, dançando sob o espectro do vento como ondas douradas. Todos a admiram, e muitos há que ornamentam suas casas com lindas espigas de trigo, tamanha é a sua beleza. O curioso é que no mundo não há cereal mais cultivado do que o trigo. Todavia, é necessária a morte dele para si mesmo como grão, a fim de perpetuar a própria espécie. A morte para si mesmo implica em perdas dessa beleza e glória que representam a vaidade humana. Há, portanto, no trigo um esvaziamento de si mesmo, lembremo-nos da expressão de João, que demonstra isso, "e o verbo se fez carne e habitou entre nós"(Jo 1. 14); e de Paulo, que disse, "antes, a si mesmo se esvaziou, assumindo a forma de servo" (Fp 2.7). Assim como Jesus esvaziou-se de si mesmo, de igual modo, devemos fazer para sermos discípulos autênticos.
  • O cerrado brasileiro possui exemplares de plantas que só brotam após um incêndio, precisam passar pela morte para darem vida...
  • Temos no trigo um exemplo da vida do cristão, para frutificar tem que morrer! É necessário sepultar o homem velho para que o novo dê vida e seja habitado pelo Espírito Santo.


1.3. Com a morte, a nova vida:
Quando cremos em Jesus de todo o nosso coração e entregamos a nossa vida a Ele, espiritualmente morremos e fomos com Ele sepultados para que o domínio do pecado seja desfeito (Rm 6.4). Então nascemos de novo, começamos uma nova vida agora ressuscitado com Cristo. Se morrermos com Cristo, morremos para as coisas dessa vida e ressuscitamos a fim de vivermos para Deus, pensando nas coisas que são do alto onde Cristo está assentado à direita de Deus Pai (Cl 3.1). Note que tal ensino se encontra, não apenas nos escritos de João, mas está fartamente exemplificado nas cartas paulinas. Logo está evidente que para viver para Deus, necessário é que morramos primeiro. Então a nova vida procede desta morte para nós mesmos, morte com Cristo.
  • Ao aceitarmos a Cristo passamos da morte para a vida, não há como servir a Cristo de todo o coração se não formos transformados pelo Espírito;
  • O preço impagável por nós homens, foi pago por Cristo, tudo esta pronto, nada mais precisa ser feito para recebermos tão grande salvação. Há, porém um pedido do Senhor, sede santos!
  • A morte do velho homem significa justamente abandonar as coisas desta vida passageira que nos afastam de Deus e trazer sempre em alta valia o que disse Jesus em Mt 6.33;
  • O homem novo abandona tudo aquilo que o afasta de Deus e esta listado em Gl 5.19-21.


2.  As condições para frutificação:
A genuína vida cristã é para ser expressa de uma única maneira, imitando a Jesus Cristo, sendo como Ele foi e fazendo o que Ele fez. Não se trata de algo sem graça, sem vida e nenhum pouco atraente. Sabemos que as pessoas têm temperamentos e personalidades diversos, o que torna muito interessante como Cristo é manifesto através dos membros pertencentes ao seu corpo. Mas para que estes discípulos tenham condições de frutificarem, ou seja,tornarem-se discípulos multiplicadores é necessário alguns requisitos.

2.1. A Boa semente:
Jesus é o Verbo divino, é a boa semente concedida por Deus para a nossa frutificação, isto significa que sem Ele e a Sua Palavra, frutificar para Deus seria impossível. Temos de nos relacionar com esta Palavra continuamente das seguintes maneiras: lendo, praticando e meditando de dia e de noite nela (Sl 1.2). Apenas aqueles que levam essa prática a efeito, é que conseguirão ter uma vida cristã que agrada a Deus e satisfatória para si mesmo. Quando morremos é que vivemos, e quando vivemos em novidade de vida é que podemos nos reproduzir em outras pessoas através do discipulado (Jo 12.24). Nos tornamos assim como Jesus a expressão viva, capaz de gerar pela graça de Deus vida em outros. Amém.
  •  Você já estragou algum produto ou ele não funcionou corretamente porque você não leu o manual de instruções?
  •    A bíblia é o nosso manual de instruções, escrito pelo próprio Deus;
  •      Não há como andar no caminho de Jesus, obedecer ao Espírito Santo e ser fiel a Deus se não conhecer a palavra dEle;
  •  Você tem um chamado? Crê nisto? Mas a obra não tem frutificado, não esta crescendo? Talvez a resposta esteja no manual de instruções, isto é, na bíblia sagrada que é a palavra viva de Deus.


2.2. Boa terra:
Os nossos corações representam a terra em que a semente, a Palavra de Deus, é depositada (Mt 13.18-23). Para que se torne uma boa terra, se faz necessário trabalhar duro, observemos como trabalha o agricultor para que tenha bom lucro no seu trabalho. Ele a limpa, arranca-os tocos, ara a terra e em seguida a aduba, nos dias de Jesus esse esforço era feito de maneira braçal e com a ajuda do gado, portanto, era um esforço enorme! Conscientes disso pelo Espírito Santo devemos preparar a nossa mente, o nosso coração e vontade para Deus, removendo os pensamentos e quadros mentais impuros através de uma entrega constante deles a Cristo (2Co 10.5). Isso requer uma vigilância constante com aquilo que permitimos nos influenciar, seja pelas conversas que temos, seja pelos programas que assistimos, ou mesmo as más recordações que nutrimos (Pv 10.7).
  • Como esta seu coração para receber a palavra de Deus? Esta arado, adubado com o adubo certo?
  • Na região da palestina, é comum a presença de terras desérticas e solos duros, é preciso rasgar a terra e usar bons adubos para que a semeadura vingue.
  • O que seria este adubo? Tudo aquilo que levamos ao coração e geralmente adubamos o coração com os olhos e com os pensamentos. O que temos visto? O que temos pensado? O que temos desejado? Tudo isto vai para o coração tornando-o fértil ou estéril.


2.3. Uma parceria com Deus:
No que diz respeito a frutificação para Deus devemos entender que primeiro tudo principia em Deus e tem a glória dele mesmo como objetivo fundamental. Não quer dizer que perdemos a capacidade de deliberar parcial ou plenamente, mas frutificar trata-se de um esforço combinado. Paulo diz que devemos ser operosos e que na verdade,é Deus que opera tanto desejar quanto efetuar segundo a sua boa vontade (FI 2.13; Is 14.24). Assim devemos nos empenhar na obra de Deus sabendo que é ele quem realiza todas as coisas a seu tempo, através de nós.
  • Tudo deve ser feito para a glória de Deus, é Ele quem nos chama, nos envia, nos capacita e nos fortalece contra as provas no caminhar;
  • A nossa parte neste negócio é oferecer a boa terra a Deus, isto Deus nos permite pelo livre arbítrio. Se não quisermos dar os nossos corações, Ele não nos força a nada.
  •  Se entregarmos de bom grado a boa terra, o Jardineiro Jesus esta pronto para fazer frutificar em nós a boa semente (Veja o fruto do Espírito em Gl 5.22).


3. Os muitos frutos:
Não preciso ser muito inteligente para entender que numa lavoura nada acontece por acaso. Como vimos acima a frutificação é resultado de um esforço combinado entre Deus que dá a semente, o lavrador (evangelizador) que prepara a terra e a boa semente, etc. Devemos observar que esse processo leva tempo, porém os resultados de uma boa colheita seja para o fazendeiro ou o agricultor celestial concedem um prazer indizível.  

3.1. São resultados de intenso trabalho;
Uma vez que se há terra para plantar, e esse espaço físico de plantio da evangelização pode ser’ determinado estrategicamente de acordo com a dimensão. Lembremo-nos de Paulo, que disse acerca da obra missionária e evangelizadora em Corinto, “eu plantei (o evangelho), Apolo regou, mas Deus deu o crescimento” (lCo 3.6). Embora o trabalho seja penoso tanto do que planta quanto do que rega, a verdade é que Deus dá o crescimento, porém cada um receberá o seu galardão de acordo com o que trabalhou. O trabalho é intenso, silencioso, exige paciência mas teremos galardão apropriado (lCo 3.8,14).
  • Observe que o trabalho é nosso (plantar, regar...) mas o crescimento vem de Deus. Aprendemos novamente que sem Ele nada poderemos fazer;
  • Quando Paulo diz que plantou e Apolo regou, estava deixando claro que cada um tem sua função na semeadura e cuidado da lavoura. Há quem pregue, quem discípula, quem ensine, quem corrige... Mas em todos os casos, quem sustenta é Deus.


3.2. Levam tempo para colher:
O trabalho da lavoura requer paciência a fim de dar frutos viçosos, pois tudo é ao seu tempo. Ao nos lançarmos no trabalho do Senhor, não devemos estar ansiosos por frutos rápidos, e sim por frutos de grande qualidade. Não devemos permitir que as pressões do momento nos afetem a ponto de querermos forçar um amadurecimento, por que isto não funciona. Frutos de elevada qualidade se manifestarão a seu tempo determinado, tempo esse que não podemos adiantar, se o fizermos, será para prejuízo nosso e da obra de Deus. O lavrador espiritual deve ser um homem, que demonstra grande paciência e esperança depois que tem plantado e regado.
  • Você já saboreou uma fruta madurada “a força”? Não fica com sabor insonso, sem graça? Este tipo de fruta é considerado de baixa qualidade...
  • Na proclamação do evangelho, tudo tem seu tempo, inclusive o tempo da frutificação;
  • Na vida eclesiástica este exemplo pode ser aplicado na vida de obreiros que, por serem neófitos, não conseguem ter ministérios duradouros pois não estarem com o fruto maduro o suficiente para a lida (I Tm 3.6).


3.3. Plantemos boas sementes:
Quando plantamos as sementes em boa terra, elas retornam a nós de forma multiplicada. O Senhor Jesus disse, “a cem, a sessenta e a trinta por um” (Mt 13.8), por exemplo, lembremos de André, que trouxe Pedro, lembremos de Felipe, que trouxe Natanael, da mulher samaritana, que trouxe os homens da cidade, de Lázaro, que muitos creram através do seu testemunho espetacular de ressurreição. E por que não dizer também de Pedro, no dia de Pentecostes e do diácono Felipe em Samaria e de Paulo em tantos lugares, etc. Não podemos nos acomodar em não ganhar almas para Cristo. Consideremos mortos e inúteis para Deus se isso estiver acontecendo em nossa vida cristã.
  • Almas gerando almas, ovelhas que geram ovelhas... Há que se pregar, cada vez mais, o amor pelas almas, pelas missões e pelo proclamar do evangelho;
  • Não há como ter cultos onde não se faça o apelo, onde Cristo não seja o centro da mensagem;
  • Infelizmente vivemos dias em que se troca a graça da salvação pela pregação da prosperidade, da morte de Jesus pela vida regalada nesta terra, troca-se a volta de Cristo pela esperança de estabilidade financeira apenas nesta vida...


CONCLUSÃO
  Temos o privilégio grandioso e ímpar de viver o Evangelho e a honra de proclamá-lo sob as mais variadas formas. Tal trabalho é desejável e devemos nos ocupar em fazê-lo, portanto sejamos agricultores ousados, empenhados, estratégicos e pacientes na seara do Senhor. Consideremos que a resignação será o preço a ser pago pelo discipulado e a grande prova de que amamos ao Senhor. Porque sem esse preço não teremos os resultados almejados.

Nenhum comentário:

Postar um comentário